quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Procuradoria do Cade sugere multa de R$ 15 mi à Telefónica e devolução de ações da Telco


quarta-feira, 27 de novembro de 2013, 21h45




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A Procuradoria Federal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu um parecer técnico que declara que o aumento de capital da Telefónica na Telco, controladora com 22,4% da Telecom Italia, ofendeu os Termos de Compromisso de Desempenho (TCD, o contrato original) de 28 de abril de 2010, aprovado pela própria entidade na época e que permitiu a participação indireta da espanhola no grupo italiano. O parecer do último sábado, 25, já aprovado pela superintendência do Cade, estabelece uma série de penalidades, como a multa de R$ 15 milhões para a Telefónica e a venda imediata das ações correspondentes ao aumento de capital da primeira etapa da transação, anunciada em setembro último.
A procuradoria ainda considera a probabilidade de rever o contrato de 2010, dada a gravidade do caso. O parecer técnico elaborado pela procuradora federal Daniela Silva Borges pode ser lido na íntegra neste link.
Vale esclarecer que o parecer da procuradoria funciona como um relatório técnico com recomendações, mas o relatório deve ainda ser votado em Plenário pelo Cade. O relatório pode entrar em votação na data já da próxima sessão ordinária de julgamento, no dia 4 de dezembro.
O procurador-chefe do Cade, Gilvandro Coelho de Araújo, que avaliou o parecer, sugere a aplicação da multa de R$ 15 milhões por conta da alteração na estrutura societária da Telecom Italia; da omissão das empresas ao não ter advertido o Cade previamente da transação e a ter "desconsiderado" o acordo original (o Conselho se diz "surpreso" ao saber das notícias pela imprensa); e da violação da essência do acordo. No texto original, era dito que "uma pequena alteração na participação da Telefónica na Telecom Italia (...) e outras mínimas alterações nas condições societárias e mercadológicas (...) poderiam comprometer o equilíbrio concorrencial nesse mercado, demandando, inclusive, uma maior intervenção do que aqui proposta". Araújo destaca ainda que essa multa não influencia nas outras penalidades.
Em 24 de setembro, a Telefónica adquiriu 323,8 milhões de euros em ações preferenciais (sem direito a voto) da Telco, aumentando assim sua participação no capital total da empresa para 66%. A partir janeiro de 2014, essas ações preferenciais poderão ser convertidas em ações ordinárias (com direito a voto). Um segundo aumento de capital também estava previsto, mas depende de aprovações regulatórias e de órgãos de defesa da concorrência, inclusive do Brasil e da Argentina. Seriam mais 117,2 milhões de euros por mais ações preferenciais para que a Telefónica alcançasse 70% do capital total da Telco, ainda sem mudança na composição de controle (46,4% das ações ordinárias).
Venda do aumento conseguido
Talvez o ponto que mais tenha sido ofensivo ao Conselho, na avaliação do parecer, é que a movimentação sem aviso e iminente da Telefónica, mesmo ainda na primeira etapa do aumento de capital anunciado em setembro, foi uma "violação grave" e "representa um movimento contrário ao objetivo visado pelo TCD: aproxima o grupo Telefónica das atividades do grupo Telecom Italia, enquanto o comando é separar", além de aumentar a dependência econômica, ainda que indireta, e alterar as condições de concorrência de mercado. Assim, a Procuradoria sugere que se "entende necessária a imediata alienação das recentes ações preferenciais adquiridas pela Telefónica no capital social da Telco S.p.A., conjugada com a proibição expressa de que, doravante, seja adquirida qualquer quantidade de ações, de qualquer espécie, pela Telefónica, no capital do Telco ou de qualquer empresa do grupo Telecom Italia que atue direta ou indiretamente no Brasil".
Além disso, a Procuradoria do Cade diz que, como se trata de uma falta grave, avalia inclusive "a possibilidade de revisão da aprovação do próprio ato de concentração no qual se deu a celebração do TCD, sem prejuízo da imposição das medidas". Ou seja: a entidade poderia rever a decisão tomada em 2010, o que poderia obrigar a Telefónica a vender sua participação inteira na Telco. Caso a Telefónica opte por não cumprir uma eventual decisão do Cade nesse sentido e não se desfazer de seu investimento na Telco, caberá à Telecom Italia, então, vender a TIM Brasil.
O parecer da procuradoria diz que a recente operação do grupo espanhol teria descumprido o pacto firmado anteriormente, que já era considerado uma "situação-limite" com as regras "mais rígidas" do histórico de TCDs firmados pelo Conselho, fazendo exatamente o contrário do que o acordo previa e representando "uma das mais graves ofensas que se poderia imaginar ao presente TCD" por contradizer o objetivo inicial. "A operação ora analisada se revela ainda mais grave quando se tem em mente o seu objetivo final, expressamente desenhado nos instrumentos societários da Telco: a aquisição, pela Telefónica, a seu exclusivo critério (a depender apenas das autorizações governamentais competentes, como não poderia deixar de ser), num curtíssimo espaço de tempo (a partir de janeiro de 2014), de todas as ações da referida holding, que detém 22,4% das ações da concorrente Telecom Italia."
Outras pendengas
A Procuradoria avaliou ainda outros méritos alheios à questão principal do aumento de capital da Telefónica na Telco. Segundo o parecer, em uma reunião da Telecom Italia, apesar dos temas relativos ao Brasil (e à Argentina) terem sido separados em pauta diversa, esses assuntos foram discutidos em "pauta geral", portanto, na presença de um conselheiro indicado pela Telefónica. Segundo o documento, há menção ao Brasil por duas vezes na ata correspondente, representando mais uma ofensa às cláusulas do TCD. A Procuradoria do Cade então recomenda que a Telefónica e a TIM Brasil sejam intimadas a apresentar justificativas.
O mesmo problema aconteceu também em uma reunião da subsidiária Telco, que não separou o tema da atuação da Telecom Italia no mercado brasileiro. Da mesma forma, a entidade intima as acionistas da holding (Generali, Intesa Sanpaolo e Mediobanca, além da Telefónica) a apresentarem justificativas.
Atento
A Procuradoria do Cade ainda estudou um acordo da TIM com uma entidade tratada no documento da procuradoria como confidencial. Na verdade, trata-se da Atento, empresa de contact center que pertencia ao grupo Telefónica no Brasil até ser vendida em outubro de 2012. Na visão da procuradora Daniela Borges, a TIM feriu as regras que impossibilitam a transferência de informações estratégicas entre o grupo espanhol e a Telecom Italia. O órgão concluiu que, mesmo que a TIM tenha sofrido o ônus de ter tido informações vazadas por meio do contrato, seria penalizada pela omissão ao desconsiderar as possibilidades no acordo. O parecer chega a afirmar que, em nenhum momento, as empresas procuraram o Cade para verificar se poderia haver interpretação anticompetitiva. A multa sugerida pelo superintendente Gilvandro de Araújo é de R$ 1 milhão.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

