Netshoes e Pão de Açúcar são algumas das marcas que lançaram serviço de vendas por smartphones e tablets MARIANNA ARAGÃO
DE SÃO PAULO
HELTON SIMÕES GOMES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A chegada do celular de quarta geração, a partir do leilão concluído nesta semana, deve impulsionar o mobile commerce (m-commerce, comércio móvel) no país.
Isso porque a tecnologia tende a baixar os preços para pacotes de dados do 3G, ampliando sua base de usuários.
O m-commerce já atrai empresas brasileiras do varejo tradicional e do comércio eletrônico, que passaram a vender seus produtos por meio de tablets e smartphones.
Por trás do interesse, está o avanço das vendas desse tipo de aparelho, alavancado pelo aumento dos usuários de internet móvel no país
-que poderão navegar na rede 4G a partir de 2013.
"A implantação do 4G vai ajudar a acelerar o crescimento do m-commerce", diz Frederico Barbosa, da consultoria Europraxis. "A velocidade da nova rede proporciona uma experiência de compra muito mais atraente."
Segundo o instituto Forrester Research, as vendas por dispositivos móveis devem movimentar US$ 31 bilhões até 2016 em todo o mundo, ante US$ 3 bilhões em 2010.
No Brasil, segundo pesquisa divulgada em maio, realizada pelo Google em parceria com o instituto Ipsos, 31% dos usuários de smartphones já adquiriram um produto ou serviço usando seus dispositivos móveis.
Outros 38% afirmam que farão compras desse tipo nos próximos 12 meses.
A Netshoes, maior rede virtual de artigos esportivos da América Latina, passou a vender seus produtos por celulares e tablets em março em um site específico para esses dispositivos. A receita obtida por esses canais já representa 2% do total.
Foi como ter acesso a 250 milhões de compradores em um só dia, diz Roni Bueno, diretor de marketing da Netshoes, referindo-se ao número de celulares no Brasil.
APLICATIVO
A empresa prevê que a plataforma represente 15% do faturamento em 2013. O canal mobile é acessado por dois milhões de usuários ao mês -15% das visitas ao site.
Até o fim do ano, a Netshoes terá um aplicativo de sua loja virtual para as plataformas Android e iOS, o sistema operacional da Apple.
A rede de supermercados Pão de Açúcar foi pioneira no serviço, ao lançar um aplicativo que realizava compras pelo celular, no fim de 2010.
"Em três meses, atingimos as metas do ano e obtivemos o retorno do investimento", diz Andréa Dietrich, gerente de marketing digital do Grupo Pão de Açúcar.
A companhia prevê que, em 2015, o número de compras feitas pelos dispositivos superará as feitas em PCs.
"Essa é uma tendência irreversível", diz Peter Fernandez, diretor de publicidade móvel do Google na América Latina. "As pessoas estão deixando de comprar computadores para adquirir smartphones e tablets."
SHOWROOM
Segundo especialistas, as plataformas móveis também podem ser usadas para comparar preços, "roubando" clientes das lojas físicas.
"Nesse caso, a loja funciona como uma espécie de showroom para a loja mobile", diz Marcelo Castelo, sócio da agência digital F.Biz.
Um dos problemas enfrentados hoje pelas varejistas no m-commerce é a má qualidade das redes 3G em algumas regiões, segundo Castelo.
"Muitos desistem de fazer uma compra porque a rede está lenta."
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