quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Porto Seguro lança primeira operadora móvel virtual



O relatório da Anatel que mostra a situação da telefonia móvel no último trimestre nos trouxe um fato curioso: a seguradora Porto Seguro iniciou sua operação como operadora virtual de telefonia celular e já possui 2 mil linhas ativas. Mas o que diabos uma seguradora vai fazer como operadora celular? Já dissemos anteriormente que uma MVNO (a sigla que se dá para operadoras virtuais) atua em nichos de mercado, e a Porto Seguro escolheu um: serviços M2M, machine to machine, ou, em bom português, máquina a máquina.
Batizada de Porto Seguro Conecta, a nova operadora irá ofertar, além de serviços de dados e voz, uma solução de conexão de dados para empresas. Através do serviço M2M, a seguradora consegue oferecer o serviço de rastreamento de frota. O serviço já existe há mais tempo, mas com a nova operadora o serviço deve se popularizar com mais força, bem como reduzir os custos para a Porto Seguro. Atualmente, a operadora cobra mensalidade de R$ 105 pelo serviço de rastreamento, valor que cai para R$ 94 caso seja cliente Porto Seguro ou Azul Seguros.
Porto Seguro, uma empresa conectada
A operadora é uma sociedade entre a seguradora Porto Seguro com a Datora Telecom, a primeira empresa a entrar com um pedido de licença MVNO no Brasil. A Datora já está envolvida com outras negociações: a Virgin Mobile, por exemplo, já fechou um acordo com a empresa a fim de garantir a sua prestação de serviços.
A Porto Seguro Conecta utilizará a rede móvel da TIM. Isso significa que os serviços funcionarão onde tem cobertura da TIM, ou, em meio a tantos problemas, quando a rede não estiver congestionada. A operadora deverá ofertar serviços diferenciados de M2M e telefonia móvel para clientes, corretores e funcionários da operadora. Uma bela forma de economizar com telefonia.
Apesar da operadora ser nova, a Porto Seguro já oferece o serviço de rastreamento há mais tempo, utilizando os serviços de M2M de outras operadoras. O serviço conta com 450 mil clientes, e todos os chips serão trocados pelos da operadora móvel virtual até 2014. De qualquer forma, estou muito curioso para ao menos ver um chip da Porto Seguro. Se você tiver a oportunidade de ver um, faça-me o favor de enviar uma foto para oTecnoblog, ok? 

Porto Seguro Conecta espera ter 450 mil linhas ativas até 2014

 



sexta-feira, 24 de agosto de 2012, 14h13




publicidade

A Porto Seguro Conecta, primeira operadora móvel virtual (MVNO) do Brasil, iniciou seu trabalho no País com a instalação de dois mil chips próprios em veículos de segurados e funcionários da Porto Seguro. O total de linhas ativas já apareceu no relatóriode julho divulgado pela Anatel na semana passada na categoria machine-to-machine (M2M). Inicialmente, a operadora atuará em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas já tem planos para expandir o atendimento para todo o Brasil.
O serviço é uma parceria entre a renomada seguradora, a Datora Telecom - responsável pelo planejamento do negócio e operação - e a TIM, que aluga capacidade de rede para a MVNO.
A meta da companhia é instalar o equipamento em todos os veículos que contam com o serviço prestado pela seguradora; ou seja, aproximadamente 450 mil carros terão os SIMcards incluídos até 2014. O objetivo principal é rastrear os veículos, o que pode gerar descontos no valor dos seguros.
De acordo com a Datora Telecom, a próxima fase da Porto Seguro Conecta será o lançamento de produtos e planos de serviço de voz e dados. A estratégia é atender aos clientes, corretores e à própria seguradora com os serviços prestados pela nova empresa.

Metas de Competição: Anatel também quer mexer na tarifa de interconexão


:: Luís Osvaldo Grossmann
:: Convergência Digital :: 27/08/2012
O modelo de tarifação da telefonia celular deve mudar novamente – e o alvo é a interconexão. Seis anos depois de adotar um sistema pelo qual as operadoras devem umas às outras por todo o uso das redes das competidoras, a Anatel quer retornar ao chamado bill & keep parcial, que prevê o acerto de contas apenas a partir de uma determinada quantidade de ligações extra-rede.

A mudança é uma das propostas do Plano Geral de Metas de Competição, regulamento que consiste na adoção de medidas assimétricas de regulação para limitar o poder de mercado das maiores operadoras. Pelo texto, somente haverá remuneração pelo uso de outras redes quando o tráfego sainte for superior a 60% do tráfego cursado entre as prestadoras.

A própria proposta demonstra a preocupação do órgão regulador com a tarifa de interconexão, que no Brasil estão entre as mais caras do planeta. Isso porque já existe uma redução dessas tarifas em andamento – embora o efeito prático seja ainda pequeno. Nas contas da agência, até 2014 o chamado Valor de Uso Móvel (VU-M) deverá cair de mais de quase R$ 0,50 para cerca de R$ 0,30.

A tarifa de interconexão gera problemas no mercado, conforme análise técnica da agência. Um deles é o desbalanceamento nas ligações, com absoluta predominância das chamadas dentro da mesma rede – pelos incentivos para ligações a números da mesma operadora e preços mais altos para chamar um telefone de outra empresa.

A Anatel chama isso de “efeito clube exclusivo”, e seu impacto é crescente. Com base em dados deste ano, calcula-se que de cada 10 minutos de ligações celulares, oito são relativos a chamadas intrarrede. Outro efeito associado é uma tendência de os consumidores manterem chips de várias operadoras, algo que a agência também considera como sinal de ineficiência do modelo.

Ou seja, os usuários possuem, em muitos casos, aparelhos que comportam vários cartões SIM e adota a prática de selecionar, em cada ligação, a opção menos onerosa. Para a Anatel, “essa alternativa, no entanto, traz grandes prejuízos do ponto de vista do bem estar social minando a competição do setor”. Daí o interesse em modificar a fórmula de remuneração.

