segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Para MVNO deslanchar é preciso baixar VU-M, defende TelComp
terça-feira, 13 de setembro de 2011, 18h04

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O alto valor da VU-M talvez explique porque as operadora móveis ainda não tenham se interessado mais fortemente pelo modelo de MVNO. Para a TelComp, as operadoras móveis hoje não têm estímulo para buscar novas fontes de receita, uma vez que cerca de 30% da receita das teles móveis vêm das companhias fixas, através da tarifa de interconexão.
Isso explica, segundo o diretor executivo da TelComp, João Moura, porque só a TIM até agora tenha fechado parceria com uma futura operadora virtual. Diferentemente das outras teles móveis, a TIM não tem a operação fixa, o que a torna ainda mais depende da receita com interconexão. Quando a VU-M cair, o impacto será maior para a TIM, já que ela não tem o braço fixo que seria beneficiado pela redução.
“O grande desafio é trazer para a mesa as operadoras dominantes que estão com as redes ocupadas nas grandes cidades e têm o benefício da tarifa de interconexão, que causa uma distorção no mercado”, diz ele. Segundo ele, na Europa as MVNOs apareceram ao mesmo tempo em que os órgãos reguladores começaram a reduzir a tarifa da VU-M.
Já está no Conselho Diretor da Anatel, sob relatoria do conselheiro Jarbas Valente, uma proposta de redução gradativa do VC1 (tarifa de público para chamadas locais), que geraria um impacto sobre o preço da VU-M. A quedapretendida pela Anatel é de 20%. Além disso, a agencia quer obrigar as operadoras que têm redes fixas a praticarem preços isonômicos de VU-M entre suas subsidiárias móveis e as demais teles fixas.
A conselheira da Anatel Emília Ribeiro também concorda que a redução da VU-M pode dar um impulso ao número de interessados na operação virtual, mas por outros motivos. Ela diz que o alto custo para terminar a chamada na rede das móveis é um fator importante que deve ser levado em consideração na montagem dos modelos de negócio.
Segundo a conselheira, há dois pedidos de MVNOs no modelo credenciado de duas instituições de ensino de São Paulo. Até agora, a Anatel já autorizou a operação no modelo de autorizada da Datora Telecomunicações e da Porto Seguro Telecomunicações, que ainda não entraram em operação comercial. Segundo a conselheira, há vários interessados no modelo e o ano de 2012 será o ano em que os projetos vão "sair da gaveta".
A Caixa Econômica Federal, segundo Emília, está estudando como aplicar o modelo de MVNO para que os beneficiários do Bolsa Família possam resgatar seu benefício em comércios locais sem que tenham que se deslocar até uma agência bancária.

sábado, 24 de setembro de 2011


Google apparently mulling MVNO market

23 Sep 2011
Reports originating from the Spanish press suggest that Google may be using Spain to test the ground for an MVNO launch, although so far there is little in the way of proof to support this.

According to Cellular News, the company’s employees in the country are being supplied with Google-branded SIMs. While it was suggested that these work across networks for testing purposes, an image has been published which shows a device connected to “Google-ES” – which was seen as indicating a pilot MVNO operation.

This is not the first time that Google has been reported to be mulling an MVNO business, in order to increase its ties with customers to include connectivity and billing. According to documents released as part of its Java intellectual property dispute with Oracle, an MVNO operation was considered during the development of Android, although this did not come to fruition.

As far back as 2007, it was suggested that Google is planning an entry into the MVNO market in the UK in partnership with O2 UK. At this point, it was suggested that the search giant would only make sales via its website.

Through its Android platform and range of mobile internet services, as well as its Admob mobile advertising unit, Google has already gained a strong position on the smartphone and value added services markets.

By taking on the role of connectivity provider for smartphone users, Google will be able to take advantage of its billing relationship with customers – it is currently in the process of adding operator billing support to Android Market. This will enable it to offer seamless payment options for content and apps, similar to Apple’s iTunes/App Store combination.