UE quer acelerar programa de Smart Cities



Para isso, pretende investir € 200 milhões em pesquisa e inovação, entre 2014/2015 e 2020.

A União Europeia pretende mobilizar € 200 milhões entre 2014/2015 e 2020 para o programa de pesquisa e inovação em Smart Cities e Comunidades para acelerar o desenvolvimento e a operação de soluções que tornem melhor a vida nas cidades. Em conferência realizada hoje, em Genebra, com a presença de líderes  de cidades, de entidades da sociedade civil e representantes da indústria, a União Europeia decidiu convocar para a primavera de 2014 um encontro de comunidades para definir um plano de prioridades para o avanço das Smart Cities.

A Parceria Europeia para Inovação em Smart Cities e comunidades tem como foco as áreas onde TICs, energia e mobilidade se cruzam e busca identificar as soluções mais eficientes. Entre os objetivos dessas soluções estão mobilidade urbana sustentável, distritos sustentáveis e construção de infraestrutura e processos integrados através das redes de energia, de transporte e das TICs. A Parceria também procura identificar a percepção dos cidadãos em relação às soluções e suas demandas, ao lado do desenvolvimento de novos modelos de negócios e modelos de financiamento para acelerar o roll out das soluções em Smart Cities. (Da redação, com assessoria de imprensa)

