quarta-feira, 1 de outubro de 2014

IoT Help for Nation’s Aging Railroads


09.25.2014

  Since before the Civil War, America’s railroads have served a critical transportation need, proving to be one of the most important developments of the Industrial Revolution. Now, with the rise of the Internet and its data-rich applications, the 21st-century rail system has entered a new age — focused on improving the commuter experience, enhancing safety and minimizing costs.

  The recent launch of Cisco's Connected Rail is one example of how innovative Internet technologies are transforming the nation’s transportation ecosystem. According to eWeek, this initiative draws upon the company’s expertise in the Internet of Things (IoT) to modernize America’s aging railroads utlizing a broad range of key components, from networking switches and routers, to video surveillance cameras, digital signage, video storage and software. And, at a time when railways are dealing with a range of challenges — from environmental situations to new federal safety requirements — Connected Rail is helping to monitor traffic patterns and delays, respond more efficiently to safety issues and better serve the need of passengers.

  By employing a holistic approach, Connected Rail offers a reliable on-board WiFi network that provides reliable and fast connectivity, while allowing commuters to track scheduled train arrival and departure times, access alerts on delays and share real-time travel updates with others over mobile devices. It also provides train information through interactive signs on the station platforms that are fed real-time data coming directly from commuter movement and operational conditions. In addition, Cisco’s Positive Train Control technology creates a communications system designed to reduce rail accidents by tracking the speed and location of trains, with the added ability to slow or stop them if necessary. Along similar lines, Connected Trackside offers sensor-based networks that can help railway operators identify potential issues based on a computing system that culls through data and spots irregularities that warrant attention.

  Cisco’s new platform builds on other recently developed technologies that have become commercially available. The Rail Collision Avoidance System (RCAS), for instance, leverages GPS data to track trains’ movements, and takes other measurements to gauge how locomotives are moving down the track. This information is then communicated to other nearby trains via Terrestrial Trunked Radio. Several railway operators around the world are piloting RCAS, which last year won the European Rail Award for Excellence in Safety and Security.

  As former United States Secretary of Transportation Norman Mineta notes in this MarketWatch article on Cisco's new transportation solution, “We are just starting to see the advantages of a connected rail system, with positive impacts for both operators and travelers becoming more evident. Innovative positive train control (PTC) technologies … are key to ensure these advancements continue."

terça-feira, 30 de setembro de 2014

UIT prepara terreno para a chegada da Internet Tátil

segunda-feira, 29 de setembro de 2014, 16h47






  Muitas tecnologias pareceriam difíceis de imaginar há uma década, como os smartphones atuais, mas já estavam na prancheta dos designers e engenheiros das empresas na época. Da mesma forma, a Internet Tátil começa a tomar forma, conforme mostra estudo da União Internacional de Telecomunicações (UIT) divulgado na sexta-feira, 26. Trata-se de uma rede que permitirá que os sentidos humanos possam interagir com máquinas, envolvendo não apenas interação audiovisual, mas também o tato, integrando o corpo humano a sistemas robóticos e de realidade virtual com latência mínima de 1 milissegundo (ms).

  O estudo da UIT-T, elaborado por diversos técnicos da entidade e de empresas como Nokia, Alcatel-Lucent, Ericsson, Vodafone e Fraunhofer Heinrich-Hertz Institute, prevê que a tecnologia será a próxima onda de inovação após a Internet das Coisas. "Latência extremamente baixa, em combinação com alta disponibilidade, confiabilidade e segurança, vão definir o perfil da Internet Tátil", diz o estudo. Entre as aplicações, está a indústria de automação e sistemas de transporte para saúde, educação e games.

"Para que sistemas técnicos se igualem à interação humana com o ambiente, nosso tempo de reação natural determina as metas que as especificações técnicas precisam atender", diz a entidade. O tempo de resposta humana para o tato é de 1 ms, enquanto a visão é de 10 ms e a audição, 100 ms. A UIT diz que essa meta de 1 ms é necessária para a introdução do corpo humano (e não apenas o audiovisual) em um ambiente de realidade virtual – qualquer latência acima disso provocaria o que a entidade chama de "cybersickness", dando uma sensação de desorientação e mal estar como a experimentada no mar ou em um avião.

