segunda-feira, 29 de abril de 2013

O Brasil na onda das smart grids


A AES Eletropaulo, maior concessionária de energia do Brasil, lança seu projeto de rede elétrica inteligente e oficializa o começo do primeiro grande teste da tecnologia no país

Germano Lüders/EXAME.com
Soares (à dir.), Maria Tereza e Simonaggio, da AES
Soares (à dir.), Maria Tereza e Simonaggio, da AES: monitoramento em tempo real de 60 000 clientes

São Paulo - Ao longo dos últimos dois anos, várias concessionárias de energia do Brasil começaram a se aventurar num terreno ainda inexplorado por aqui: a instalação das chamadas smart grids, ou redes inteligentes de energia elétrica.
Na prática, isso significa que elas escolheram algum município dentro de sua área de concessão para trocar, pela primeira vez, os medidores eletromecânicos de consumo dos clientes por medidores digitais inteligentes.
Parece pouco, mas a ação tem o poder de mudar de maneira radical a forma como cada um de nós lida com a energia que ilumina nossas casas. Até hoje, as empresas de energia elétrica recebem as informações sobre o consumo dos clientes apenas uma vez por mês, graças ao trabalho dos leituristas, e também só sabem sobre um problema no fornecimento se alguém ligar para reclamar.
Com o uso do medidor inteligente e de toda a parafernália tecnológica que a ele deve estar atrelada — uma rede elétrica automatizada e um sistema robusto de transmissão de dados —, é possível monitorar o consumo de cada cliente em tempo real.
Eventuais falhas também são percebidas imediatamente. Trata-se de uma guinada sem precedentes para as concessionárias, pois suas incursões nessa seara vinham sendo conduzidas até então numa escala bem modesta.
A portuguesa EDP, por exemplo, foi pioneira no país e começou a testar a viabilidade de uma rede inteligente de energia em Aparecida, município paulista de 35 000 habitantes, em 2011. Lá, a concessionária finaliza a troca do medidor analógico pelo digital inteligente para a totalidade de seus 13 000 clientes até meados de maio.
Em Minas Gerais, a Cemig instalará o equipamento para 8 000 clientes na região de Sete Lagoas, município vizinho a Belo Horizonte, até abril de 2014. Hoje, 3 200 medidores já estão em operação. A novidade é que a AES Eletropaulo também decidiu entrar na era das smart grids, e isso deve mudar completamente a escala do jogo.
Seu projeto é proporcional ao seu tamanho, o de maior concessionária do país em faturamento e consumo de energia, com 6,5 milhões de consumidores. A empresa deverá munir todos os 60 000 clientes de Barueri, cidade vizinha à capital paulista com 250 000 habitantes, de medidores inteligentes até 2015.
“Trata-se do primeiro grande teste de smart grids no país”, diz Britaldo Soares, presidente da AES Brasil, holding dona da Eletropaulo. Para executá-lo, a empresa vai investir 71 milhões de reais nos próximos três anos.
Desse volume, 32 milhões de reais vêm de um percentual da receita líquida que ela, por determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica, é obrigada a investir em pesquisa e desenvolvimento. O restante é um desembolso voluntário.
Por trás do desejo da AES Eletropaulo de testar a viabilidade da smart grid em Barueri, para então expandi-lo para toda a sua área de concessão, há uma série de razões. A primeira delas é que a rede inteligente permitirá à empresa detectar de maneira muito mais fácil as fraudes, o que ajudará na redução das perdas comerciais.
A AES Eletropaulo não divulga o que é isso hoje em dinheiro, mas revela que, em 2012, cerca de 4% da energia que distribuiu foi perdida por meio de práticas ilícitas, como adulteração de medidores e ligações clandestinas — o suficiente para abastecer por dez meses o município de Santo André, na Grande São Paulo, com 670 000 habitantes.
Hoje, para identificar um desvio suspeito no padrão de consumo de um cliente, a empresa precisa esperar, pelo menos, um mês. Com o monitoramento de distribuição da energia em tempo real, qualquer dissonância virá à tona com muito mais rapidez. “Nossa estimativa é que a rede inteligente nos ajude a diminuir as perdas comerciais em Barueri em até 30%”, afirma Maria Tereza Velhano, diretora regional da AES Eletropaulo.

  A implantação da smart grid não vai beneficiar apenas o caixa da Eletropaulo. Ela também tem potencial para favorecer o consumidor de diferentes maneiras. Para começar, a smart grid permite que vários consertos na rede, assim como o simples religamento da energia cortada, hoje feitos in loco, possam ser realizados de maneira remota.