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Operadoras celulares abrem canal USSD para bancos no Brasil

              

Fernando Paiva

Um novo canal para transações bancárias no celular está nascendo no Brasil. Através de uma ligação para um número que começa por um asterisco, o correntista acessa um menu do seu banco em uma interface de texto, na forma de um menu que abre em sua tela. Trata-se do protocolo USSD (Unstructured Supplementary Service Data), presente em todas as redes GSM e compatível com qualquer telefone móvel, mesmo aqueles mais simples. Até então, esse canal era utilizado principalmente para serviços internos das próprias operadoras celulares, como a recarga de créditos. Agora, o USSD é aberto a terceiros, a começar pelos bancos, criando uma nova fonte de receita para as operadoras. Claro e Vivo já elaboraram APIs para o desenvolvimento de soluções que acessem suas redes USSD. Na Vivo, o acesso à plataforma USSD já é um produto disponível no mercado. Na Claro, a solução está em testes. Entre os bancos, o Citibank foi o primeiro a botar no ar o novo canal. Bradesco e Santander estão negociando, assim como o Carrefour (neste caso, para os portadores do seu cartão de crédito).
Para o consumidor, o acesso ao seu banco via USSD será gratuito. A cada sessão aberta será possível realizar operações como consulta de saldo, extrato e geração de pincode. A interface é atraente especialmente para quem tem um feature phone. Correntistas com smartphones vão continuar preferindo os aplicativos móveis, prevê uma fonte que acompanha o desenvolvimento desse novo mercado.
Para os bancos, vale a pena fomentar esse canal porque ele é mais barato que o atendimento via URA ou call center. As teles cobrarão dos bancos por sessão, cujo preço deve equivaler a aproximadamente quatro SMS corporativos. A venda será feita no atacado, com grandes volumes de sessões para cada banco usar ao longo de um determinado período de tempo.
Tal como no SMS, haverá a figura do broker homologado. Este fará o meio de campo entre os bancos e as teles, seja desenvolvendo a aplicação bancária com a API da operadora, seja comprando e revendendo sessões de USSD. A tendência é que cada operadora escolha alguns players para atuarem como brokers homologados.
A expectativa é de as operadoras brasileiras se coordenem para criarem números nacionais de USSD, que possam ser usados por terceiros, tal como acontece hoje com os chamados "large accounts" (LAs) de SMS. No caso dos bancos, o natural é que cada um utilize o mesmo número que o identifica no sistema financeiro nacional. Foi o que fez o Citibank: seu canal de USSD é acessado via *745.
Análise
A novidade chega em um momento bastante propício do mercado brasileiro, em que há uma efervescência de novidades mesclando mobilidade e serviços financeiros, tais como: alianças entre teles e bancos para lançar serviços de m-payment com cartões de débito pré-pagos; publicação da regulamentação de pagamentos móveis pelo Banco Central; adaptação das redes de adquirência para aceitação de pagamento por NFC; distribuição de cartões bancários com chip NFC; surgimento de soluções de mPOS, que transformam o smartphone em uma máquina de POS etc. Aliás, vale lembrar que algumas das soluções de cartão de débito pré-pago no celular lançadas no Brasil usam justamente o canal USSD para as transações. É o caso do Zuum (parceira entre Vivo e Mastercard) e do "Meu Dinheiro Claro" (parceria entre Claro e Bradesco).

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Com Datora, Vodafone Brasil quer oferecer voz e dados em 2014


quinta-feira, 21 de novembro de 2013, 18h05



Conforme antecipado por este noticiário no final de setembro, a operadora móvel virtual (MVNO) Datora Mobile passa a se chamar Vodafone Brasil. A mudança foi oficializada a partir desta quinta-feira, 21, e determina o início das negociações com multinacionais que atuam no mercado brasileiro, mas têm parcerias com a Vodafone no mercado internacional. Mas não se trata apenas de marca: a ideia é oferecer, além da comunicação máquina-a-máquina (M2M), serviços de voz e dados móveis para o mercado corporativo.