Para o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, a agência mira no vilão errado com essa proposta. “Não entendo que o problema sejam os baixos preços das ligações on net. Concordo que gera uma distorção no mercado, mas na prática as pessoas têm vários chips e resolvem a questão. Parece melhor atacar diretamente o valor alto da VU-M”, avalia.

Para a agência, no entanto, a prática atual resulta em “um cenário de ausência total de interconectividade de redes, implicando em custos transacionais para os usuários que passam a ter vários aparelhos e relações de consumo com várias prestadoras, inibição de externalidades positivas de rede inerentes a esse tipo de mercado, duplicação de infraestruturas que não são economicamente viáveis, bem como dificuldade de atuação de novos competidores”.

O fato é que a tarifa de interconexão passou a representar uma fatia muito importante do faturamento das empresas – entre 35% e 54% da receita operacional das quatro grandes operadoras. É uma forma de subsídio que, de um lado, garante recursos simplesmente pelo recebimento de chamadas e, de outro, incentiva vantagens aos clientes que ligam para números da mesma rede.

Existe um consenso de que essa tarifa, notadamente nos altos valores praticados, causa uma distorção no mercado móvel. Mas o tema é delicado, pois é justamente o subsídio da interconexão que viabiliza a existência de aproximadamente 200 milhões de celulares pré-pagos no país – 8 de cada 10 aparelhos. A receita com as (poucas) chamadas desses aparelhos não paga os custos de sua operação.

Isso explica a cautela da Anatel nas reduções de VU-M. Adotar o sistema de bill & keep parcial, que vigorou até 2006, parece ser uma outra abordagem para o mesmo dilema. Mas, como qualquer sistema, ele tem riscos – afinal, entre os motivos que levaram a agência a abandonar esse modelo foram malandragens técnicas conhecidas no mercado como by-pass e sumidouro de tráfego.

De qualquer maneira, parece ir se consolidando no regulador a visão nos documentos técnicos que embasaram as reduções da tarifa. “A redução da receita com interconexão redirecionará as prestadoras para a prestação do serviço de originação de chamadas e evitará a oferta de planos de serviço que não guardam coerência com os custos dos serviços prestados, ou, pelo menos, não guardam coerência com os VU-M praticados”. A conferir. 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Volume de dados SMARTGRID

Smart grid 'inflaciona' geração de dados

Convergência Digital - Hotsite Cloud Computing
:: Da redação :: 21/08/2012
As implementações de smart grid, as redes inteligentes de energia elétrica, 'inflacionam' o volume de dados, indica estudo realizado pela Oracle. De acordo com o levantamento, empresas de serviços públicos tiveram aumento de 180 vezes na coleta de dados de medição, além do acesso a novos tipos de informações.

O relatório "Big Data, Bigger Opportunities" ouviu 151 executivos norte-americanos de empresas de serviços públicos. Boa parte se diz preparada para enfrentar essa nova era, mas 45% dos entrevistados assumem que têm dificuldades em compartilhar informações com gerentes comerciais com a rapidez necessária e 50% deles afirmam que perderam oportunidades de oferecer informações úteis aos clientes.

Aprimorar a capacidade de traduzir informações é desejo de 66% dos entrevistados. Sistemas de gestão de dados de medição (MDM, na sigla em inglês) podem ajudar nesse processo. Essa é a opinião de 70% dos participantes da pesquisa que já têm um sistema MDM em operação e estão prontos para administrar a entrada de dados, ao contrário de 51% dos participantes que não possuem esse tipo de sistema.

Nos próximos cinco anos, as organizações de serviços públicos planejam otimizar os dados de smart grid para aprimorar o atendimento por meio de esforços, como programas de reação à demanda, previsão de demandas, conformidade normativa e minimização de cortes no abastecimento

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Em Pelotas, cidadãos são contatados via SMS pela autarquia de água e esgoto


Mobile Time, Da Redação

Na cidade de Pelotas/RS, a autarquia responsável pelo tratamento do esgoto e pela distribuição de água potável, a Sanep, adotou o SMS como canal de comunicação com o público. Implementado há um ano, o sistema é utilizado para avisar cidadãos sobre eventuais erros no formulário de requerimento e para cobrança de dívidas.
Os resultados satisfizeram a diretoria da Sanep. Em março, por exemplo, 70% das pessoas contatadas via SMS sobre parcelamento de dívidas retornaram. E 100% dos 92 consumidores procurados via mensagem de texto para consertarem dados em requerimentos em andamento responderam. Por ano, cerca de 1,1 mil requerimentos internos da Sanep demandam o contato com o cidadão por SMS.
Diariamente, cerca de 600 pessoas procuram guichês da empresa para tirar dúvidas, em geral sobre contas atrasadas. Cada solicitação gera um requerimento. Às vezes, há problemas no preenchimento do formulário, como endereço incorreto. Antigamente, isso atrasava a conclusão do processo, pois demandava um contato telefônico com o cidadão, o que nem sempre obtinha êxito. Por isso, alguns requerimentos ficavam parados por meses. A adoção do SMS agilizou o atendimento. A Sanep utiliza uma plataforma de SMS corporativo fornecida pela Zenvia.


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Cemig e Light criarão empresa para atuar em smart grid


Epoca Negocios, 16/08/12
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Light vão criar uma empresa para atuar no desenvolvimento de tecnologias em energia (smart grid), segmento que compreende produtos e serviços como medidores inteligentes e pontos de abastecimento de veículos elétricos, entre outros.
Segundo o presidente da Cemig, Djalma Morais, a nova companhia, que ainda não tem nome, será comandada por Jerson Kelman, que deixou na semana passada a presidência da Light. "Vamos contratar uma empresa externa, talvez a Price, para estruturar essa companhia", informou Morais durante evento realizado para apresentar o sistema de recarga interativa de veículos elétricos desenvolvido pela Light e pela Cemig e testado em um automóvel fabricado pela Mitsubishi. O executivo não revelou no entanto prazos para a criação da empresa nem qual será a participação acionária de cada uma das sócias.