Não é uma vantagem trivial, sobretudo para os clientes de uma concessionária cuja área de concessão é famosa por ter o tráfego de veículos mais intenso do país.
O tempo médio que um cliente espera para ter seu problema resolvido pela empresa é 3 horas. Num dia crítico, porém, com tempestades e recorde de congestionamento, essa espera pode chegar a 9 horas. “Por isso, quanto menos deslocamentos as equipes fizerem, melhor”, diz Sidney Simonaggio, vice-presidente de operações da concessionária. “Ganham o cliente e a empresa, que reduz seus custos operacionais.”
Gestão de consumo
Com a adoção da smart grid, o consumidor também passa a ter nas mãos uma ferramenta para gerenciar seu uso de energia. Desde a penúltima semana de abril, os 3 200 clientes da Cemig que já ganharam medidores inteligentes passaram a ter acesso a um site na internet que lhes permite monitorar seu consumo de energia diariamente.
Os 60 000 clientes da AES Eletropaulo em Barueri também poderão fazer o mesmo. O maior benefício para eles será sentido a partir de março de 2014.
Nesse mês, passará a valer para os consumidores de baixa tensão, como residências e pequenos comércios, a chamada tarifa branca — ou preços diferenciados para a energia, dependendo da hora que ela for consumida.
Ou seja, será possível economizar ao consumir fora dos horários de pico. Por isso, a adoção da smart grid tende a beneficiar o meio ambiente, já que incentiva um uso mais racional do recurso — esse é um dos aspectos que vêm impulsionando a disseminação dessas redes na Europa.
Para os europeus, outro atributo valioso da smart grid é que ela permite a geração distribuída — ou o uso das casas dos consumidores para a geração de energia em pequena escala com a instalação de painéis solares e microgeradores eólicos. Cada consumidor se transforma, assim, em uma miniusina de energia. “Na Europa, as concessionárias pagam ao consumidor pelo excedente gerado”, diz Jeferson Marcondes, gestor executivo da EDP Bandeirante.
Portugal tem hoje aproximadamente 20 000 consumidores que são também microgeradores de energia. No Brasil, a geração distribuída ainda não é uma realidade. Com a smart grid da AES Eletropaulo e de outras concessionárias, porém, há agora expectativa de que ela possa decolar no país num futuro menos remoto.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Projetos europeus em “smart grids” com 1,8 mil milhões de euros

Investimento em 281 projetos de investigação, desenvolvimento e demonstração em 2012. Portugal conta apenas com um, o InovGrid.

A Comissão Europeia publicou hoje o relatório actualizado “Smart Grid projects in Europe: lessons learned and current developments“, sobre as iniciativas de “smart grid” e “smart metering” na União Europeia, Croácia, Suíça e Noruega, com o foco principal a incidir nos investimentos em projectos de investigação, desenvolvimento e demonstração de “smart grid”. Um outro relatório sobre “smart metering” deve ser revelado ainda este ano.
Nesta actualização, foram identificados 281 projectos, que obtiveram investimentos de 1,8 mil milhões de euros, revelou a Comissão em comunicado.
Reino Unido, Alemanha, França e Itália são os principais investidores em projectos de demonstração de “smart grid”, enquanto a Dinamarca é a mais envolvida em investigação e desenvolvimento. Os projectos acima de 20 milhões de euros têm vindo a crescer, passando de 27% em 2006 para 61% em 2012.
“Utilities” e energéticas são as empresas mais envolvidas nestes projectos, seguindo-se as universidade e os centros de investigação, fabricantes, negócios de TI e de telecomunicações, e operadores de sistemas de transmissão.
As principais barreiras aos projectos, considera a Comissão, é a falta de interoperabilidade e de normas, barreiras regulatórias e resistência dos consumidores à participação em testes.
Em Portugal, é registado apenas um único projecto, o InovGrid, que decorre desde 2008 e termina este ano, liderado pela EDP Distribuição.

MVNO em operação no Brasil


Porto Seguro e Datora

A Porto Seguro foi a primeira operadora móvel virtual a entrar em operação no Brasil. A Anatel reportou os primeiros celulares da Porto Seguro em 17/08/2012 e da Datora em Fevereiro de 2013.