"A ideia é que a empresa cubra não apenas M2M, mas também voz e dados básicos, além de outros tipos de soluções de conectividade e acordos de nível de serviço (SLA)", declara o diretor da área de parcerias da companhia britânica Ravinder Takkar, que está no Brasil para o anúncio oficial da operação e para se reunir com potenciais clientes. De acordo com o conselheiro de administração da Datora Telecom, Wilson Otero, a expectativa da empresa é de lançar esses serviços de telefonia móvel até o segundo trimestre de 2014. "Já desenvolvemos (a solução) de mãos dadas com o time da Vodafone", revela.

A MVNO tem contrato com a TIM, atuando na mesma área de cobertura da operadora no País. Os planos de voz e dados oferecidos, pelo menos em um primeiro momento, serão somente com a tecnologia 3G, segundo Otero. A tele também fornece a infraestrutura que é utilizada para oferecer a comunicação M2M.

Prospecção

Ravinder Takkar preferiu não se comprometer ao falar sobre planos de médio e longo prazo da Vodafone no mercado nacional, limitando-se a comentar a parceria com a Datora Mobile. "O Brasil era um dos países onde não tínhamos essa capacidade para dar suporte transparente", diz, ressaltando vantagens de poder contar com plataformas e suporte oferecidos pela matriz. "A ideia por trás disso é poder servir consumidores multinacionais pelo mundo que têm presença no Brasil, assim como multinacionais que estão no Brasil e têm interesse."

A Vodafone conta com 1.500 clientes globais, vários deles com atuação brasileira. "Para nós, é uma maneira de estarmos prontos para novos desafios, não apenas para suportar a base global, mas também oferecer em breve aos brasileiros multinacionais os serviços da Vodafone em outros países", diz Wilson Otero. Mas ele diz que não há urgência nas negociações de novos contratos: "Não estamos na pressa de mover todos os usuários para nossa base imediatamente, vamos fazer o passo a passo, é importante fazer as coisas certas da maneira certa". Segundo os executivos, as negociações não foram particularmente complicadas no País, apesar de ter havido intervalo de três meses entre o anúncio e a efetivação da marca em substituição à antiga Datora Mobile.

M2M

Tampouco as barreiras burocráticas do mercado nacional foram empecilhos para a chegada da Vodafone, garantem os executivos. Mas se trata de um problema real – o Fistel cobrado para as comunicações M2M ainda é uma das reclamações das operadoras e justificativa para o avanço tímido do mercado brasileiro. De setembro a outubro, o País cresceu 1,7% (ou cerca de 140 mil novas linhas) no mercado máquina-a-máquina. Das adições, 93% foram somente da Vivo, a segunda colocada (com 26,9%). A líder de participação é a Claro, com 43,9% de share. No total, são 8,173 milhões de acessos M2M.

"Impostos são para todos", ameniza Otero. "Tem que trabalhar com as agências e o ministro (das Comunicações, Paulo Bernardo), eu dedico 30% do meu tempo para lidar com isso. Acreditamos que em um futuro breve, vamos achar uma solução melhor", declara

Anatel aprova participação de 19,9% do BNDESPar na Datora, que vai abrir seu capital.

abstrata 04O conselho diretor da Anatel concedeu, nesta quinta-feira (21), a anuência prévia para a entrada do BNDESPar no controle societário da operadora de MNVO brasileira, a Datora, com 19,9%, investimento correspondente a R$ 39 milhões. Além da mudança acionária, a empresa pretende também abrir seu capital, e precisava da autorização da Anatel para fazer a sua IPO. A aprovação se deu com alguns condicionantes principalme porque a agência entendeu que a participação do banco na empresa será de pouca duração, já que, assim que for feita a compra das ações, o banco deverá sair do seu controle.

A aprovação do ingresso do BNDESPar no capital da operadora tem vários condicionamentos, conforme proposta do conselheiro Jarbas Valente, e confirmadas pelo conselheiro Rodrigo Zerbone, que pediu vista da matéria. Isto porque, o banco participa como controlador direto e indireto também na Telemar Participações, Oi, Brasil Telecom e Sercomtel (através da Copel). E, na Datora, embora com menos de 20% das ações, o BNDESPar teria direito de indicar um representante no conselho de administração. Esta indicação, pelas regras de telecomunicações, implica controle, e, consequentemente, coligação entre esses grupos, o que é proibido pela atual legislação.