In addition, EU regulators have recently suggested they may look to allow customers to select a different operator to provide their roaming services. With concern about the cost of roaming data services being seen as a significant inhibitor for international use, Google could look to create a cross-border MVNO with attractive data prices, as a way to encourage the use of its core mobile internet services – including location-based search and navigation, and photo sharing.

With its first own-brand handset, Nexus One, Google attempted to cut operators out of the device supply chain, selling the device directly from its website – although with bundled service contracts also available. This strategy was not massively successful for the company, however, due to the strong position of established operators and retail channels in this market.

With its planned acquisition of Motorola, Google is already set to become a competitor to its Android ecosystem partners, including companies including HTC and Samsung which have led the way with adoption of the platform.

    Futurecom: Transtelco anuncia MVNO as a Service


Projeto inclui a oferta de toda a tecnologia, infraestrutura e serviços de ponta-a-ponta para as empresas interessadas em ter a sua operadora virtual sem a necessidade de investimentos em estrutura própria.
 
A Transtelco, fornecedora de infraestrutura e serviços de tecnologia para o mercado de Telecom, acaba de anunciar na Futurecom o lançamento do Projeto MNVO as a Service, que envolve a oferta de tecnologias, infraestrutura e serviços para a gestão e entrega de serviços das MVNOs às empresas interessadas em ter a sua operadora virtual sem a necessidade de investimentos em estrutura própria. 
 
A possibilidade de se ter uma MVNO como serviço visa atender a um mercado que se abre após a regulamentação da operação desta atividade pela Anatel e que vem despertando grande interesse de empresas de vários segmentos, mas que podem atrasar ou abandonar os investimentos nesta área porque não possuem a expertise necessária para tocar um projeto com esta complexidade e abrangência. Segundo Rodrigo Vian, diretor da Transtelco, a aposta da empresa está na identificação de uma ampla gama de oportunidades que este mercado possibilita, mas que pode não sair do papel justamente porque as empresas interessadas necessitam de apoio técnico, operacional e de serviços para a nova empreitada. 
 
“Não basta uma empresa obter a licença de operação junto à Anatel e depois não saber o que fazer para colocar a MVNO em operação”, avisa o executivo. “A empresa que deseja ter uma MNVO tem que levar em conta muitos fatores, desde a contratação de tecnologias avançadas, para a comutação dos dados, controle de usuários, controle das contas, roaming, portabilidade, entre outros. Como a empresa que deseja uma MVNO não quer – e não pode – deixar o seu core business descoberto, é melhor para ela ter um apoio de especialistas. Esta é a nossa proposta’, afirma.
 
“É muito complicado para as empresas que atuam em áreas bem distintas a da telecomunicação entrar de cabeça em um projeto de implantação de uma operadora virtual a partir de sua infraestrutura. Podemos afirmar que é muito complicado para elas incluir em sua base mais uma operação que nada tem a ver com o seu core business. Isto só traz problemas e desgastes. Um grande magazine terá que criar vários departamentos de gestão que não podem se confundir com as suas áreas já existentes. Eles terão que ter uma loja de atendimento ao cliente, um setor para controle de contas, entre outras. Na Europa, onde já existem as MVNOs, elas são empresas totalmente à parte das operações da empresa mãe. Não tem sentido algum se meter na operação de um negócio que não lhe diz respeito. Você pode ter as pessoas certas para os postos de decisão e pode deixar conosco a operação dos serviços. Por isso o nosso projeto se chama MNVO as a Service, explica o executivo.
 
As MVNOs as a Service da Transtelco conta com o apoio da Interop Technologies  e Bichara Tecnologia no provimento das tecnologias e sistema de entrega de serviços aos assinantes e englobará as seguintes fases, segundo Rodrigo Vian:
 
- Projeto e implantação;
- Infraestrutura;
- Comutação;
- Sistemas de gestão de negócios;
- Sistemas de gestão de usuários e contas;
- Gestão de roaming;
- Controle e encontro de contas (clearing house);
- Suítes de mensageria, plataformas OTA (Over-the-air) e de gerenciamento de usuários (MDM);
- Consultoria. 
 
