quinta-feira, 28 de julho de 2011

50 MVNOs em dois anos no Brasil

Nos próximos dois anos, o mercado brasileiro terá de 40 a 50 operadoras móveis virtuais (MVNO, sigla em inglês de mobile virtual network operator) em atividade. É o que aposta um especialista no setor, Liudvikas Andriulis, diretor de Marketing da companhia belga Effortel, responsável por MVNOs de sucesso na Bélgica, na Polônia, na Itália e em Taiwan. Participante do Amdocs InTouch Business Forum 2011, congresso realizado no mês passado em Miami (EUA), Liudvikas falou sobre a chegada das empresas ao Brasil.

Segundo o executivo, por mais que pareça um exagero, o número é compatível com o tamanho do mercado brasileiro. "O Brasil tem muito potencial devido à diversidade observada no país. Há muitos estrangeiros e muito dinheiro circulando por lá", avaliou.
Esse dinamismo observado por Andriulis é justamente o que as operadoras móveis virtuais procuram. Elas atuam em nichos específicos, aproveitando segmentos pouco atraentes para as grandes empresas. O modelo de negócio está baseado no aluguel da infraestrutura existente de outras companhias do setor, como antenas, rádios, torres, cabos de fibras, frequência e equipamentos necessários para a comunicação dos usuários.

A aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no fim do ano passado, deu o sinal verde para a entrada no Brasil das MVNOs, já conhecidas no exterior. Com isso, grandes marcas, como instituições bancárias e empresas de varejo, poderão passar a vender seus próprios aparelhos e planos diretamente para os clientes. Porém, mais do que acirrar a competição pela melhor tarifa, essas marcas pretendem usar o celular como uma nova ferramenta de fidelização de usuários.

Liudvikas citou exemplos de como o modelo está sendo usado no exterior pelo Carrefour. Com o chip vendido nas lojas da rede, o custo de adicionar um cliente é praticamente zero. No momento da compra, o consumidor ainda pode ganhar créditos de minutos dependendo do valor da compra. "As pessoas acabam levando mais algumas coisas para ganhar mais minutos", assegurou.

Números

Hoje, existem aproximadamente 700 operadoras móveis virtuais em atividade no mundo, que correspondem a 2% do número total de usuários de celular. Comandada pelo bilionário britânico Richard Branson, o grupo Virgin anunciou que terá uma MVNO no Brasil. O país é o foco número um das operações da companhia na América Latina, que será montada em parceria com a Tribe Mobile e consumirá investimentos de US$ 300 milhões nos próximos cinco anos.

De acordo com o presidente da Tribe Mobile, Phil Wallace, a atuação no Brasil só deve se concretizar em 2012. Antes, a empresa precisa obter as licenças na Anatel e fechar uma parceria que proporcionará a infraestrutura de serviços. Pelas regras do segmento, só podem atuar no país empresas que firmem contratos com as companhias que já atuam no mercado, como Vivo, TIM, Claro e Oi.
Do Estado de Minas

Para Oi, concessionárias do STFC devem ser consideradas entrantes em TV a cabo

A Oi se valeu de uma extensa nota técnica assinada por Gesner Oliveira, Wagner Heibel e Pedro Scazufca para apresentar suas contribuições à consulta pública n. 31 que propõe um novo regulamento para o serviço de TV a cabo. Fica claro a preocupação da operadora de que, a despeito de sua extensa rede de telecomunicações para prestar serviços de telefonia e banda larga, ela não seja considerada PMS no mercado TV por assinatura.

A definição das empresas com PMS e dos mercados relevantes constará do Plano Geral de Metas de Competição (PGMC) em elaboração pela Anatel. A Oi, entretanto, desde já coloca suas considerações sobre o assunto. Para a operadora de acordo com a metodologia de análise antitruste, de onde o conceito de PMS foi retirado, a participação de mercado é uma condição necessária, mas não suficiente para a definição de mercado relevante. “Assim, deve-se tomar cuidado para que empresas que detêm PMS em outros mercados relevantes de telecomunicações, mas que têm participação de mercado insignificante no serviço de TV por assinatura, não sejam erroneamente classificadas como PMS no serviço de TV a cabo”, diz a companhia. Vale lembrar que essa dúvida já foi colocada por este noticiário aos técnicos e conselheiros da Anatel, pois a redação do regulamento em consulta dá a entender que qualquer PMS será suficiente para que sejam colocadas condiçòes assimétricas na operação de TV por assinatura, como obrigações de cobertura. A resposta dos técnicos, em princípio, é que isso valeria apenas para quem tivesse PMS em TV paga. Posteriormente, a informação foi retificada, no sentiido de que qualquer PMS seria suficiente para que a operadora pleiteante fosse enquadrada nas obrigações previstas.

Parte relevante de sua rede, segundo a Oi, ainda é composta por par metálico, infraestrutura indicada para transmitir sinais de baixa frequência. Para prestar serviço de TV a cabo, a Oi informa que precisaria trocar o meio de transmissão o que exige elevados investimentos. “Deste modo, mesmo que se desprezasse a metodologia antitruste supondo-se, incorretamente, que empresas entrantes poderiam deter poder de mercado, os elevados investimentos que as concessionárias do STFC Local devem realizar na adequação de suas redes de acesso local para prestação do serviço de TV a cabo desautorizariam sua classificação como detentoras de PMS”, diz a operadora.

Outra preocupação da companhia se relaciona com a definição do mercado relevante. Para a Oi, o mercado relevante deve ser considerado todo o mercado de TV por assinatura, o que inclui o serviço prestado por outras tecnologias. Assim, não faz sentido impor obrigações de atendimento apenas para o serviço de TV a cabo às empresas detentoras de PMS, “sob o risco de causar graves distorções nas condições competitivas”. “Não faz sentido que obrigações relativas ao índice de cobertura recaiam apenas sobre operadoras de TV a cabo, mas sim sobre todas operadoras do serviço de TV por assinatura”, diz a nota técnica. Uma das obrigações impostas para as operadoras com PMS é o atendimento de 100% do índice de cobertura (IC) para municípios com mais de 100 mil habitantes. Para operadoras sem PMS, a obrigação restringe-se ao atendimento de 25% do IC.