MVNO Jul/12 Ago/12 Set/12 Out/12 Nov/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13
Porto Seguro 2.000 8.000 8.000 8.000 8.000 8.000 22.239 35.377 41.377
Datora - - - - - - - 1.000 1.000


A Porto Seguro adotou o modelo da autorizada de rede virtual e utiliza a rede da TIM.

A Datora Telecom é a responsável pela operação, gestão de tráfego, emissão de contas e acordos de interconexões.

A Porto Seguro Telecom é a responsável pelo atendimento a clientes. A Ericsson foi escolhida para desenvolver e instalar toda a plataforma de telefonia da parceria Datora Telecom/Porto Seguro.


Os termos de autorização com a Anatel foram assinados em 17 de novembro de 2011.

Datora Mobile

Após pesquisar sobre o mercado de M2M (machine to machine) no Brasil,

A Datora Mobile entrou em operação em Nov/12 com uma plataforma M2M (machine to machine), que pode ser gerenciada pelos clientes. Ela pretende atuar em serviços M2M de medição industrial, segurança patrimonial para smart meter, rastreamento de veículos, telemetria, entre outros.

sábado, 13 de abril de 2013

Smart grid é prioridade em plano de R$ 3 bi do governo

 

:: Convergência Digital
:: Convergência Digital :: 01/04/2013
A Finep, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES/MDIC) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel /MME) anunciaram nesta segunda-feira, 01/04, um acordo de cooperação técnica para a criação do Plano de Apoio à Inovação Tecnológica no Setor Elétrico – Inova Energia. O orçamento será de R$ 3 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão da Finep, R$ 1,2 bilhão do BNDES e R$ 600 milhões da Aneel.

O lançamento aconteceu durante o Fórum Abinee tec 2013, evento que acontece esta semana na capital paulista, com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, do presidente da Finep, Glauco Arbix, do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e do diretor da Aneel, André Pepitone.

"Este é um programa no âmbito do Plano Inova Empresa, e que promove a integração entre instrumentos e diferentes instituições", explicou Glauco Arbix. A atuação conjunta dos três órgãos propiciará maior coordenação das ações de governo no fomento à inovação e uma melhor integração de instrumentos de apoio a pesquisa, desenvolvimento e inovação disponíveis para o setor de energia. "As empresas selecionadas terão a oportunidade de ter acesso a crédito em condições diferenciadas, subvenção econômica e financiamento não reembolsável a pesquisas realizadas em ICTs [instituições científicas e tecnológicas], dentre vários outros instrumentos", destacou o ministro Raupp.

O plano fomentará planos de negócios que contemplem: atividades de pesquisa, desenvolvimento, engenharia e absorção tecnológica; produção e comercialização de produtos; e processos e serviços inovadores. Dessa forma, o Inova Energia contribuirá para o desenvolvimento de empresas e tecnologias brasileiras da cadeia produtiva de redes elétricas inteligentes, energia solar e eólica, veículos híbridos e eficiência energética veicular. O edital de seleção já está disponível.

Pelas estimativas da Finep, empresa pública vinculada ao MCTI, o Inova Energia deverá destravar uma necessidade de financiamento de projetos de R$ 1,8 bilhão para 2013. "Na nossa visão, inovação é quando o produto chega ao mercado", diz o superintendente da Área de Financiamento da agência, Ricardo Jabace.

O público-alvo do programa são grandes e médios fabricantes de equipamentos. Mas, segundo o superintendente, empresas de menor porte poderão participar, desde que estejam associadas a grupos maiores. No caso das companhias estrangeiras com representatividade no país, "haverá prioridade para as que façam transferência de tecnologia", ressalta o chefe do departamento de Energias Tecnologias Limpas da agência, Alexandre Velloso.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Governo precisa incentivar o FTTH, afirma Huawei