Segundo ele, a nova companhia ficará embaixo da Axxion, companhia de tecnologia cujo capital é formado pela Light (51%) e pela Cemig (49%). Morais disse ainda que busca um novo sócio, mas não deu detalhes sobre os potenciais parceiros. "Vamos trazer um externo, com experiência para fazer parte (da empresa)", declarou. Ele disse que ainda não está definido onde ficará a sede da nova empresa, mas revelou que pode ficar fora do Rio de Janeiro ou de Minas Gerais. "Se a empresa externa tiver um parque fabril em São Paulo, (a nova companhia) vai estar lá."

Outra parceria
No início do mês, a Cemig e a Samarco Mineração oficializaram um contrato de fornecimento de energia elétrica válido entre 2014 e 2022. O acordo prevê o abastecimento para duas unidades da Samarco, uma em Minais Gerais e a outra no Espírito Santo e está avaliado em mais de R$ 2 bilhões. Durante o período, serão fornecidos 409 MW. "Em termos de importância, podemos citar que está na lista dos maiores contratos de venda de energia já firmados no ambiente livre nos últimos anos", destacou em nota o presidente da Cemig, Djalma Morais.
Em 2012, o consumo brasileiro de energia per capita atingiu 52,9 gigajoules (GJ) por habitante em 2010, o maior índice desde o início da série histórica, iniciada em 1992. O recorde anterior havia sido registrado em 2008, quando foram consumidos 50 GJ por habitante, segundo a pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
* Com informações da Agência Estado

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Virgin Mobile recebe aporte de US$ 11 milhões em sua operação no Chile

Teletime
quarta-feira, 15 de agosto de 2012, 15h43


publicidade
A Virgin Mobile Latin America fechou um acordo com o fundo de investimento IFC, membro do World Bank Group, para investimento na Virgin Mobile Chile. O acordo prevê a concessão do crédito estratégico de US$ 11 milhões pela IFC à companhia, e permitirá à Virgin Mobile Chile acelerar sua entrada no mercado de telefonia móvel chileno.
A Virgin Mobile Chile é a primeira companhia na América Latina do Grupo Virgin, e desde sua entrada no Chile, há quatro meses, conseguiu mais de 60 mil clientes. A empresa agora deseja ampliar o acesso a serviços de telecomunicações móveis na América Latina, com os próximos lançamentos sendo previstos para a Colômbia (ainda neste ano) e, posteriormente, para o Brasil.

Varejistas dos EUA formam empresa de pagamentos móveis

Teletime
quarta-feira, 15 de agosto de 2012, 15h51


publicidade
Grandes varejistas dos Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira, 15, que vão se unir para criar uma empresa de mobile payment (pagamento móvel) que permitirá que os clientes comprem através de smartphones. Entre as empresas envolvidas estão Wal-Mart, Best Buy e 7-Eleven, informou o site do jornal USA Today.
A joint venture, chamada Merchant Customer Exchange (MCX), disponibilizará um aplicativo em smartphone com os mais populares sistemas operacionais e inicialmente tem como objetivo permitir que os comerciantes forneçam ofertas e promoções. A empresa ainda não possui um CEO e não tem data prevista para operações, mas os envolvidos já estimam movimentar cerca de US$ 1 trilhão em vendas anuais.
A empresa pode gerar uma concorrência para o Google e outras operadoras de telefonia móvel, um pouco adiante em seu desenvolvimento de aplicativos e dispositivos para pagamentos com smartphones no varejo. Eles contam com um padrão de tecnologia chamada comunicação por campo de aproximação (NFC, na sigla em inglês), que permite a comunicação de rádio entre os telefones e outros dispositivos que estão nas proximidades.
O projeto surge princpalmente devido ao aquecimento do mercado de mobile payment. Segundo estudo divulgado pelo Gartner, o volume de operações dessa modalidade em todo o mundo totalizará de US$ 171,5 bilhões até o final do ano, podendo chegar a US$ 617 bilhões até 2016.

Cemig e Light criarão empresa para atuar em smart grid

Portal R7, publicado em 15/08/2012 às 12h47:
A Cemig e a Light vão criar uma empresa para atuar no desenvolvimento de tecnologias em energia (smart grid), segmento que compreende produtos e serviços como medidores inteligentes e pontos de abastecimento de veículos elétricos, entre outros. Segundo o presidente da Cemig, Djalma Morais, a nova companhia, que ainda não tem nome, será comandada por Jerson Kelman, que deixou na semana passada a presidência da Light. "Vamos contratar uma empresa externa, talvez a Price, para estruturar essa companhia", informou Morais durante evento realizado para apresentar o sistema de recarga interativa de veículos elétricos desenvolvido pela Light e pela Cemig e testado em um automóvel fabricado pela Mitsubishi. O executivo não revelou no entanto prazos para a criação da empresa nem qual será a participação acionária de cada uma das sócias. Segundo ele, a nova companhia ficará embaixo da Axxion, companhia de tecnologia cujo capital é formado pela Light (51%) e pela Cemig (49%). Morais disse ainda que busca um novo sócio, mas não deu detalhes sobre os potenciais parceiros. "Vamos trazer um externo, com experiência para fazer parte (da empresa)", declarou. Ele disse que ainda não está definido onde ficará a sede da nova empresa, mas revelou que pode ficar fora do Rio de Janeiro ou de Minas Gerais. "Se a empresa externa tiver um parque fabril em São Paulo, (a nova companhia) vai estar lá."