Infraestrutura



  Naturalmente, além de dispositivos e equipamentos nas pontas para os usuários, a Internet Tátil precisará também de uma rede extremamente robusta e moderna. No esquema pensado pelos pesquisadores, o sensor mede o valor, o dado é pré-processado e enviado ao sistema embutido que controla a interface aérea, que então passa os dados por camadas de protocolos à camada física. A mesma coisa acontece do lado receptor, formando uma cadeia reversa – a UIT usa como exemplo uma estação radiobase conectada a uma nuvem móvel, onde o controle dos sistemas acontece e onde as decisões são feitas.

  O estudo reconhece que é preciso "mudanças de paradigmas para garantir tanto a segurança dos dados quanto a disponibilidade e dependência dos sistemas". Para garantir a segurança, seria preciso embuti-la na transmissão física, com técnicas de codificação que só permitam ao receptor legítimo processar a mensagem de maneira segura. "Mesmo com poder computacional infinito, uma bisbilhotagem não poderia decodificar a mensagem. Do ponto de vista matemático, essa abordagem dá segurança absoluta."

Tudo isso só poderá se tornar realidade utilizando uma plataforma com arquitetura de serviço distribuído – a latência mínima exige que aplicações sejam mantidas locais, próximas dos usuários. Mas, como a luz viaja a 300 km/s, para garantir a latência de 1 ms, a distância máxima (para permitir ida e volta do sinal) teria de ser abaixo dos 150 km. Para resolver isso, a entidade sugere a utilização de uma nuvem móvel local (Mobile Edge Cloud) - uma espécie de rede de distribuição de conteúdo (CDN) específica para serviços de Internet Tátil, funções de controle de rede virtualizada e interfaces com redes sem fios. Tudo estaria ligado ao core de rede, que, por sua vez, conecta-se à nuvem central.

  Da parte dos sensores, a ideia é utilizar compressão de dados inteligente, com "mínimo delay algorítmico", para otimização do sistema aliada a técnicas de "plausabilidade" para prever valores antes de eles serem solicitados. A UIT diz que métodos de processamento na rede são "soluções promissoras", que melhoram o dado bruto entregue com informação adicional para cada nó entre a fonte e o destino. Isso vai requerer das futuras redes "grandes melhorias no contexto de comunicações entre estações", exigindo novos desenhos de protocolos.

  Além disso, há as redes de acesso sem fio – as atuais não conseguem lidar com latências tão baixas. "As redes de acesso do futuro precisarão da habilidade de aliar latências de caminho único de apenas 200 microssegundos (µs), com capacidade de alocação de recursos para blocos de radiofrequência dez vezes mais rápido do que LTE."
Aplicações

  A latência mínima, assegura a UIT, trará ainda uma revolução para a Internet das Coisas, tradicionalmente composta por objetos de baixo consumo de energia e de tráfego, e com alta tolerância a latências grande. A ideia é proporcionar uma interação homem-máquina melhor, o que a entidade acredita que representaria "um nível de revolução para o desenvolvimento da sociedade, economia e cultura".

  A Internet Tátil poderia melhorar o aprendizado, com cursos online com simulações realistas - como um simulador de voo ou de direção, por exemplo. Além disso, seria possível que médicos examinassem à distância um paciente, ou mesmo desempenhar operações em telemedicina de forma mais natural graças às características de sensibilidade tátil. Há ainda a possibilidade de próteses e exoesqueletos melhorando a mobilidade para pacientes com deficiências.

  A UIT dá como exemplo ainda "zonas de segurança pessoal": espécies de bolhas criadas em torno da pessoa e que, em contato com um veículo, por exemplo, permitam que o carro desvie automaticamente ao chegar à situação de proximidade crítica. Ou dar a robôs e máquinas um limite físico para que não machuquem pessoas. Outras aplicações são a de conectividade entre carros para diminuir o tráfego em smart cities e no desenvolvimento de redes de distribuição de energia inteligentes, as smart grids.

  A União Internacional de Telecomunicações sugere a coordenação de um cronograma de padronização entre os vários stakeholders. Além disso, afirma que um bom gerenciamento de espectro é pré-requisito para o desenvolvimento da tecnologia. A entidade afirma se tratar de uma plataforma ideal para essa gestão "dado o papel vital da UIT no gerenciamento de espectro de radiofrequência e órbitas de satélite, seu alcance global incluindo países em desenvolvimento, e a capacidade de experiência em definir novos horizontes tecnológicos por meio de publicação de requisições de padrões".