Teletime
terça-feira, 9 de abril de 2013, 17h16

Tela Viva Movél 2013

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Apesar do crescimento mais modesto, a banda larga fixa foi um dos destaques do Balanço Huawei da Banda Larga, apresentado nesta terça, 9, em São Paulo. Para a companhia, a solução que deve ser adotada é uma só: fiber-to-the-home (FTTH), se possível com ajuda do governo para a implantação da fibra em residências. Isso porque, apesar da demanda atual ainda ser compatível com outras tecnologias como DOCSIS 3.0 e FTTC (fiber-to-the-curb), os acessos simultâneos acabarão por deixar mais evidente a necessidade por maior largura de banda, acima dos 100 Mbps.
O problema é que, para isso, os investimentos precisam ser mais avançados. Segundo o presidente da Teleco, Eduardo Tude, a Europa está com um programa agressivo para recuperar o tempo perdido com a instalação de infraestrutura ótica na região, que é considerada deficiente. Em comparação, citando um estudo do FTTH Council, seria necessário um investimento de 192 bilhões de euros para instalar fibra em todos os domicílios europeus, considerando que a região conta tipicamente com construções antigas, que dificultam o acesso. Com base nessa estimativa, Tude afirma que o valor para o Brasil seria de R$ 100 bilhões.
Além disso, outro desafio para a implementação do FTTH é o take-up rate, isto é, a quantidade de domicílios assinantes efetivos em relação à quantidade de homes-passed. Segundo o balanço da Huawei, essa taxa é mais alta nos Estados Unidos, com 42,3%; seguidos da Rússia, com 38,3%; e Europa, com 17,9%. No Brasil, o take-up rate é ainda menor. Considerando números da Telefônica/Vivo apenas, a proporção é de 10,77% (são 1,04 milhão de homes-passed e 112 mil acessos FTTH), o que representaria a taxa nacional – Tude considera os números da Oi e de provedores menores insipientes para o cálculo. "A Vivo está crescendo pouco (foram apenas cem mil novos acessos fixos de banda larga em 2012) porque está priorizando o FTTH", diz ele. Para termos de comparação, no ano passado a operação do grupo Embratel/Net cresceu 1,01 milhão de acessos de banda larga fixa (incluindo outras tecnologias, como xDSL); a Oi, 760 mil; e a GVT, 490 mil, segundo dados do Balanço Huawei.
Ajuda do governo
Assim, a Huawei dá bastante importância ao acesso mais facilitado à fibra no Brasil. O CTO e diretor latino-americano da empresa, José Augusto de Oliveira Neto, explica que políticas públicas poderiam ajudar. "É necessário que o governo passe a reconhecer que a fibra é a base da revolução tecnológica", afirma. Ele sugere leis que possam exigir espaço para infraestrutura de telecomunicações em construções. "Isso é feito atualmente, mas não é exigido. Se for feito com fibra, já facilitaria muito". Oliveira Neto lembra que nos EUA, mesmo com o maior take-up rate do mundo, há um programa para estimular a implementação da infraestrutura ótica.
O CTO afirma que a oferta de FTTH atual no Brasil existe justamente por conta da concorrência das companhias menores. "As incumbents estão sendo atacadas, por isso oferecem fibra. Mas isso já prejudica o take-up rate", explica.
Entretanto, as oportunidades no mercado existem em médio e longo prazo com o aumento da demanda de velocidade, além de uma demanda por IPTV. Isso fica evidenciado com o caso da operadora norte-americana Verizon, que observou a oferta de TV por fibra ter crescimento equivalente ao aumento da banda larga fixa com cabos óticos, chegando a 5,4 milhões de assinantes da FiOS Internet e 4,7 milhões da FiOS TV.
O grupo Net/Embratel vem crescendo, assumindo a primeira posição no mercado de banda larga fixa no País após ter o maior número de adições líquidas em 2012. Já a GVT empurra os provedores a oferecer cada vez mais velocidade: na base de assinantes da companhia, 80% possuem conexões acima de 10 Mbps, e a empresa já aumentou a velocidade mínima ofertada para 15 Mbps. Mas essas empresas ainda precisam de maior capilaridade.