A Transtelco também atenderá a este mercado com projetos MVNE (Mobile Virtual Network Enabler). “Iremos tratar cada projeto de forma customizada e cada ativação será tratada de forma especial para atender às necessidades de cada projeto”, adianta Vian.
 
Mais informações: http://www.transtelco.com.br

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Unicel desaparece, mas deixa dívidas e reclamações

Por Talita Moreira | De São Paulo
A Unicel, operadora de celulares que estreou em 2008 com a promessa de ser a "Gol da telefonia móvel", desapareceu do mercado - deixando para trás dívidas e reclamações de assinantes.
Até a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) perdeu o rastro da companhia. Em comunicado publicado no "Diário Oficial da União", em agosto, o órgão declarou que a Unicel "se encontra em local incerto e não sabido."
Na esfera judicial, o destino da empresa, de seus acionistas e executivos também é desconhecido. Ações contra a Unicel - incluindo pedidos de falência - tramitam com lentidão porque os oficiais de Justiça não conseguem notificá-la.
Enquanto isso, os órgãos de defesa do consumidor acumulam reclamações contra a operadora. No site Reclame Aqui, boa parte das 74 queixas registradas refere-se à falta de sinal da rede. Alguns clientes dizem não conseguir usar os créditos que compraram para o celular pré-pago. No Proteste, foram contabilizadas 36 reclamações em 2010.
Operadora estreou no mercado em 2008, acenando com serviços de baixo custo e foco no consumidor jovem
A Unicel pertence à família do empresário José Roberto Melo da Silva e entrou em atividade após longa disputa com a Anatel, prometendo investir US$ 120 milhões.
No ano passado, a empresa esteve nos holofotes quando vieram à tona notícias de que teria sido favorecida pela então chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, para obter uma licença de operação na faixa de 400 megahertz. José Roberto Camargo Campos, marido da ministra, era consultor da Unicel.
Desde maio, a Unicel não presta informações à Anatel. Naquele mês, a empresa - cujo nome comercial é Aeiou - tinha 14.565 clientes. O número é irrisório: equivale a 0,007% dos assinantes de telefonia móvel no país.
A companhia também está em falta com pagamento das licenças adquiridas em leilões promovidos pela Anatel em 2005 e 2007 - uma outorga para atuar na Grande São Paulo e uma faixa de extensão. Nos dois casos, a empresa pagou a parcela inicial (10% do total), mas não quitou as seis prestações restantes. O montante que ainda teria a pagar beira os R$ 100 milhões.
Por causa das dívidas, a Unicel foi inscrita no cadastro de inadimplentes do governo federal (Cadin) deste ano. Segundo a Anatel, a operadora poderá perder as licenças se não regularizar a situação.
Em julho, a agência exigiu a devolução de 48 dos 50 prefixos de celular que cabiam à Unicel, alegando que estavam subutilizados.
Procurada pelo Valor, a Anatel não informou, até o fechamento desta edição, se a empresa continua em atividade. A dúvida é relevante, já que as frequências do espectro radioelétrico - imprescindíveis à prestação de serviços de telefonia e banda larga móvel - são um bem público e limitado.
Sob o nome de Aeiou, a Unicel lançou suas operações na Grande São Paulo, em 2008, inspirada na companhia aérea Gol e prometendo serviços de baixo custo. Com foco no público jovem, instalou sua sede em um casarão na Vila Madalena, bairro paulistano conhecido por seus bares e ateliês de arte.
Mas a Aeiou nunca decolou. No auge, teve 22 mil clientes - bem longe do plano de chegar a meio milhão de assinantes em um ano.
A companhia também se envolveu em uma disputa societária. O americano Edward Jordan e a brasileira Gedilva Targino, investidores da companhia junto com Melo da Silva, retiraram-se antes mesmo de a Aeiou inaugurar seus serviços.
Em 2008, a HiTs Telecom adquiriu 49% da Unicel. Porém, um ano mais tarde, o grupo saudita recorreu a uma câmara de arbitragem, acusando a empresa de não transferir a participação devida.
A Unicel mudou sua sede para Brasília em maio de 2009, mesmo sem nunca ter operado no Distrito Federal. Na Junta Comercial de São Paulo, consta que o escritório da Vila Madalena seria transformado em filial, mas ele foi fechado.
Processos judiciais consultados pelo Valor fazem várias referências à dificuldade de se obter contato com a empresa. A maior parte das ações é movida por fornecedores. A empresa de software Cadmus pediu a falência da Unicel por causa de uma dívida de R$ 26,9 mil. O juiz Caio Marcelo Mendes de Oliveira, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, decidiu citar a operadora por meio de um edital, após diversas tentativas fracassadas de notificá-la. "Não recebemos um tostão", afirma Claudinei Almeida, sócio da companhia credora.
Outras ações pedem o bloqueio dos bens pessoais dos controladores. Na Junta Comercial, a Unicel está registrada em nome de José Roberto Melo da Silva, Simone Macedo Melo da Silva, Renata Macedo Melo da Silva e Elav Participações. A Elav pertence a Simone e Renata.
O Valor fez diversas tentativas de contato com José Roberto, Simone e Renata Melo da Silva, sem êxito. Edward Jordan respondeu a um e-mail afirmando não ter informações atuais sobre a empresa e dizendo que tentaria encontrar alguém que pudesse ajudar, mas não voltou a se manifestar.
A reportagem enviou e-mails e ligou para um telefone fixo e dois celulares de Melo da Silva. No telefone móvel da Aeiou, a mensagem é de que "o número chamado não existe". (Colaborou Bruna Cortez)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Isenção de ICMS para banda larga vigora só em sete Estados