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Aneel publica resolução sobre smart grids

Teletime
terça-feira, 14 de agosto de 2012, 16h40

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) publicou nesta terça-feira, 14, no Diário Oficial da União, resolução que regulamenta sistemas de medição eletrônica de energia para unidades consumidoras do Grupo B, que inclui áreas residenciais, rurais e demais classes, exceto baixa renda e iluminação pública. A medida permitirá que clientes possam usar os novos medidores para consumo mais eficiente e com tarifações por horário.
As distribuidoras terão 18 meses para oferecer os medidores eletrônicos aos consumidores, que deverão ser de dois tipos: um com instalação gratuita, para permitir ao consumidor aderir à tarifa branca (com variações de acordo com os horários de consumo, modelo semelhante ao de cobrança de tarifas na telefonia), e outro com um equipamento mais completo e instalação paga, mas com acesso a informações específicas individualizadas sobre o serviço prestado.
Segundo a Aneel, o novo sistema pode também levar ao consumidor maior eficiência no consumo de energia por um melhor mapeamento do perfil, atendimento remoto por parte da concessionária, monitoramento de rede pela distribuidora e redução de perdas técnicas e não-técnicas. As redes inteligentes, também conhecidas como smart grids, ainda permitem a produção alternativa de eletricidade na própria residência do consumidor, com pequenos geradores

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Rumo à rede elétrica inteligente



Por Manuel Alves Filho, do Jornal da Unicamp – Embora tenha tomado algumas providências, o Brasil ainda precisa fazer uma extensa lição de casa para poder criar as condições necessárias à implantação da chamada smart grid (rede inteligente) no seu sistema elétrico. A opinião é de Carlos Alberto Fróes Lima, que acaba de defender tese de doutorado sobre o tema, na Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp, sob a orientação do professor Gilberto de Martino Jannuzzi. De acordo com o autor do trabalho, questões ligadas à legislação e regulação do uso dessa nova tecnologia seguem aguardando soluções. “A previsão é de que ostestes em âmbito nacional possam começar em 2013. Até agora, porém, não foram definidos pontos cruciais como as especificações dos novos medidores e nem mesmo os valores das tarifas. O país ainda está se organizando para estabelecer essas diretrizes”, analisa.
Fróes afirma que tais providências são urgentes e fundamentais porque o advento da smart grid proporcionará uma “revolução” do ponto de vista de controle e efetividade dos serviços tanto nos setores de geração, transmissão e distribuição da energia elétrica, quanto no comportamento do consumidor e na relação deste com as concessionárias do setor. “O conceito de smart grid ainda não está disseminado no Brasil, sendo um assunto novo por aqui. Entretanto, ele é muito abrangente,
envolvendo muito da eficiência energética e já vem sendo aplicado há algum tempo nos Estados Unidos, Japão e países europeus. A tecnologia cria uma série de possibilidades técnicas, operacionais e também de negócios”, elenca o pesquisador.
Dito de modo simplificado, o que se pretende com a introdução da smart grid é dotar a rede elétrica de inteligência, de modo que ela possa ser operada e controlada de forma digital (usando equipamentos com tecnologia de comunicação de dados em cada ponto da rede) e com mais eficiência. Atualmente, explica o autor da tese, a geração já dispõe de tecnologias inteligentes, que ajudam a manter a oferta em níveis adequados, mas também tem seus desafios de inovação. A disposição, agora, é fazer com que a transmissão e a distribuição também atinjam um patamar de operação e supervisão superiores. Uma das alternativas, segundo Fróes, é instalar sensores nos diversos pontos da rede. Com isso, as concessionárias teriam como monitorá-la remotamente, identificando em tempo real eventuais interrupções no fornecimento, perdas técnicas e até mesmo furtos de energia.
Mais do que isso, por meio do medidor eletrônico, que deverá substituir o conhecido “relógio” eletromecânico, tanto a empresa fornecedora quanto os próprios clientes terão como acompanhar de maneira mais próxima e frequente o consumo. “Atualmente, um funcionário vai uma vez ao mês até a residência do cliente para registrar o quanto foi consumido no período anterior. Com os recursos da smart grid, isso poderá ser feito a cada 15 minutos, por exemplo, pelas duas partes. Isso fará com que as pessoas possam ter maior controle sobre seus gastos com energia e a concessionária conheça melhor os hábitos dos seus clientes”, detalha Fróes. Além dessas vantagens, prossegue ele, a tecnologia também permitirá que sejam estabelecidas tarifas diferenciadas conforme o período do dia e conforme o consumo.
O pesquisador observa que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), reguladora do setor, já estabeleceu uma primeira resolução nesse sentido. O documento prevê que o custo da energia no horário de pico será cinco vezes maior do que nos momentos de baixo consumo. “Com isso, o consumidor poderá programar melhor o uso da energia elétrica e, eventualmente, baixar o valor da sua conta. Em vez de tomar banho entre 18h e 21h, por exemplo, ele poderá deixar para fazer sua higiene pessoal depois desse período, quando a tarifa será menor”, exemplifica Fróes. Ocorre, entretanto, que as tarifas a serem praticadas ainda dependem de regulamentação. “Ou seja, a tarifa no horário de pico vai ser cinco vezes maior em relação a que valor? Isso ainda não foi definido”, acrescenta o autor da tese.