Zerbone salientou, em seu voto, que a participação do BNDESPar é transitória e visa apenas garantir o aporte de recursos para ampliação e consolidação dos serviços ofertados pela empresa. Visa igualmente criar cenário favorável para o lançamento de Oferta Pública Inicial de ações (IPO) em bolsa de valores, num prazo previsto de 24 meses após a assinatura do acordo, podendo o BNDESPar se retirar do quadro societário da empresa a partir do terceiro ano de vigência do acordo. “Tal peculiaridade permite que seja aprovada a operação, mesmo com as restrições regulatórias e desde que sejam aplicados os condicionamentos propostos”, disse. O conselheiro recomendou que esses condicionamentos sejam de caráter mandatório.


Entre os condicionamentos aprovados,  estão que o o banco não participe de decisões da operadora e que seja submetida previamente à Anatel de qualquer alteração nos termos ou condições societárias constantes do Acordo de Acionistas celebrado entre a operadora e o banco.(Da redação)

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Anatel aprova ingresso do BNDES no capital da Datora



:: Luís Osvaldo Grossmann
:: Convergência Digital:: 21/11/2013
A Anatel deu a anuência prévia à Datora para o ingresso do BNDES, via BNDESPar,  no capital da empresa. Primeira operadora ‘virtual’ do país, a empresa tem parcerias com a TIM e a Porto Seguro e um acordo para o uso da marca Vodafone em operações M2M. 
Com destaque ao caráter temporário da participação, o Conselho Diretor da agência, que se reuniu nesta quinta-feira, 21/11, inseriu considerações sobre as restrições para que o BNDES participe de reuniões da administração da Datora, tendo em vista que o banco também integra o controle acionário de outras empresas do setor.
Essa “participação transitória”, deve durar cerca de três anos e, segundo os interessados, garante “aporte de recursos para ampliação e consolidação dos serviços ofertados, bem como cria “condições favoráveis para lançamento de uma oferta pública inicial de ações”. O BNDESPar vai injetar R$ 39 milhões e dessa maneira ficará com 19,9% do capital da operadora. 

Redução nas tarifas de interconexão impacta receita das teles móveis



:: Convergência Digital
:: Convergência Digital:: 21/11/2013
As vendas de smartphones impulsionaram o crescimento do mercado de telefonia móvel na América Latina em 2012, embora a penetração de serviços de banda larga móvel continue baixa na região devido a preços altos e baixa qualidade do sinal, revela o  Latin American Mobile Services Markets Outlook II, 2012, da Frost & Sullivan. A pesquisa aponta ainda que o mercado de telefonia móvel da região gerou US$ 81,03 bilhão em 2012, e deve crescer para US$ 110,30 bilhões em 2018, a uma taxa média de 5,3%. O estudo cobre seis países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Venezuela.

Apesar de registrarem taxas de penetração de celular acima dos 100%, os serviços móveis ainda têm potencial na América Latina, devido à crescente demanda por serviços machine-to-machine (M2M) e de banda larga. Inclusive, a expectativa é de que as tecnologias móveis se tornem uma alternativa aos serviços de banda larga fixa em muitas regiões mais remotas do continente. “As operadoras também estão cada vez mais focadas na convergência entre serviços fixos e serviços móveis, com diversos grupos promovendo fusões entre as duas unidades de negócios para poderem oferecer serviços multi-play”, acrescentou a analista de TICs da Frost & Sullivan, Georgia Jordan.

O mercado de serviços de voz móvel, no entanto, está ficando saturado em alguns países, o que limita as oportunidades de expansão. Cortes de reguladores nas tarifas de interconexão também afetaram os resultados das operadoras móveis, uma vez que o uso de rede representa mais de 25%  das receitas totais das companhias, forçando-as a buscarem novas fontes de receita. Além disso, o uso de dados na região, embora também represente mais de 25% das receitas das operadoras, está concentrado principalmente em serviços de SMS de baixo valor, e não em banda larga móvel, o que reduz a receita média por usuário dos serviços de dados.