Por Daniel Rittner



Ana Paula Paiva/Valor/Ana Paula Paiva/ValorJúlio Semeghini, secretário de Gestão Pública do Estado de SP: “As coisas não têm funcionado como deveriam”

Apenas sete Estados, que representam 49% da população brasileira, colocaram em prática a isenção de ICMS para baratear e ampliar a oferta de banda larga no país. A desoneração do imposto estadual é peça-chave para expandir e baixar a menos de R$ 30, como deseja a presidente Dilma Rousseff, o serviço de internet em alta velocidade. Mas a renúncia fiscal, por ter saído antes dos acordos firmados entre as teles e o governo federal, nem sempre estabelece como prerrogativa a velocidade mínima de 1 megabit por segundo (Mbps) exigida pelo Plano Nacional de Banda Larga.
Na prática, pode acabar ocorrendo uma sobreposição de esforços para popularizar o acesso à internet, sem os melhores resultados possíveis. Onde há isenção de ICMS sem exigência de alta velocidade, as teles oferecem pacotes abaixo de R$ 30, mas dificilmente superiores a 512 kilobits por segundo (kbps). Onde não há desoneração, e o PNBL for implantado, a velocidade chegará a 1 Mbps, mas com preço de R$ 35.
"O ideal é que os governadores revisem a isenção, ampliando a faixa para 1Mbps", sugere Paulo Mattos, diretor de regulamentação da Oi. Ao todo, 14 governos estaduais já assinaram a adesão ao convênio 38/2009 do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que prevê a desoneração de ICMS. Só metade, no entanto, regulamentou a decisão por meio de decreto: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Pernambuco e Pará.