Segundo ele, uma consequência dessa possível mudança de atitude por parte dos consumidores poderá ser a redução dos investimentos em geração de energia. Ele esclarece que a oferta do serviço não é estimada a partir de uma demanda média, mas com base no pico de consumo. “Ora, se houver uma redução importante do consumo no horário de pico, a geração poderá ter um planejamento operacional diferenciado. Ou, dito de outra maneira, o país poderá crescer e se desenvolver sem que haja a necessidade de investimentos tão grandes em novas gerações”, imagina.
Outra alteração que a smart grid poderá introduzir diz respeito à atuação das concessionárias. Fróes diz que, assim como acontece em outros países, as empresas brasileiras poderão ser autorizadas a fornecer outros produtos e serviços além da energia elétrica. Nos Estados Unidos, por exemplo, as companhias do setor podem vender o serviço de operar eletrodomésticos considerados “inteligentes”. Além de serem eficientes e apresentarem um baixo nível de consumo de eletricidade, os aparelhos podem ser operados à distância pelas concessionárias. “Nesse caso, o cliente autoriza a empresa a desligar remotamente o seu aparelho quando chega o horário de pico e quando a oferta de energia não é suficiente para atender toda a população. Isto pode evitar apagões. O cliente também pode acionar ou pedir à concessionária para que o aquecedor seja acionado uma hora antes de ele chegar em casa, durante o inverno”.
Ainda no campo das possibilidades, a smart grid pode criar também a figura do consumidor-fornecedor. Desse modo, aquela pessoa que dispõe de um sistema doméstico de geração de energia eólica ou fotovoltaica poderá transferir o excedente da sua produção para a rede, sendo remunerado por isso. “Nessa hipótese, o medidor eletrônico registrará tanto a entrada quando a saída de energia. Mas, para que isso aconteça, será necessário ainda o estabelecimento de normas para não haver interferências de frequências na rede de energia. Do mesmo modo, é preciso estabelecer as especificações técnicas dos medidores, para que os aparelhos executem as funções desejadas”, adverte Fróes.
Por fim, o pesquisador lembra que a smart grid poderá se constituir em uma grande oportunidade de negócios no Brasil. Ele
observa que os aproximadamente 58 milhões de medidores domésticos convencionais terão que ser substituídos por equipamentos
mais modernos. “Esses aparelhos precisão ser fabricados, instalados e consertados, quando for o caso, por alguém. Isso
representará a criação de novas empresas e de um importante número de empregos, com a consequente geração de riquezas para
o país”, entende o autor da tese.
Ao ser questionado sobre quem pagará a conta por toda essa “revolução”, Fróes é direto: “Todos pagaremos, de alguma forma”.
De acordo com ele, não se pode afirmar, num primeiro momento, que haverá redução do preço de tarifa por causa da adoção da
rede inteligente. Ao contrário, a fase inicial exigirá altos investimentos, o que deve trazer algum tipo de impacto para o
bolso do consumidor. “O Brasil vai ter que decidir como isso será feito. No Reino Unido, ficou definido que os clientes é
que arcariam com o custo de instalação dos novos medidores. Aqui, a solução terá que ser discutida, inclusive com a
participação da sociedade”, pondera.
Um aspecto que parece claro, completa Fróes, é que a implantação da smart grid no sistema elétrico brasileiro é uma medida
inevitável, em razão das vantagens que ela trará. “Atualmente, nossa rede, que começou a ser implantada na primeira metade
do século 20, está obsoleta. É preciso atualizá-la. Penso que esse avanço em direção a uma rede inteligente será feito aos
poucos. Afinal, não é possível mudar o setor da noite para o dia. Assim, vamos introduzir alguns neurônios
progressivamente, de modo que ela fique cada vez mais inteligente. Outros países já fizeram isso com sucesso. Nós também
devemos chegar lá, mas é preciso reafirmar que muitas questões legais, técnicas e operacionais ainda não foram
estabelecidas. Sem essas diretrizes, não iremos a lugar algum. Se a lição de casa não for feita com urgência e competência,
os consumidores e o país sairão perdendo”, analisa.
Atualmente, a smart grid tem tido alguns de seus recursos testados, de forma piloto, em duas cidades brasileiras: Sete
Lagoas, em Minas Gerais, e Parintins, no Amazonas. Na cidade mineira, foram instalados novos medidores e modernos sistemas
de telecomunicação, que permitem a troca de dados entre os equipamentos de campo e as centrais computadorizadas. Com isso,
a concessionária local tem como monitorar os níveis de consumo da população, bem como identificar, em tempo real, eventuais
interrupções no fornecimento de energia. Já no município amazônico, foram instalados sensores em vários pontos da rede de
distribuição, que também permitem a intervenção imediata da fornecedora em caso de falhas no sistema. São testes como estes
que poderão ser realizados em dimensão nacional em 2013. No ano seguinte, a tecnologia deverá entrar em operação comercial.
Publicações
Fróes Lima, Carlos A., Jannuzzi, Gilberto M., Planejando o mercado de smart grid: regulamentação e compromissos com o
cliente-consumidor, SNPTEE 2011, outubro 2011, Florianópolis-SC, disponível em http://www.xxisnptee.com.br/site/
Fróes Lima, Carlos A., Jannuzzi, Gilberto M., Smart Grid will be a Reality. For Developing Countries, Energetic Matrix,
Socio-cultural Issues, Regulatory and Local Development Shaping Outcomes, Incomes and Viable the Efficiency Awareness, The
24th International Conference on Efficiency, Cost, Optimization, Simulation and Environmental Impact of Energy Systems,
julho 2011, Novi Sad, Serbia, disponível em http://www.ecos2011.com
Fróes Lima, Carlos A., Jannuzzi, Gilberto M., Smart Grid Implementation in Developing Countries: analysis focussing
consumer behaviour, markets and regulation, 6o Dubrovnik Conferences on Sustainable Development of Energy, Water and
Environment Systems, setembro 2011, Dubrovnik, Croatia, disponível em http://wwwdubrovnik2011.sdewes.org/
Fróes Lima, Carlos A., Jannuzzi, Gilberto M., Smart grid could improve energy business and environmental sustainability in
developing countries, 6o Dubrovnik Conferences on Sustainable Development of Energy, Water and Environment Systems,
setembro 2011, Dubrovnik, Croatia, disponível em http://wwwdubrovnik2011.sdewes.org/
Tese: “Revolução tecnológica na indústria de energia elétrica com smart grid, suas consequências e possibilidades para o
mercado consumidor residencial brasileiro”
Autor: Carlos Alberto Fróes Lima
Orientador: Gilberto de Martino Jannuzzi
Unidade: Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM)

Brasil trilha caminho para adotar smart grid



Primeiro passo para tornar as redes elétricas inteligentes acaba de ser dado com a regulamentação da Aneel que estabelece regras para fabricação dos medidores eletrônicos.

Computword: Déborah Oliveira e Edileuza Soares

07 de agosto de 2012 - 07h30

O Brasil se prepara para a corrida do smart grid, ou seja, adoção das redes inteligentes, que vão automatizar a infraestrutura que leva eletricidade até a casa dos consumidores. Pelos cronogramas do setor, a implementação desses projetos ganha impulso a partir de 2014. Alguns pilotos estão sendo realizados no País, mas a migração ainda depende de uma série de fatores como definição legal, regulamentação e padronização, principalmente dos medidores eletrônicos que vão conectar em tempo real clientes e distribuidoras de energia.