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Alcatel-Lucent fecha parceria para criar mobiliário urbano com small cells


segunda-feira, 29 de setembro de 2014, 18h18 





A Alcatel-Lucent anunciou nesta segunda, 29, parceria com companhia de publicidade outdoor JCDecaux para o desenvolvimento de small cells embutidas no mobiliário urbano. 

Em anúncio, as empresas afirmam que esses objetos, como postes, assentos e abrigos, são amplamente encontrados em grandes centros, o que os torna ideal para a criação de um ecossistema de conectividade para smart cities com redes heterogêneas. Os times das duas companhias estão trabalhando juntos para "otimizar a integração estética de small cells em mobiliário de rua para prover cidades e operadoras de telecom com uma solução global que esteja integrada com o ambiente urbano".

domingo, 28 de setembro de 2014

Utilities: More evidence that smart grids are morphing into smart cities

Quick Take: It was about three years ago that I first started warning utilities that smart cities would soon be part of the conversation. I wanted to share this recent announcement from Silver Spring Networks as a reminder that the trend is gathering momentum. And to emphasize several key points:

  • Smart cities are based on the same technical principles as the smart grid  sensors at the edge sending back information about conditions, then analyzing that data to optimize the system
  • Multi-purpose communications networks are increasing in importance. Cities don't want, can't afford, and don't have the staff to maintain dozens of purpose-built networks
  • Open standards are essential
  • Cross-silo solutions are growing -- solutions that pull in data and expertise from several functional areas

There's no better example than the street lighting projects highlighted in the press release below. Swapping in new LED bulbs becomes an excuse to install communications modules at the same time, giving the city a canopy network it can use in dozens of ways.

The moral? The cities you serve will soon be asking you about smart streetlights. And, if they are wise, about multi-purpose networks that can carry many different applications. – By Jesse Berst

Silver Spring Showcases Networked Street Lights and Smart City Momentum
at 2014 IES Street and Area Lighting Conference

Networking Leader Welcomes Six New Companies Integrating with its Multi-Application
IPv6 Network; Highlights Projects with Florida Power & Light and Cities of Copenhagen, Glasgow, and Paris; Demonstrates Streetlight.Vision Control Software

Nashville, TN – September 16, 2014 – Today at the 2014 IES Street and Area Lighting Conference, the only conference dedicated to improving the outdoor lighting business of electric utilities and energy service providers, Silver Spring Networks, Inc. (NYSE: SSNI) showcased the momentum of its multi-application, IPv6-based smart street light and smart city solutions. Silver Spring’s award-winning smart street light solution enables utilities, energy service companies, and cities to help improve the reliability of their public lighting infrastructure, enhance citizen safety, lower operations and management costs, and improve overall energy efficiency. The proven, IPv6-based solution also allows utilities, energy service companies, and cities to improve ROI by leveraging a common network to deploy multiple applications over time and easily reinforce their existing or future smart grid network reliability and performance.

“The market has clearly understood the power and flexibility of multi-application, IPv6 networks to connect and control assets such as the power grid, street lights, traffic and parking control systems, sensors and other critical infrastructure,” said Brandon Davito, Vice President of Smart Cities and Lighting, Silver Spring Networks.  “Silver Spring’s proven, scalable and secure IPv6 network connects over 19 million devices on five continents – with more coming online every day.  And with one of the industry’s largest open ecosystems, Silver Spring continues to deliver customers the confidence they can integrate with a diversity of vendors and leverage a common network to deploy new applications and services for their consumers and citizens.”




FPL Selects Silver Spring for North America’s Largest Networked Street Lights Deployment
Earlier this year, Silver Spring announced it was selected by Florida Power & Light (FPL) for the largest networked street lights deployment under contract in North America.  FPL is deploying Silver Spring’s IPv6 networking platform to connect and control 75,000 street lights in the Miami-Dade County region.  FPL expects the remote monitoring and control capabilities of the system to significantly improve street light restoration response times and enhance the quality of service to its street light customers.  This is part of FPL’s ongoing effort to modernize their power delivery system, including the nearly 500,000 street lights FPL maintains throughout the company’s 35-county service area.