A demora de reguladores em liberar espectro e restrições regulatórias sobre ofertas convergentes também seguram o mercado em alguns países da região, enquanto que iniciativas regulatórias como portabilidade numérica e a regulamentação de operadoras móveis virtuais (MVNOs) não tiveram os efeitos esperados no cenário competitivo da América Latina, que é altamente concentrado, o que resulta em serviços de baixa qualidade e altos preços. 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Governo planeja subsidiar R$ 70 bilhões para smart grid via BNDES

:: Luís Osvaldo Grossmann
:: Convergência Digital :: 13/11/2013
O governo há anos tateia números e estudos com o objetivo de construir uma política pública para as redes inteligentes de energia elétrica, no mais das vezes tratadas pelo termo em inglês smart grid. Ela ainda não existe, mas começa a circular a ideia de financiar a troca de equipamentos via BNDES com juros amigáveis. Em troca, nada de impacto nas tarifas de eletricidade. 
Os termos dessa estratégia estão sendo costurados pelas secretarias de inovação e de desenvolvimento da produção, ambas do Ministério do Desenvolvimento. Segundo o titular da primeira, Nelson Fujimoto, ao viabilizar os créditos pelo banco de fomento, a política sai amarrada à indução do uso de equipamentos nacionais na modernização das redes das distribuidoras de energia.
Não é pouca coisa. Nas contas do governo são necessários US$ 32 bilhões – ou mais de R$ 70 bilhões em dinheiro de 2013 – para promover toda a substituição dos equipamentos necessários, desde os switches aos 74 milhões de medidores de energia residenciais, comerciais e industriais do país. É uma operação que envolve nada menos do que 63 concessionárias de distribuição de energia.
Nessa linha, o BNDES ofereceria o dinheiro para as ‘redes inteligentes de energia’ em condições especiais – na prática, pelo sistema de equalização de juros, no qual o Tesouro cobre a diferença entre a taxa subsidiada e a praticada pelo mercado. O objetivo é incentivar as distribuidoras a comprarem e instalarem os novos equipamentos.
“Existe um grande mercado de equipamentos. Se não agirmos de forma integrada, podemos gerar ainda mais problemas para a balança do setor eletroeletrônico. Com o BNDES, damos o incentivo e amarramos os créditos à compra de equipamentos nacionais”, argumenta o secretario Nelson Fujimoto. “Daí que isso tem que caminhar paralelamente à uma nova PPB”, completa.
Significa, portanto, que também está sendo preparado esse Processo Produtivo Básico voltado a equipamentos necessários ao smart grid. Por isso a lógica de usar o BNDES, que induz o uso dos recursos à compra de aparelhos com PPB. O plano ainda não foi combinado com a Fazenda, mas esse pode nem ser o maior nó para que ele se materialize.
Acontece que as distribuidoras tendem, naturalmente, a insistir que os aportes necessários ao smart grid sejam compensados nas revisões tarifárias. “O problema é o ressarcimento desses investimentos”, lembra o secretario de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ildo Grudtner. Não por menos, explica ele, “ainda estamos estudando o custo-benefício” das redes inteligentes.
Para o MDIC, a solução via BNDES poderia endereçar também essa questão. Como o objetivo é não repassar os investimentos às contas de luz, a lógica seria a de que os benefícios vieram na forma daqueles juros subsidiados. No mais, a tendência é de que o smart grid seja efetivamente um investimento que se paga, especialmente, no caso brasileiro, pela redução das ‘perdas não técnicas’, jargão para o furto de energia, que a depender da distribuidora chega a 30%.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Exclusive: Telefonica likely to back Telecom Italia cash call, eyes TIM sale