O primeiro passo está sendo dado com a regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), prevista para esta terça-feira (07/08), com as especificações sobre as características técnicas dos medidores, que deveriam ter saído em 2011.
O governo federal também está realizando estudo para estabelecer diretrizes para smart grid e associações do setor elétrico estão propondo a criação de um plano nacional para adoção do conceito. Enquanto isso, fornecedores investem em tecnologias para participar dos projetos.
Não é à toa que as fabricantes de medidores e fornecedores de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) estão se movimentando para participar dos projetos de smart grid. Estudos da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) e Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas de Telecomunicações (Aptel) apontam que a adoção desse conceito deverá gerar muitas oportunidades de negócios para o setor.

As duas entidades traçaram projeções para três cenários de investimentos do Brasil com implementação das redes inteligentes entre 2013 e 2020. Em um ambiente acelerado, os projetos deverão movimentar 91 bilhões de reais; no moderado 61 bilhões de reais e no conservador 46 bilhões de reais, envolvendo gastos com sistemas de medição, telecomunicações e de TI para automação e tratamento dos dados.
Roberto Barbieri, assessor de coordenação da área de distribuição de energia elétrica (GTD) da Associação Brasileira de Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee), explica que o conceito de rede inteligente será implementado por partes. A primeira é a de substituição dos medidores convencionais que estão nas residências dos consumidores e chegam a cerca de 74 milhões de aparelhos no Brasil, segundo dados da Aneel.

Hoje, esses medidores não são dotados de recursos para fazerem comunicação de duas vias entre consumidor e distribuidora. Barbieri observa que existem atualmente os sistemas de telemetria, usados principalmente pelo setor industrial, mas que agora o desafio do Brasil é colocar essa tecnologia na casa do consumidor residencial.

Numa segunda etapa, as redes vão implementar serviços, informando aos clientes como podem economizar no consumo. Mas Barbieri afirma que o conceito pleno de rede inteligente será praticado mesmo quando todos os sistemas da infraestrutura e medidores digitais estiverem integrados para comunicação em tempo real em todos os pontos. Nesse estágio, o ambiente terá uma gestão inteligente para controlar a disponibilidade, prever quedas e tomar providências com antecedência.

O smart grid prevê uma gama de serviços para os consumidores e também para as distribuidoras. Porém, Barbieri reclama que o processo de regulamentação está caminhando lentamente, embora afirme que o País não está atrasado em comparação com o resto do mundo.

A indústria de medidores, por exemplo, estava até agora, aguardando medida da Aneel com as instruções sobre a padronização dos para iniciar a fabricação.

Regulamentação da Aneel Está prevista para esta terça-feira (07/08) a deliberação pela (Aneel) da última regulamentação que vai complementar o pacote para modernizar o serviço de energia elétrica e impulsionar o smart grid no Brasil.

Resultado da Audiência Pública nº 43, de 2010, a regulamentação prevê estabelecimento das funcionalidades mínimas do medidor inteligente, que terá papel fundamental no modelo. Com ele, a distribuidora poderá saber, em tempo real e remotamente, a quantidade exata e a qualidade da energia que está sendo consumida em cada domicílio e os dados serão transparentes aos usuários.

As outras regulamentações já foram definidas. Elas incluem o uso compulsório dos sistemas de geoprocessamento; e a comunicação por PLC (do inglês Power Line Communication, "comunicações por meio de linha de força”), que transmite dados e voz em banda larga pela rede de energia elétrica.

Essa norma da Aneel deveria ter saído em 2011, mas as discussões se estenderam por causa do custo do medidor. A partir da determinação das funcionalidades do aparelho, a indústria passará a produzi-los, obtendo certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e implementando-os em suas redes.

De acordo com André Pepitone, diretor da Aneel, essa é a mais aguardada das regulamentações. “O mercado está ansioso para dar o pontapé na fabricação”, diz. A medida vai abrir caminho para a criação de um plano nacional para a substituição dos 74 milhões de medidores analógicos existentes hoje no País.

“Na distribuição, vamos ter grande alteração e para o consumidor será algo revolucionário, porque atualmente não existe interação entre medidor de energia e o consumidor e esse pacote vai mudar o cenário”, observa.

Depois de editar o regulamento, a Aneel vai dar um prazo de 18 meses para as distribuidoras se adaptarem. Caso isso não ocorra, elas serão multadas. “Além disso, o modelo de negócios ficará a critério de cada distribuidora”, completa.

Ele diz, no entanto, que Aneel tem a premissa de não onerar a tarifa de energia elétrica para o usuário em razão da troca. “As distribuidoras vão identificar os benefícios, que incluem redução de custo operacional e eliminação do roubo de energia, e vão investir na substituição de forma a não impactar negativamente ao consumidor”, observa.

Projetos-pilotoPepitone relata que há atualmente 178 projetos-piloto no Brasil envolvendo 63 distribuidoras para avaliação do medidor eletrônico. Já há casos em Parintins, Amazonas, conduzido pela Eletrobras; Fernando de Noronha, com NeoEnergia e Celpe; e Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, pela Ampla. O mais avançado, de acordo com ele, é o da Light, no Rio de Janeiro. “A empresa está testando medidores em comunidades na cidade para fazer gerenciamento online dos serviços prestados, melhorando a qualidade e coibindo a perda de energia”, detalha.

Desde o início dos testes, em 2009, as distribuidoras já investiram 400 milhões de reais com tecnologias diversas e serviços. “Não há um prazo para que eles sejam finalizados e estamos incentivando as empresas a ampliá-los”, observa.

Impactos da mudançaComo o medidor vai ser interativo, explica Pepitone, o consumidor saberá o quanto de energia está gastando a qualquer momento e o valor pago por ela e facilitar a economia. Serão aplicadas três tarifas diárias, de acordo com ele. No horário de pico, por exemplo, que ele chama de “ponta”, que inclui o período de 18 às 21 horas, será a mais elevada. “A relação da tarifa de ponta com a fora de ponta será de cinco vezes maior e da intermediária para fora de ponta será três vezes superior”, detalha.

Com as informações do consumo em mãos, o usuário vai poder escolher horários menos caros e reduzir o valor da conta ao final do mês. Um consumidor que fizer uso eficiente da energia vai poder eliminar em até 20% os custos com a conta de luz, garante o diretor da Aneel.