In addition to Florida Power & Light, Silver Spring recently announced several smart street light projects including:
·      City of Copenhagen: in partnership with Citelum, networking 20,000 street lights in Copenhagen’s city center to deliver energy savings while potentially providing options and capabilities for a networking canopy for additional smart city applications in the future.
·      City of Glasgow:networking LED street lights, traffic cameras, and sensors for an adaptive lighting project that dynamically dims and increases illumination, helping improve urban sustainability and citizen safety in Glasgow’s city center and Clyde Walkway.
·      City of Paris:selected for an advanced street light and traffic control project connecting a complex array of street lights, street light control boxes, traffic signal control boxes, and other public lighting and traffic control infrastructure in the ‘City of Lights.’


Flourishing Ecosystem Around Silver Spring’s Leading IPv6 Networking Platform         
As Silver Spring’s smart street light solution continues to gain momentum, it is proud to welcome six industry leaders integrating with Silver Spring’s networking platform to give customers confidence and choice in a wide variety of luminaires, devices and controls.  These include CIMCON Lighting, Focus Lighting, Leotek, Louis Poulsen, SWARCO and Thorn Lighting. Silver Spring has one of the industry's largest partner ecosystems, including existing partners LED Roadway Lighting, Sunrise Technologies, and SELC. Additionally, Silver Spring’s recent acquisition of control software pioneer Streetlight.Vision adds more than 40 new reseller partners to its partner portfolio.

Silver Spring Expands Offerings With Software Controls Pioneer Streetlight.Vision
Silver Spring recently announced it has further enhanced its smart street light solution with the acquisition of Streetlight.Vision, a leading control and management software provider for smart street light networks.  As an early industry pioneer, Streetlight.Vision’s technology is proven worldwide and is being deployed in smart street light projects in major cities such as Barcelona, Dongguan, Dublin, Jakarta, Oslo and Paris.  For more information visit www.streetlight-vision.com.
1
 Jesse Berst is the founder and Chief Analyst of SGN and Chairman of the Smart Cities Council, an industry coalition.

New evidence that solar progress is accelerating


1

Huawei to invest $4B for fixed-broadband R&D

Huawei has announced it will invest $4bn into the research and development of fixed broadband technologies over the next three years in order to ensure networks can cope with ever-rising data demands.
The Chinese telecom giant revealed the plans at its annual Ultra Broadband Forum  event in London. Huawei Products and Solutions president Ryan Ding explained that Huawei was putting the funding forward as new services such as 4K TV and 5G networks would place more strain on fibre networks in the years ahead.
“Huawei recognises fixed broadband as a key direction for strategic investment and will continue to increase the scale of investment in related technologies, core products and solutions,” he said.
“Our investment will further develop technological advances, help customers increase their competitiveness and decrease overall operating costs."
The funding will focus on improving fixed network components ranging from chips and silicon photonics to algorithms used to manage traffic delivery. New fibre technologies including all-optical networks and improved deployment methods will also be investigated.
The rise of data on fixed networks is likely to increase manifold over the coming years, with more and more devices coming online. The Internet of Things will also be a key cause of this, with machines ranging from cars to smart meters all predicted to come online. The forthcoming 5G network is seen as a key part of this growth.
The UK government is already exploring the possibilities of this, with digital minister Ed Vaizey speaking at the Huawei event on Wednesday, saying it was vital the UK was at the forefront of the IOT technology wave.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Cidades inteligentes criam nova economia

Uso da tecnologia a serviço da eficiência e da melhoria da qualidade de vida nas metrópoles alimenta mercado bilionário
Publicado em 20/08/2014 | 