sábado, 6 de abril de 2013

Reestruturada, Anatel deve focar defesa da competição

:: Luís Osvaldo Grossmann e Luiz Queiroz
:: Convergência Digital:: 05/04/2013
Ao buscar acompanhar as mudanças no mercado de telecomunicações, a reestruturação da Anatel deixará a agência mais próxima de temas de defesa da concorrência – tema que é reforçado no novo desenho interno do regulador e que começa a ser implantado na prática neste mês.
O raciocínio é do superintendente de Serviços Privados da Anatel, Bruno Ramos, levando em consideração uma alteração fruto da convergência tecnológica – serviços e tecnologias não estão mais obrigatoriamente casados, o que dá sentido à própria modificação administrativa da agência.
“Por que a Anatel tem 40 serviços? Porque surgia uma tecnologia, criava um serviço. Era um serviço por equipamento. Uma clara mistura entre serviço e tecnologia. Isso não existe mais. A tecnologia evolui”, destaca Ramos, que está se afastando da Anatel para assumir o escritório da União Internacional das Telecomunicações para as Américas.
Ele acredita que a regulação por temas será mais eficiente. “Hoje são três áreas: serviços privados, públicos e comunicação de massa, cada uma com suas regulamentações. Talvez, com a convergência de serviços, eu precise ter uma só, e é isso que está acontecendo. Defesa da concorrência tem em cada área. Então se junta, porque as pessoas pensando em comum podem agir de forma mais objetiva, mais eficaz”, cita.
O exemplo se adequa ao raciocínio de que a mencionada convergência pode fazer com que os diferentes serviços de telecomunicações sejam prestados sobre a mesma plataforma tecnológica – mesmo os serviços de voz vêm migrando para o mundo IP. Ao não misturar serviços com tecnologia, a própria atuação da Anatel deverá centrar-se mais sobre os primeiros.
“Serviços é mais defesa da concorrência. Ou seja, alinhada essa nova estrutura com esse novo cenário. Lembre-se que estamos criando uma superintendência de defesa da concorrência. Algo que hoje está em nível de gerência. Portanto, a Anatel está subindo o nível desse tratamento”, avalia Ramos.
Consolidação
O superintendente sustenta, no entanto, que o modelo que vigorou até aqui foi eficaz. “Em 2000, quando a Anatel tomou a decisão de vender as bandas C, D e E, e já tinha A e B, diziam que nunca teríamos cinco competidores. Não teve a banda C, mas teve D e E e depois o quinto competidor, que também diziam que não íamos conseguir vender”, lembra, mencionando os leilões de frequência para a telefonia celular.
Essa leitura implica na defesa de que o país teve sucesso em fomentar a competição – movimento mais evidente na telefonia móvel, mas amplamente questionável no acesso à Internet, onde existe grande concentração de ofertas nos grupos das concessionárias fixas em suas respectivas áreas geográficas; para não mencionar a telefonia fixa.
Ramos acredita, porém, que nenhum país conseguiu um panorama semelhante. “Acho que estamos na consolidação de grupos. Existe um movimento prático de estabilização de quatro ou cinco grupos de atuação nacional. É um modelo vencedor”, insiste.
“É lógico que existem problemas. Tem um crescimento enorme, uma popularização. Ao mesmo tempo precisa de muita infraestrutura. O Brasil precisa de muito investimento nos próximos anos. A grande busca é achar investimento para a área rural. Nos grandes centros, acima de 100 mil [habitantes], tem incentivo, tem demanda. Mas não nas cidades abaixo”, reconhece. Assista a íntegra da entrevista concedida por Bruno Ramos, à CDTV, do portal Convergência Digital.

Tarifas 9% mais baratas da ligação fixo/móvel e de interconexão do celular já estão valendo




A Anatel publicou hoje no Diário Oficial da União a tabela com os novos valores das tarifas de público das ligações fixo/móvel (VC-1; VC-2 e VC-3) e dos novos valores das tarifas de interconexão da rede móvel (a VU-M), para as celulares e (a VU-T) para o serviço de trunking (Nextel). Com esta tabela, as tarifas das ligações do telefone fixo para o celular ficam 8,77% mais baratas e as taxas de terminação da rede móvel caem um pouco mais: elas irão variar de R$0,40 centavos o minuto na região da Telemar, quando for feita uma ligação para um celular da CTBC (triângulo mineiro) a até R$ 0,30 centavos o minuto quando for feita uma ligação de Londrina, no Paraná, pela Sercomtel, para a operadora Vivo. As taxas de interconexão da rede móvel continuam a ser ainda uma das mais altas do mundo, mas a  meta da Anatel é fazer com que elas tenham redução gradual de mais 20% nos próximo anos.

As tarifas (sem impostos) deverão ser assim praticadas:
Na Região da concessionária Oi:
As ligações fixo/móvel vão ter desconto de R$ 0,10 centavos a R$ 0,04 centavos o minuto a depender de qual operadora de celular que vai receber a ligação.
A VU-M das operadoras móveis será: R$ 0,33 para a Vivo; R$ 0,31 para a Oi; R$ 0,33 para a TIM; R$ 0,32 para a Claro e R$ 0,40 para CTBC Celular; e R$ 0,32 para Nextel
Na Região da Concessionária Brasil Telecom/Oi:

As ligações  fixo/móvel terão descontos de R$ 0,04 centavos o minuto.
A VU-M das operadoras móveis será: R$ 0,32 Vivo e Oi ; R$ 0,31 TIM e Claro; R$ 0,35 CTBC e R$ 0,31 Sercomtel
Na Região da concessionária Telefônica:

As ligações fixo/móvel terão descontos de R$ 0,04 centavos o minuto
A VU-M das operadoras móveis será: Vivo: R$ 0,29 o minuto; Unicel: R$ 0,32 ; Oi R$ 0,30; TIM e Claro R$ 0,32; CTBC R$ 0,35 e Nextel R$ 0,30.