O mercado também vai beneficiar-se. “As mudanças vão impactar em toda a cadeia de valor", assegura. “Smart grid acena com grandes oportunidades para o mercado”, comenta.

Big Data na era smart gridCom o avanço do smart grid, Big Data ganha terreno, ajudando na análise de uma grande massa de dados para melhorar o atendimento ao consumidor. “Até então, as concessionárias de energia realizavam mensalmente o mapeamento do consumo de energia e agora elas poderão fazê-lo praticamente em tempo real. Assim, é possível desenvolver uma série de iniciativas”, explica Pedro Desouza, cientista de dados da EMC.

Segundo ele, é possível mapear não mais um grupo de usuários e sim um consumidor de forma individual. “Pode-se usar a tecnologia para entender o padrão de comportamento ao longo do dia e identificar quantas pessoas estão em casa naquele momento”, exemplifica. Para a concessionária, prossegue, é uma informação valiosa que pode balizar quantos geradores são necessários naquela região ou então tomar medidas pró-ativas de melhoria na distribuição.

Por outro lado, diz, informações tão precisas sobre o perfil de consumo pode gerar um problema: a invasão de privacidade. “As empresas vão usar Big Data, mas precisam encontrar um caminho para não ultrapassar os limites”, observa.

Na opinião de Américo de Paula, diretor de Consultoria de Indústria para a América Latina da Teradata, as informações podem ser valiosas não somente para o setor energético. “Empresas poderão fazer propaganda em um grupo de casas que utiliza mais a TV e o rádio em determinado horário do dia”, ensina.

De acordo com o executivo, a Teradata tem experiência fora do País em casos de uso de Big Data a partir de smart grid e está de olho no mercado nacional. “É uma grande oportunidade para ajudarmos as companhias a analisar melhor as informações geradas pelos dispositivos inteligentes e aprimorar serviços”, aponta.

Um exemplo de caso de sucesso é a concessionária de energia Southern California Edison (SCE) situada na Califórnia, Estados Unidos. Com 5 milhões de medidores inteligentes, a organização coleta informações de hora em hora de residências e de 15 em 15 minutos de pequenas empresas. Os dados ficarão disponíveis para análise de consumo de energia.

"Estamos criando um sistema de feedback, no qual consumidores em breve serão capazes de ver e analisar o consumo de energia e realizar escolhas para salvar dinheiro", explica David Erickson, diretor de TI da Edison SmartConnect.

"Ao fornecer aos consumidores informações detalhadas sobre o consumo de energia é possível não só reduzir custos com energia, mas proteger o meio ambiente por eliminar anualmente milhares de toneladas de gases de efeito estufa e reduzir a necessidade de novas fontes de geração", completa David Grant, vice-presidente de soluções para indústria da Teradata Corporation.

Governo brasileiro inicia estudos sobre adoção de smart grid



Trabalho está sendo conduzido pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, com participação de outros órgãos e agências reguladoras.

Redação da Computerworld

28 de outubro de 2011 - 16h22
O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) iniciou estudo sobre as redes inteligentes de energia – internacionalmente chamadas de smart grids – com a supervisão da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O CGEE é uma organização social supervisionada pelo por esse ministério.
O estudo tem a finalidade de prover visão da sociedade brasileira para a introdução desse conceito, antevendo desafios, oportunidades e impactos econômicos, industriais, tecnológicos e sociais na economia brasileira. Busca, além disso, produzir subsídios para formulação de políticas públicas que digam respeito aos diversos órgãos governamentais setoriais envolvidos nas questões. O término está previsto para 31 de dezembro.
A abertura dos trabalhos do estudo foi feita pelo secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Ronaldo Mota, e pelo presidente do CGEE, Mariano Francisco Laplane, durante a primeira oficina do estudo, com o objetivo de levantar “Desafios e oportunidades das redes inteligentes”, realizado em Brasília.

Além do MCTI, participaram instituições como: Ministérios de Minas e Energia (MME) e do Desenvolvimento (MDIC), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), universidades, CPqD, Operador Nacional do Sistema (ONS) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), além de dois participantes internacionais, do Reino Unido (National Grid) e da Alemanha.
Ações no MCTI
O tema das smart grids está incluído no planejamento da Setec/MCTI no âmbito do Programa de Distribuição de Energia Elétrica e figura com um das metas propostas pela Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2011-2014 (ENCTI) 2011-2014.
A secretaria, no segundo semestre de 2011, participou de duas missões ao exterior específicas sobre o assunto, sendo uma sob a coordenação de órgãos da Alemanha e do governo do Reino Unido. Nessas missões os integrantes participaram de eventos técnicos e científicos, realizaram visitas técnicas e reuniões com os diversos atores envolvidos. As missões envolveram integrantes de ministérios, agências reguladoras e associações, bem como pesquisadores.
A Setec está estruturando um laboratório de smart grid na Universidade Federal do Ceará (UFCE) com previsão de inauguração no início de 2012.
Algumas iniciativas brasileiras
A Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) e a Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações (Aptel), no âmbito do ambiente regulado pela Aneel, estão realizando um estudo para a “elaboração de uma proposta para um plano nacional para a migração tecnológica do setor elétrico brasileiro do estágio atual para a adoção plena do conceito de rede inteligente". A Setec/MCTI participa do comitê consultivo desse projeto, que reúne 63 concessionárias brasileiras e tem término previsto para o fim do ano.
Além disso, sob a regência das aplicações reguladas pela Aneel, algumas concessionárias de serviço público de energia estão realizando pesquisas e implantando projetos pilotos e demonstrativos. Entre elas, Cemig, Light, Ampla e Eletrobras.
O MME, por meio de um grupo de trabalho (GT), inicialmente restrito ao próprio ministério, realizou estudos em 2010 para levantar o estágio do conceito de smart grids no mundo. A ABDI realiza estudos sobre mercado dessas redes no Brasil.
*Com informações da Agência MCTI

Bichara anuncia planos para 5 novas MVNO nos proximos meses

http://www.prepaidmvno.com/2012/07/13/bichara-to-announce-deals-in-5-new-mvno-operations-in-h2/?goback=%2Egde_4397302_member_142958214