Opinião
Cidades ou cidadãos inteligentes?
Ramiro Gonçalez, pesquisador do Grupo Engenheiros da POLI-USP e professor de Inteligência de Mercado da FIA-USP
Frequentemente surgem frases ou neologismos que irão transformar o mundo. Palavras como sustentabilidade, big data, benchmark e outras são repetidas à exaustão muitas vezes com significado vazio. Muita filosofia e pouca ação. O termo cidades inteligentes não significa nada se os cidadãos que estejam nelas não tenham acesso à saúde e educação (entre outros direitos) e sejam agentes da construção da cidadania.
A região atualmente onde há mais desenvolvimento integrado no mundo é a de Palo Alto – Berkeley – Cupertino, próximo às universidades de Berkeley (pública) e Stanford (privada). O ambiente propicia um enorme desenvolvimento econômico, pois no eixo representado pelas duas universidades surgiram todas a grandes empresas contemporâneas (Apple, Google, Twitter, HP e Intel ). Exceção ao Facebook, que foi criado em Harvard e ao crescer (pasmem), mudou-se para lá. Juntou-se um caldo raro de se encontrar em outros lugares do mundo: alto nível educacional, valorização do empreendedorismo e mérito.
Essa região não pode ser considerada uma cidade se forem observadas as características jurídicas e políticas do conceito. Entretanto, seus habitantes não sabem disso e criaram uma definição própria de cidade. Eles criaram, de forma espontânea, um ambiente horizontal. Isso antecede qualquer definição vinda de urbanismo ou arquitetura, pois tem a ver com conectividade e interação. Nesta “arquitetura social”, eles se relacionam uns com os outros de forma horizontalizada, sem hierarquias, títulos ou domínios herdados. O objetivo nunca foi definido em algum “planejamento centralizado”, mas todos que vivem lá sabem qual é: inovar.
“Vale das Sinapses”
Não existe mágica ou neologismo. Tudo começa com educação e mérito (sim, avaliações de desempenho) e termina em empreendendorismo. A região entre Stanford e Berkeley é usualmente chamada como “Vale do Silício”, mas deveria ser conhecido como “Vale das Sinapses”.
O resultado não poderia ser mais emblemático: ao ler este texto, pode-se garantir que pelo menos uma marca citada está ao alcance de suas mãos. As cidades inteligentes precisam começar com cidadãos inteligentes.
Entrevista
“Acesso a dados vai permitir maior interação com os cidadãos”
Antonio Carlos Dias, diretor de smart cities da IBM no Brasil
Que mudança está fazendo com que as cidades se tornem mais inteligentes?
O ponto principal é o acesso aos dados. Isso mudou o jogo. Antes não tínhamos acesso a dados. Com a tecnologia, podemos analisar e antecipar fatos. Antes não tínhamos essa memória. Agora ela está disponível para os governos e cada vez mais para a população. O que teremos no futuro é uma interação maior do cidadão com esses dados. Sistemas inteligentes darão à população mais informação, que ajudará, por exemplo, nas tomadas de decisão. O cidadão ganhará autonomia.
Qual o desafio hoje com a infinidade de dados que há a disposição dos governos?
O desafio é definir o que é relevante. Temos 24 horas de imagens do fluxo de tráfego em uma determinada via, por exemplo. Para quem está parado no congestionamento, saber que o fluxo não vai normalizar em menos de duas horas só vai gerar mais irritação. Mas, se conseguirmos avisar antecipadamente o cidadão que se ele for por esse caminho vai enfrentar congestionamento, ele pode buscar alternativas. O governo, com esse banco de dados, pode fazer mudanças necessárias. O cidadão passa a ter mais qualidade de vida. Passar duas horas no trânsito nas grandes cidades é algo que tem que acabar.
A IBM tem mais de 2 mil projetos ligados ao desenvolvimento de cidades inteligentes no mundo. Além da área de mobilidade urbana, que negócios poderão ser gerados nos próximos anos?
Há uma infinidade de possibilidades, que podem estar ligadas à educação, saúde, meio ambiente, segurança. Em Porto Alegre, por exemplo, havia um problema de segurança que estava ligada à iluminação pública. As lâmpadas queimavam aparentemente com frequência. Mas o sistema tinha problemas. Um cidadão abria um chamado para pedir a substituição junto ao departamento encarregado. Um outro cidadão ligava cinco minutos depois e havia uma sobreposição de solicitações, por exemplo. O sistema inteligente permite o monitoramento automático das substituições e do tempo médio de duração de cada lâmpada. Com isso, as lâmpadas são trocadas antes de queimar.