No fim de setembro, a Oi chegará aos primeiros 300 do total de 1.200 municípios a serem atendidos no âmbito do PNBL, até junho de 2012. Mas, justamente pelo descasamento entre o programa federal e os incentivos estaduais, privilegiará localidades que tenham baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e isenção de ICMS.
Dessa forma, em vez de um pacote de banda larga a R$ 35, a operadora poderá oferecer velocidade mínima de 1 Mbps a R$ 29,80. "Parece pouca diferença, mas não é", diz Mattos, lembrando que o orçamento de muitos assinantes está comprometido pela compra de um computador em parcelas. "A chave do sucesso é aliar preço e velocidade."
Em estudo encomendado recentemente à LCA Consultores, o SindiTelebrasil, entidade que representa as operadoras de telefonia fixa e móvel, calcula que o número de acessos em banda larga no país pode mais do que triplicar até 2020, caso haja incentivos à demanda. Esses incentivos envolvem não só a retirada de tributos, mas o uso de fundos setoriais e a expansão de telecentros.
Já em 2014, segundo estimativas do SindiTelebrasil, o número de acessos pode saltar dos atuais 43,7 milhões para 57,3 milhões. Se houver incentivos, esse total passaria para 78 milhões.
O governo de Goiás lançou, em julho, programa de banda larga popular com preço inferior a R$ 30, conexão de 512 kbps e modem gratuito. Essa velocidade é menor do que a exigida pelo PNBL, mas representa velocidade "15 vezes mais rápida do que a internet discada", diz o secretário de Ciência e Tecnologia, Mauro Fayad.
O governo exigirá aumento da velocidade para 1 Mbps a partir de setembro, para manter a isenção de ICMS, a fim de acompanhar o plano federal. Oi e Net já aderiram ao programa, que vale para os 245 municípios do Estado. A GVT está em processo de adesão, diz Fayad.
Quem mais avançou até agora foi São Paulo, que implementou a isenção de ICMS há quase dois anos, para a oferta de serviço entre 200 kbps e 1 mega. Os planos são vendidos a R$ 29,80 por mês e incluem o modem. Houve 700 mil assinaturas da Net, 180 mil da Telefônica e 30 mil da Embratel. Esse cálculo inclui os chamados "combos", nos quais o assinante atrela a internet ao serviço de telefonia fixa e TV por assinatura, em um mesmo pacote.
"Mesmo com o Plano Nacional de Banda Larga, as coisas não têm funcionado como deveriam", diz o secretário de Gestão Pública, Júlio Semeghini, responsável no governo paulista pelo programa de popularização da internet. Ele adianta que, em até 40 dias, terá um mapeamento completo do investimento das operadoras, incluindo valores, datas e localidades contempladas. A partir disso, a secretaria montará um plano de investimentos públicos para municípios não contemplados.
"Queremos garantir que, nos próximos dois anos, todos os municípios de menos de dez mil habitantes em zonas urbanas tenham acesso à banda larga popular", afirma. Segundo ele, 230 cidades têm esse limite de população e começam a ficar excluídas de novos investimentos privados, por falta de infraestrutura adequada de telecomunicações.
É o caso da região de São José do Rio Preto, onde se instalaram indústrias de móveis, que precisam de conexão rápida de internet para viabilizar seus negócios. "Além disso, no mundo do agronegócio, a banda larga se tornou fundamental", diz o secretário. Se o mapeamento indicar que as atuais operadoras não pretendem chegar a todos os municípios, o governo paulista convocará outras empresas, oferecendo financiamento e isenções de impostos. "Vamos bancar a infraestrutura a longo prazo."
De acordo com técnicos do Confaz, uma das dificuldades para espalhar a isenção de ICMS a outros Estados é a prática de planejamento tributário, à qual muitas operadoras recorrem para reduzir o valor do imposto. O governo da Bahia, por exemplo, diz que as empresas devem cerca de R$ 500 milhões ao fisco estadual.
Além dos sete Estados que já implementaram a isenção de ICMS para banda larga, o Distrito Federal e outros seis já aderiram ao convênio do Confaz, mas ainda não regulamentaram a medida: Acre, Amapá, Ceará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