Concessionária Embratel

As ligações interurbanas fixo/móvel (VC-2 e VC-3) terão descontos que variam de R$ 0,10 a R$ 0,04 centavos o  minuto
A VU-M das operadoras móveis será na Região I (Telemar): R$ 0,33 Vivo; R$ 0,30 Oi; R$ 0,31 TIM e Claro e R$0,32 Nextel;
Na Região II (BrT): R$ 0,29 Vivo; R$ 0,31 Oi, TIM, Claro e Nextel;
Na Região III (São São Paulo) : R$ 0,29 Vivo; R$ 0,30 Oi; R$ 0,31 TIM e Claro; R$ 0,32 Unicel; R$ 0,30 Nextel

A Nextel celular poderá cobrar mais 20% sobre o valor da VU-M.

Anatel publica no Diário Oficial novos valores de VU-M


sexta-feira, 5 de abril de 2013, 14h41

Tela Viva Movél 2013

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A Anatel publicou hoje, no Diário Oficial da União, o Ato 2.222, de 4 de abril de 2013, com a nova tabela dos valores de Remuneração de Uso de Rede do Serviço Móvel Pessoal (VU-M) e do Serviço Móvel Especializado (VU-T) para as chamadas originadas nas redes das concessionárias de telefonia fixa (Grupo Oi, Telefônica, CTBC, Sercomtel e Embratel) envolvendo acessos móveis (SMP e SME).
Os valores foram fixados pela agência em razão da não pactuação entre as empresas, conforme previsto no regulamento sobre as tarifas de interconexão entre concessionárias e operadoras do SMP e SME, aprovado em outubro de 2011. Pelo novo regulamento, as concessionárias Oi S.A (Brasil Telecom), Telefônica, CTBC Telecom, Sercomtel e Embratel tiveram redução de 8,77% no valor das tarifas. A Telemar Norte Leste S.A teve redução de 18,60%.

EDP leva Inovcity para o Espírito Santo


EDP leva Inovcity para o Espírito Santo

Com investimentos de R$ 5 milhões, EDP Escelsa vai transformar Domingos Martins e Marechal Floriano em cidades inteligentes

Da Agência CanalEnergia, PeD e Tecnologia
04/04/2013
A EDP Escelsa lançou esta semana o projeto InovCity nas cidades de Domingos Martins e Marechal Floriano, no Espírito Santo. Elas serão as primeiras cidades dotadas de uma rede inteligente de energia no estado. A iniciativa é realizada em parceria com o Governo do Estado, com a Agência de Serviços Públicos de Energia do Espírito Santo e as prefeituras dos municípios, e faz parte da estratégia mundial de investimento em inovação do Grupo EDP, que tem o desenvolvimento de redes inteligentes como um dos seus pilares estratégicos.
O projeto terá um investimento de R$ 5 milhões e prevê a implantação de um conjunto de tecnologias que permitirão uma maior eficiência e qualidade na prestação de serviços ao cliente, como a medição inteligente, iluminação pública eficiente, micro-produção com fontes renováveis de energia, mobilidade elétrica, e ações de eficiência energética.
De acordo com Miguel Setas, vice-presidente de distribuição da EDP, as redes inteligentes se encontram em estágio inicial de desenvolvimento em todo o mundo e a empresa está à frente deste processo na cidade de Aparecida (SP) e na Europa, onde já temos uma experiência muito bem-sucedida, e reconhecida pela Comunidade Européia, na cidade portuguesa de Évora
A cidade de Aparecida foi a primeira beneficiada com a implantação da cidade inteligente pela EDP. O projeto foi viabilizado após homologação, pelo Inmetro, do primeiro medidor inteligente do setor elétrico brasileiro, obtida recentemente pelo Grupo EDP e pela Ecil Energia. No Espírito Santo, o InovCity se inicia com a instalação nas duas cidades de cerca de 5 mil medidores eletrônicos, desenvolvidos no âmbito do programa de Pesquisa e Desenvolvimento da EDP.
Segundo a empresa, a implantação da rede inteligente permitirá detectar mais rapidamente eventuais pontos com interrupção no fornecimento de energia e atuar de forma mais ágil, muitas vezes sem a necessidade de enviar equipes ao local, melhorando a qualidade e rapidez de resposta da empresa. Adicionalmente, simplificará e melhorará a qualidade do processo de leitura dos medidores.
O projeto vai permitir ainda a substituição de lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas, além da substituição de geladeiras e chuveiros para a população de baixa renda. A EDP também vai instalar uma rede de postos de abastecimento na cidade, para incentivar a utilização do veículo elétrico.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