Em um futuro não muito distante, os sistemas de saneamento, iluminação, transporte e segurança estarão conectados à rede. Sensores irão identificar se o pedestre é portador de alguma necessidade especial e ampliar o tempo em que o semáforo ficará fechado. Cada cidadão poderá acessar, por meio de aplicativos de celular, uma série de dados que o ajudará a definir melhores rotas para chegar ao trabalho, desviar de congestionamentos e até mesmo achar vagas para estacionar. Será possível carregar seu celular por meio de energia solar no ponto do ônibus e até monitorar o consumo de água.
Soluções
Serão as chamadas smart cities, ou cidades inteligentes, cujo conceito mais amplo define o uso da tecnologia para melhorar a infraestrutura e tornar os centros urbanos mais eficientes e melhores de se viver. A ideia ganhou impulso nos últimos cinco anos e o esforço começa a criar um mercado bilionário, que envolve desde gigantes como IBM, Siemens e Microsoft a pequenos desenvolvedores e startups. Essas empresas vêm criando programas para resolver uma série de problemas das cidades – desde vazamentos de água até a poluição do ar e os engarrafamentos.
De acordo com pesquisa da Pike Research, o mercado de cidades inteligentes será de US$ 1 trilhão até 2016. Somente a receita gerada pela venda de soluções deverá subir de US$ 8 bilhões em 2014 para US$ 27,5 bilhões em 2023. “As cidades inteligentes estão formando uma nova economia”, diz Marilia de Souza, gerente de Observatórios do Sesi/Senai/IEL da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Segundo ela, o grande fluxo de dados permitirá mudar a forma como governo e cidadãos se integram à cidade.
A curitibana Dataprom, responsável pelo sistema de cartões do sistema de transporte de Curitiba, começou a testar, há duas semanas, um sistema de semáforos inteligentes, cujo sinal vermelho para os carros permanece acionado mais tempo para idosos e portadores de necessidades especiais poderem atravessar a rua.
A solução funciona com um sistema de cartões. “Em geral, o sinal fica fechado durante 12 segundos. Quando o pedestre usa o cartão, o tempo aumenta para 18 segundos. A população está envelhecendo. As cidades precisarão pensar soluções para esse novo cenário”, diz Antenor Simões Júnior, gerente comercial da empresa. O teste está sendo feito próximo ao Estádio Couto Pereira, no Alto da Glória. Fundada há 25 anos, a Dataprom cresce 25% ao ano e espera elevar seu faturamento de R$ 70 milhões, projetado nesse ano, para R$ 100 milhões até 2015.
Geração de energia
Outra empresa a pegar carona na onda das cidades inteligentes é a Solar Energy, que espera multiplicar por dez o seu faturamento anual, de R$ 10 milhões, em cinco anos, segundo seu presidente, Hewerton Martins.
A empresa desenvolve projetos de geração de energia solar e já implantou o sistema do escritório verde da UTFPR no Rebouças e em um hotel no interior de São Paulo. Um dos sistemas da Solar Energy permite a geração de energia em pontos de ônibus. A energia pode ser integrada à rede da companhia elétrica e abastecer a publicidade no local e até possibilitar a recarga de celulares.
Até 2025, número de metrópoles inteligentes vai quadruplicar
O número de cidades inteligentes vai quadruplicar nos próximos 11 anos. Serão 88 metrópoles em todo o mundo contra 21 de 2013. A conclusão é de um relatório da IHS Technology. Ainda não há, porém, um conjunto de padrões globais que definam o conceito, mas o IHS usou como critérios cidades que desenvolvem ou estão testando a integração de soluções de tecnologias de informação e comunicação em três ou mais áreas funcionais de uma cidade.
Competitividade
“Em linhas gerais, as cidades inteligentes podem se desenvolver na área do governo, por meio de ferramentas de serviços e interação com a população, por meio dos cidadãos, com o uso de internet sem fio, equipamentos e aplicativos e por meio das empresas inovadoras, que desenvolvam novas plataformas” diz Gina Paladino, presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento.
Quanto mais inteligente, mais competitiva a cidade será para atrair mão de obra qualificada, empresas e investimentos, explica. “As cidades inteligentes e os novos modelos que elas estabelecem devem nortear o crescimento nos próximos anos.”
Mas, com a falta de parâmetros globais de definição, os atuais rankings sobre as cidades inteligentes ainda são pouco confiáveis. “Dependendo do critério, uma cidade pode ser mais ou menos inteligente”, diz Gina, ao lembrar o exemplo de Barcelona (Espanha) e Seul (Coreia do Sul).
“A primeira é referência na área de governo, a segunda na área de empresas”, diz. Em Barcelona, por exemplo, a população pode visualizar em um mapa digital a localização exata do trem, táxi, metrô ou ônibus que deseja utilizar. Tudo por um aplicativo instalado no celular.
2 mil projetos voltados para cidades inteligentes são tocados pela IBM. Em Cingapura, Estocolmo e Califórnia, a empresa coleta dados sobre o trânsito e os processa com algoritmos para prever onde acontecerão os engarrafamentos uma hora antes que eles comecem. No Rio de Janeiro, a empresa construiu uma sala de controle no estilo da Nasa, onde diversas telas reúnem dados de sensores e câmeras localizadas em toda a cidade
.