3G desafia Nextel a buscar equilíbrio entre escala e lucro


Talita Moreira | De São Paulo

19/08/2011
Texto:-A +A

Vitor Salgado/Valor
Sérgio Chaia, presidente da Nextel: companhia vai reproduzir em 3G seu modelo baseado em vendas para grupos
A estreia da Nextel na telefonia móvel impõe um desafio à empresa: conquistar assinantes em um mercado que não domina sem danificar o modelo de negócios que tem garantido, a cada ano, crescimentos de 40% na receita e bons indicadores de lucratividade.
É tentador pensar que o melhor a fazer é assegurar a rentabilidade, ainda que isso signifique ganhar menos participação no mercado. O discurso da Nextel vai nessa direção. "Não vamos entrar no mercado do pré-pago de R$ 3", disse ontem o presidente da operadora, Sérgio Chaia. Hoje, as vendas estão concentradas em assinantes empresariais, mais rentáveis.
Mas essa decisão também tem implicações, que podem levar a companhia a uma encruzilhada no futuro. Com a entrada na terceira geração (3G) da telefonia móvel, prevista para a segunda metade do ano que vem, a Nextel espera triplicar sua base de assinantes até 2015. Trata-se de um aumento considerável frente ao patamar atual: a empresa fechou junho com 3,7 milhões de clientes do serviço de radiochamadas (aquele em que o usuário aperta um botão para falar e o solta para escutar o interlocutor do outro lado da linha).
Companhia vê espaço para atuar sozinha, apesar da tendência de consolidação entre as empresas do setor
A empresa revisou para cima essa projeção. No fim do ano passado, a Nextel projetava dobrar sua base de usuários com a estreia da 3G. Ainda assim, a operadora será muito pequena perante as demais concorrentes: daqui a cinco anos, ela terá cerca de 10 milhões de assinantes. Hoje, o Brasil tem mais de 220 milhões de celulares.
Nem todos os clientes geram receita para as teles. Muitos têm um pré-pago, mas raramente ou nunca compram créditos para usá-lo. Não por acaso, a Oi cancelou mais de 6 milhões de linhas inativas no segundo trimestre para limpar sua base.
Apesar disso, ter um grande volume de assinantes é um objetivo perseguido por qualquer operadora, pois isso representa escala e maior poder de fogo nas negociações com fornecedores de infraestrutura e aparelhos de celular.
Paralelamente, as operadoras estão se consolidando em grandes grupos com atuação em telefonia fixa, celular, banda larga e TV paga. A estratégia é vender pacotes com vários desses serviços. Esse movimento vai se acentuar com a aprovação, no Senado, esta semana, do projeto de lei que abre o mercado de televisão a cabo para as teles.
"Não é imprescindível [ser uma operadora multisserviços]", destacou Chaia. Mesmo assim, o executivo ponderou que a companhia estuda essa tendência "de maneira profunda". Para alguns analistas, seria viável uma parceria entre a Nextel e a GVT ou a Sky.
A rede 3G da Nextel vai estrear inicialmente nos 12 Estados em que a empresa já atua, incluindo São Paulo, Rio, Minas Gerais e Distrito Federal. A previsão é cobrir o resto do país no ano seguinte. A operadora investirá R$ 5,5 bilhões na rede e na infraestrutura de radiochamadas, que será mantida.
A estratégia da Nextel é replicar, na telefonia móvel, o modelo de negócios que adota no segmento de radiochamadas: concentrar as vendas em empresas e grupos de clientes. "Vamos crescer de dentro para fora, com um assinante indicando o outro", disse Chaia.
Hoje, a empresa é obrigada a fazer isso. Pelas regras do serviço de rádio, ela só pode prestar serviços a empresas ou pessoas físicas que constituam um grupo com atividade em comum. O plano da operadora é, com a 3G, expandir esse conceito a famílias e amigos, por exemplo.
As concorrentes alegam que a Nextel já faz isso, de forma indevida. No mês passado, a Justiça do Rio proibiu a empresa de fazer novas vendas a pessoas físicas não vinculadas a um grupo, em ação movida pela TIM. A decisão, de primeira instância, só terá efeito prático quando o processo for julgado. A Nextel apresentou recurso.