TIM Fiber já planeja vender serviços OTT, mas não em formato combo


TIM Fiber já planeja vender serviços OTT, mas não em formato combo

Rogerio TIM_FiberA TIM Fiber avança em sua oferta de internet banda larga, se aproveitando da rede de fibra óptica instalada nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro
– diferentemente das concorrentes em FTTH, a operadora não precisa construir a rede toda. Por outro lado, a TIM teria desvantagem pela na ausência da oferta combinada de internet com TV, algo que tem elevado a penetração da banda larga fixa da NET, por exemplo, e segurado o número de acessos de telefonia fixa das concessionárias. Mas, na visão de Rogerio Takanayagi, presidente da TIM Fiber, essa desvantagem é bem relativa e terá cada vez menor impacto no negócio. A companhia acredita que o entretenimento online - seja ele gratuito ou pago, como no caso de serviços Over The Top como Netflix e AppleTV – tende a crescer. A própria empresa já tem em seu planejamento a oferta destes serviços – e Takyashi citou também a Sky – mas não de forma casada, reafirma o executivo. Além disso, a regulação do setor no Brasil, que tem exigido maior transparência na oferta de combos e maior padronização, tende a favorecer a oferta de banda larga da TIM. A perspectiva da companhia é chegar ao final do ano com 70 mil assinantes, um salto em relação aos 10 mil usuários do serviço em 2012.


TeleSíntese: A TIM não acredita na convergência fixo/móvel e tampouco nos pacotes combos, conforme declarações anteriores do senhor à imprensa, mas não há certa dificuldade em vender a banda larga sem uma oferta de TV?

Rogério Takanayagi: Hoje, a venda por meio de pacote é uma facilidade especialmente em termos de comunicação como cliente, por meio do discurso compre tudo e pague de uma vez. Mas se o cliente quiser desmembrar o pacote, tirar a banda larga da concorrência e colocar nosso serviço de fibra, o preço permanece o mesmo. Não é uma questão de conveniência econômica.
Além disso, o que temos visto, é um número muito grande de reclamações de fatura e conta nos serviços de telecomunicações. Há duas vezes mais reclamações por fatura do que por qualidade de rede. Como resultado, temos visto um movimento de dar maior transparência aos clientes quebrando os bundlings. Se você quebra os budlings, tem a opção de montar a banda larga da TIM com a TV da Sky, ou outra.


TeleSíntese: O senhor está dizendo que a tendência é a TIM ser favorecida com a padronização na oferta de combos e maior transparência?

Takanayagi: Este processo nos beneficia. Mas, além disso, o preço do pacote combo só é acessível para uma parte da pirâmide social, para toda uma outra camada da população, os pacotes inviabilizam o acesso à internet fixa de qualidade. Se você tentar comprar só a internet de 10 Megabits, as operadoras ou não vendem separado, ou vendem muito caro. Nesse sentido, vemos o combo como uma barreira ao acesso e isso, para nós, é uma oportunidade.


TeleSíntese: Mas há um desafio de ganhar os clientes da alta renda, não?

Takanayagi: Claro que no caso do consumidor de alta renda, que não faz continha na ponta do lápis, demora mais para virar. Isso é verdade no móvel também, o cliente de alto valor é mais desconfiado e tem mais o que fazer do que fazer contas.


TeleSíntese: O senhor acredita que a tendência observada nos Estados Unidos das pessoas buscarem o entretenimento online e não mais na TV paga poderia ajudá-los a entrar nesta classe mais alta?

Takanayagi: Há também este movimento das pessoas perceberem que todo o entretenimento que elas precisam está na internet – e neste sentido o mercado americano está mais avançado. Estamos falando de ofertas como Apple TV e Netflix, opções muito interessantes.


