Autor: Leon Adato
Fonte: SolarWindsPublicado em 29 de Janeiro de 2016 às 11h05
Fonte: SolarWindsPublicado em 29 de Janeiro de 2016 às 11h05
Empresas têm as ferramentas para monitorar a rede, mas não têm informações suficientes sobre como usá-la
A arquitetura das redes empresariais certamente evoluiu: de redes planas nas quais tudo estava interconectado para modelos hierárquicos com segurança reforçada e agora um mundo sem fronteiras. Mas uma métrica da rede que continuou sendo prioridade apesar dessas mudanças é a largura de banda e, por extensão, os fluxos de tráfego individuais que a compõem.
Muitas empresas trataram a largura de banda como a "verdade inconveniente": estão cientes dela e têm as ferramentas para monitorá-la, mas não têm o mínimo de informações suficientes sobre como usá-la. Não têm visibilidade do histórico de utilização. Não podem correlacionar o desempenho no passado com as tendências para o futuro. Falta a elas uma maneira de decompor o “grande número” (uso da largura de banda) para chegar à raiz do problema.
Isso precisa mudar porque, para dizer a verdade, a largura de banda está se tornando escassa já faz algum tempo. O pior é que existem algumas tendências de monopolização da largura de banda começando a surgir no horizonte.
Onde estamos
BYOD e nuvem já adicionaram camadas extras de complexidade quando se trata de gerenciar a rede. Com usuários conectando dispositivos obtidos externamente, como celulares, tablets, relógios inteligentes e até mesmo computadores pessoais aos ambientes corporativos, além dos dispositivos fornecidos pela empresa, testemunhamos um aumento exponencial no consumo de largura de banda.
Além disso, à medida que mais infraestrutura é movida para a nuvem, as conexões de rede necessárias para essa infraestrutura fora do local também cresceram, tanto em número quanto em importância. Como resultado, nós, administradores de rede, fomos incumbidos de redesenhar os diagramas de rede e adaptá-los a essas mudanças.
Aqueles de nós que sobreviveram a tal incumbência sabemos que o segredo do sucesso na era da complexidade da rede é a prontidão, na forma de planejamento de capacidade de rede e gerenciamento de largura de banda. Contar com um plano para gerenciar os problemas atuais da largura de banda e analisar com regularidade as informações sobre a utilização nos preparará para estarmos à frente de futuros problemas que possam surgir.
Para onde estamos indo
A propósito, vem aí o que podemos considerar a segunda (e mais complexa) parte da tendência de monopólio da largura de banda do BYOD. Entra em cena outra sigla famosa, porém infame: IoT, ou internet das coisas.
Sim, é verdade que logo até mesmo a torradeira da sua empresa poderá estar conectada à rede, juntamente com uma variedade de outros dispositivos e aparelhos – não será apenas um enxame de controles do sistema de climatização, iluminação e segurança ou ferramentas inteligentes no chão de fábrica a contar com o acesso à Internet.
Caminhões de entrega, reboques, contêineres para remessa, paletes inteligentes com GPS a bordo, roteamento de gestão de estoque, elementos de classificação e entrega, scanners e sensores de toda variedade se tornarão “coisas” na internet, usando protocolos de rede e largura de banda de maneiras inesperadas.
Com mais dispositivos de rede disponíveis do que nunca, haverá uma explosão do tráfego da rede para acomodar o enorme volume de dados, o que resultará em maior dificuldade na regulação da rede. Embora seja lógico que parte da largura de banda que está sendo usada permaneça estritamente interna, no final das contas, trata-se de tráfego conflitante em um volume do qual nunca tivemos que dar conta no passado.
Além disso, visto que a IoT mudará em essência a maneira como os seres humanos interagem com nossos ambientes, as complexidades decorrentes não estarão apenas relacionadas a dispositivos e ao direito à largura de banda incluídos no total de encargos de cada funcionário.
Os ambientes responderão à presença de seres humanos e o contexto do usuário – pessoa, autenticação, localização, tráfego, aplicativo – deverá fluir sem interrupções à medida que as pessoas se movem através das fronteiras tradicionais da TI. Assim, outra consequência da IoT é que os departamentos de TI precisarão trabalhar mais proximamente que nunca do CIO, bem como com os departamentos jurídico e de RH, entre outros.
E, logicamente, caberá aos engenheiros de rede organizar tudo isso.
Entendendo o planejamento de capacidade de rede e o gerenciamento de largura de banda da IoT
Se você estiver em uma situação semelhante à minha, eu diria que mal consegue manter o BYOD sob controle. A boa notícia é que nós aprendemos algumas lições valiosas durante esse (longo) processo, que podem ser aplicadas à compreensão do planejamento da capacidade da rede e a questões relacionadas à largura de banda da IoT.
Em primeiro lugar, está a necessidade de monitorar de perto o tráfego – e não apenas o volume bruto de tráfego da rede, mas também o tráfego dos aplicativos. Quando se trata de IoT, abordagens tradicionais como NetFlow ainda serão valiosas, mas o tráfego de IoT estará mais relacionado à conscientização quanto aos aplicativos do que ao simples monitoramento e gerenciamento do tráfego.
O monitoramento da qualidade de serviço também é muito importante, tendo-se em mente que a capacidade de resposta dos dispositivos da IoT será mais importante do que os tradicionais consumidores de largura de banda, como e-mail. Paradoxalmente, latência e acessibilidade serão altas prioridades, superando a limitação do tráfego.
E não bastará ser apenas uma plataforma de coleta de dados ou uma solução de painel de medições. Esse monitoramento precisará analisar mais dados do que nunca e transformá-los em informações concisas e úteis para ajudar a solucionar problemas de desempenho relacionados à largura de banda. Só é possível proporcionar a amplitude e a profundidade das informações necessárias em suporte a dispositivos, aplicativos e redes na era da IoT com uma solução de monitoramento abrangente de ponta a ponta.
Como parte do planejamento da capacidade para a IoT, também será importante manter o gerenciamento de endereços IP sob controle e preparar os equipamentos para o IPv6, preferível para a maioria dos dispositivos de IoT. Tradicionalmente, muitos de nós gerenciaram a infraestrutura de endereços IP com processos manuais, que são muito trabalhosos e demorados, além de estarem sujeitos a erros.
Além disso, resultam em dados descentralizados, fragmentados e desatualizados. A simples solicitação de uma única atribuição de um novo IP pode resultar em muitas horas de trabalho, uma coordenação complexa e a probabilidade de erros e conflitos o que, por sua vez, pode levar a diversos problemas de rede. Imagine como será tudo isso quando inúmeros dispositivos da IoT começarem a solicitar seus próprios endereços.
Por fim, automatizar sempre! Na era da IoT, automatizar o máximo possível do gerenciamento da rede será mais importante que nunca. Em um momento em que haverá mais dispositivos acessando a rede do que se pode controlar, as soluções de automação ajudarão a corrigir problemas mais rapidamente à medida que forem surgindo e fornecerão correções imediatas para reduzir os tempos de resposta, o que reduzirá significativamente o tempo de inatividade potencial da rede devido a diversos problemas relacionados a capacidade e largura de banda da IoT.
Embora pareça loucura dizer isso, o planejamento da capacidade da rede e o gerenciamento da largura de banda na era da IoT realmente não precisam ser uma tarefa intimidante – já trilhamos este caminho antes com o BYOD. É uma simples questão de lembrar o que funcionou naquela ocasião, estando cientes das sutis diferenças que testemunharemos com a IoT e planejando de acordo.
*Leon Adato é gerente técnico da SolarWinds
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