A man walks past Telefonica's building in central Madrid March 26, 2013. REUTERS/Juan Medina
MADRID/LONDON/MILAN | Wed Nov 6, 2013 10:06am EST
(Reuters) - Spain's Telefonica is set to agree on an overhaul of Telecom Italia finances, including a likely cash injection of up to 2 billion euros, as it tightens its grip on the group and eyes a sale of its Brazilian unit TIM in 2014, multiple sources familiar with the strategy said.
Telecom Italia's board, controlled by Telco, an investment vehicle that Telefonica has agreed to progressively take over, is due to meet on Thursday to review cost-cutting, debt-reduction and growth strategies.
Apart from a possible capital increase of up to 2 billion euros ($2.7 billion), other options under consideration include sales of assets such as the group's mobile towers in Italy or its Argentinian unit, and a dividend cut, the sources said. No decision has yet been made on any of these.
Telefonica declined to comment, and Telecom Italia did not respond to a request for comment.
If the Spanish telecom operator, which bought into Telecom Italia six years ago when the local government sought a white knight to put off other foreign buyers, succeeds in getting approval to sell TIM Brasil, it will be a sign that it has gained the upper hand in the loss-making investment that has been a major headache in recent years.
A decision on the sale of TIM, which is the second-biggest mobile carrier in Brazil behind Telefonica's own Vivo, will not be made on Thursday, said the people familiar with the situation.
But in order to advance toward that end, the sources said Telefonica has no alternative to putting more money into Telecom Italia in order to buy time and prepare the TIM sale, although such a move is risky because the Spanish company is racing to reduce its own debt load.
TIM may have to be broken up between the existing mobile operators in Brazil instead of an outright sale to one of them because of the government's desire to prevent price rises. Brazil's government would have to sign off on the deal.
"A 1.5 billion euros to 2 billion euros cash boost through a convertible bond or a rights issue is on the cards. Selling Argentina is also a possibility," one person who discussed the matter with the Spanish group said on condition of anonymity, echoing the views of eight other people familiar with the matter.
"The end-game is to split TIM and sell it in chunks but that won't happen until at least the second half of next year. So they need to buy time," the person added.
The sources said Brazilian antitrust authorities were slowly being won over to the idea that TIM could be split between two or three operators, but a green light could still be several months away.
Telefonica will also want to have completed its purchase of German competitor E-Plus and the sale of its Irish and Czech units before moving forward with another major deal.
Other Brazilian players America Movil and OI, both potential buyers of TIM assets along with Telefonica's local unit, will also need six to nine months to put their houses in order and make such an investment, the sources said.
This leaves Telefonica in need of short-term solutions for the Italian group, which is battling to cut almost 29 billion euros of net debt.
BUY TIME
Telefonica will have to tread a fine line between investing more into Telecom Italia to maintain its grip over it long enough to sell TIM while at the same time not consuming excessive financial firepower and staying clear from fully controlling the group, which would negatively impact its debt.
Insiders in Madrid, Milan and London say that Italian authorities are concerned Telefonica might exit Telecom Italia once the sale of the Brazilian crown jewel is completed.
In order to keep the Italian government on side, the Spanish group is being asked to show its commitment by taking up its part of a capital hike and supporting higher investment in fixed networks.
"Telecom Italia doesn't want to sell (TIM) although the goal of Telefonica is to force the sale. That might not come before 2015 as general elections in Brazil in October 2014 may make it politically difficult," Nomura analysts Frederic Boulan and James Britton told Reuters.
"At the same time, Telefonica needs to implement changes to convince co-investors in Telco to tag along as their exit window re-opens in June 2014... The challenge for Telefonica is to control or at least influence decisions at Telecom Italia but without consolidating it."
PRESSURE ON
Telefonica Chairman Cesar Alierta last month offered assurances to Italian Prime Minister Enrico Letta over investments and employment but he gave no indication he was ready to inject more money into the company.
He may eventually have no other choice as the risk is high of a downgrade, which Telecom Italia cannot afford as a peak in debt maturities looms in 2014.
Standard and Poor's and Fitch credit rating agencies both rate Telecom Italia just one notch above junk status and have placed it under negative watch.
Moody's last month went one step further and stripped the group of its investment grade, with a negative outlook attached.
"In order for a capital increase to be material enough to reverse our decision it should be 4 billion euros to 5 billion euros... A 1 billion euros to 2 billion euros capital increase will not be sufficient to take positive action. The rating, even at the new level, is weakly positioned," Moody's analyst Carlos Winzer told Reuters.
"Remaining possibilities including the disposal of non-core assets and the implementation of a clear, more concise, focused operating strategy, will take time to implement... We have little confidence in the company achieving underlining performance targets." ($1 = 0.7421 euros)

(Editing by Fiona Ortiz and Peter Graff)