TeleSíntese: Mas então o caminho da TIM é vender Over The Top?

Takanayagi:Neste momento - como não acreditamos em combo, ou a TIM como empresa presa muito pela transparência - podemos até vender um Over The Top, uma Sky, mas não vou forçar o cliente a comprar um ou outro. Se o cliente quiser comprar só a banda larga, teremos esta opção disponível.


TeleSíntese: Então a TIM Fiber poderá vender diretamente esses serviços OTT ou Sky em breve?

Takanayagi:No percurso que desenvolvemos podemos ser um enabler de serviços de TV e OTT. A AppleTV e o Netflix fariam o billing através da gente, mas a gente entrega separado.


TeleSíntese: Atualmente, como está a instalação e oferta da banda larga em fibra óptica?

Takanayagi:Em São Paulo, já temos 700 mil casas disponíveis para venda e, no Rio de Janeiro, mais 120 mil. Fechamos o ano passado com 10 mil clientes e este ano esperamos algo em torno de 70 mil clientes.


TeleSíntese: Para vocês, há alguma dificuldade na instalação da infraestrutura?

Takanayagi:No Rio de Janeiro, houve solicitação da prefeitura de reduzir a intensidade da atividade de construção. Temos uma vantagem em relação ao novo operador porque nossa rede já está construída, mas diminuímos os ajustes por conta da solicitação da prefeitura.


TeleSíntese: Além de São Paulo e Rio de Janeiro, vocês já têm alguma cidade em vista?

Takanayagi:Vamos ficar nas duas cidades, por hora, o que já é um belo desafio. As duas cidades juntas já somam o PIB da Argentina. Queremos garantir qualidade, consistência nos processos e no atendimento. Hoje temos a vantagem de ter custo por cliente conectado entre um terço e um quinto do quaisquer demais player do mercado. Se pensarmos em qualidade, fechamos os dois grandes drivers de crescimento: performance e custo. Com isto muito bem ajustado, faz sentido migrar para outros bairros, mas até o momento queremos garantir o que temos. Estamos investindo muito em processos consistentes e depois pensaremos em expandir.


TeleSíntese: Falando em expansão, a TIM Fiber nasceu da compra da infraestrutura de fibra óptica da AESEletropaulo. O senhor acredita que a interiorização do serviço deve se dar por meio da aquisição de redes?

Takanayagi:Quando compramos a AESEletropaulo, houve inflação no valor percebido da infraestrutura de fibra óptica peloo mercado. Mas, quem pensa em vender para nós não entende é que nós não compramos uma rede de fibra, mas sim o time to market. São Paulo e Rio de Janeiro são cidades complicadas, com muito transito que não pode ser impactado negativamente. Para construir uma rede como a da Eletropaulo aqui [em SP] precisaríamos de de dez anos. Compramos este tempo.


TeleSíntese:Isso significa que fora de grandes centros pode não fazer tanto sentido comprar redes de fibra óptica prontas?

Takanayagi:Em cidades do interior é mais simples construir, não faz sentido comprar ativos no mesmo valor que se comprou a AES. Poderia ter sentido comprar redes, nós gostamos de ativos de infraestrutura, mas o problema é que quando compramos a AES, todo o mercado ficou com a expectativa de que este fosse o valor e para nós não faz sentido este custo.


TeleSíntese:A expansão da TIM Fiber acompanha o investimento do serviço móvel?

Takanayagi:Toda rede de fibra que compramos é para apoiar o serviço móvel. O objetivo é melhorar a qualidade do serviço móvel e a TIM Fiber vai a reboque. Isso nos faz ter um preço tão baixo por assinante, porque vamos a reboque do móvel. Para nós não faria sentido entrar numa cidade com a TIM Fiber e depois apenas com o móvel. Se isso é verdade, já estamos com projeto para atender 14 cidades com fibra para o móvel, e depois ter migração para a TIM Fiber. O número de cidades com fibra pode chegar a 42 nos próximos dois anos.


TeleSíntese:A TIM então está construindo rede e aquisições são projetos secundários?

Takanayagi:Estamos construindo redes. Se, no meio do caminho, aparecer uma infraestrutura interessante que para nós seja um atalho, nos permita comprar tempo, vamos avaliar. Talvez a questão mais interessante neste ponto é que a TIM tem dívida zero no Brasil e isso nos dá uma flexibilidade muito grande para que, se aparecer um ativo interessante, nós comprarmos, mas precisa ser um preço justo.