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Cliente sofre mais com celular nas capitais



MARIA PAULA AUTRAN
JULIO WIZIACK
Folha de SÃO PAULO

A quantidade de clientes por antena de celular nas regiões metropolitanas chega a ser mais que o dobro da média nacional, que é de 4.618. Juntas, as áreas urbanas respondem por 64% das linhas ativas e 20% delas acessam a internet.
Esse é um dos principais motivos da queda de qualidade dos serviços nas grandes cidades, onde houve uma explosão do tráfego de dados (internet) nos últimos anos, algo que exige não só novas torres como equipamentos mais potentes nos locais em que já existe infraestrutura.
Análise: Com venda de chips liberada, há garantia de que tudo está resolvido?
Anatel poderia ser multada se não punisse operadoras
Na semana passada, a Folha mostrou que a média de clientes por antena quase dobrou entre 2002 e 2012, passando de 2.418 para 4.618. As operadoras concentraram seus investimentos na infraestrutura até 2006 e, depois, esse ritmo caiu mesmo com o lançamento do 3G, em 2008, que fez explodir o tráfego nas redes.
A situação é pior no Norte e no Nordeste e varia conforme a operadora. É o que mostra levantamento feito pela Folha com base em dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
De acordo com ele, cinco áreas metropolitanas têm média acima de 10 mil linhas por antena -mais que o dobro da média nacional. Em 15 regiões, a média fica entre 6.000 e 9.900, entre elas São Paulo. No Sul e no Sudeste, Porto Alegre exibe a pior média (8.209). Só Palmas (TO) está na média (4.423).
Não há uma recomendação internacional sobre essa média, mas a UIT (União Internacional de Telecomunicações) considera alguns países com qualidade de serviço como referência. É o caso dos EUA, onde a média é de 1.000 por torre. No Japão, onde a maioria dos clientes navega na internet, são 400.
O BRASIL DE CADA UMA
A concentração por antena respeita a participação de mercado das operadoras. A Vivo, líder com 29,56% do total de clientes, possui média acima de 10 mil em 12 regiões. Com a Oi, quarta colocada com 18,65% de mercado, ocorre o contrário. Ela está abaixo da média em 14 áreas.
O problema é que as redes das operadoras estão perto da saturação, segundo a Folha apurou com fornecedores de equipamentos. As teles negam. Em 2010, a rede da TIM quase entrou em "curto-circuito". Naquele ano, a operadora descumpriu 30% das metas de qualidade de rede, segundo a Anatel. A Claro também esteve com índices elevados (17%) nesse quesito. Oi e Vivo oscilaram entre 3% e 5%.
Em junho último, os indicadores de rede voltaram aos patamares aceitáveis, mas TIM, Claro e Oi ficaram proibidas de vender chips e modens pela Anatel. As vendas foram retomadas na sexta (3).

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Casa digital requer mais investimentos de operadoras


IP NEWS, Qui, 02 de Agosto de 2012 19:48
Novos usuários exigem mais interatividade.
De acordo com a pesquisa da Cisco, “Visual Networking Index”, apresentada durante o congresso da ABTA (Associação Brasileira de TVs por Assinatura) 2012, o tráfego de IP anual deve crescer 1,3 zetabytes em todo o mundo até 2016, fator que se deve à busca crescente por dispositivos móveis conectados à internet. De acordo com o estudo, haverá pelo menos 18,9 milhões de ligações na rede, aproximadamente 2,5 conexões por pessoa no planeta até esse período. A estimativa vem de encontro com a das Nações Unidas, que informa que o número de conexões à internet deve crescer 45% até 2012, com isso, o mundo caminha para a tendência de Casa Digital.
O que parece cena de filmes futuristas está mais cada vez mais próximo da realidade, pois os consumidores de produtos e serviços de telecom começam a ficar cada vez mais exigentes. Por isso, o diretor de operações da Cisco, Anderson André, afirma que a velocidade da banda larga deve e precisa quadriplicar até o ano dos jogos Olímpicos no Brasil, passando de 15 Mbps, nas grandes capitais, para 34 Mbps e as operadoras devem estar preparadas para ofertar novos produtos e serviços para atender a demanda por conectividade.
“Hoje, somos conectados aos dispositivos, mas já caminhamos para a conexão dos dispositivos a nossa casa. Alguns recursos ligados ao dia a dia de nossas residências, em breve, já estarão disponíveis nas lojas de aplicativos virtuais. Em alguns países já é possível adquirir Apps que controlam consumo de energia, saúde e segurança”, explica André e alerta às operadoras sobre a necessidade de oferecer serviços de qualidade. “É preciso que as operadoras de TV por assinatura tenham em mente que os consumidores domésticos querem mobilidade. O vídeo vai continuar na TV, mas nos dispositivos haverá crescimento maior de tráfego do que na TV e isso ocorrerá naturalmente”.
Para ele, as gerações Y e Z já estão habituadas com as novas tecnologias e ficar na frente de uma TV que não dê a possibilidade de interatividade, inclusive com outras redes, pode resultar em perda de negócios para operadoras. "Em breve será possível assistir TV e conseguir efetuar a compra de produtos, pelo próprio aparelho de TV, durante a programação. Essa tendência vai proporcionar novos modelos de negócios, inclusive para áreas de marketing”.
Já Rob Gelpman, da Multimedia over Coax Aliance (MoCA), brinca ao explicar que não andamos pela casa com a TV na mão para não perder a programação, e alerta que a necessidade de abrangência do sinal digital do aparelho de TV para os dispositivos já faz parte da nossa realidade. “As pessoas estão cada vez mais dependentes dos dispositivos”, mas para que isso aconteça é preciso ampliar o tráfego de redes, investir em fibra e backbones, “os backbones residenciais devem estender a capacidade do wireless residencial”, explica.
Para ambos executivos, o atual cenário exige mudança cultural das operadoras, que precisam enxergar a necessidade da ampliação, investir em mobilidade, tornar e até mesmo criar uma oferta de IPTV atrativa para os usuários.