terça-feira, 18 de setembro de 2012

Redução na tarifa de energia pode afetar implantação de smartgrids


Teletime,segunda-feira, 17 de setembro de 2012, 14h23


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Em meio a perspectivas de implantação das redes inteligentes de medição de energia, as smartgrids, as distribuidoras preparam pesquisas e avaliam as tecnologias e modelos de negócios possíveis para planejar a adoção nos próximos cinco anos, como mostra reportagem de TELETIME nesta edição de setembro. No entanto, o setor energético poderá passar por uma mudança de planos, com o recente anúncio da presidenta Dilma Rousseff de reduzir as taxas da conta de luz para 16,2% nas residências e, para indústrias, até 28%, dependendo da tensão. Durante o programa Café com a Presidenta nesta segunda-feira, 17, Dilma reforçou o plano, destacando que isso será possível por conta da renovação de concessões para as empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica para as empresas, que deveria vencer de 2015 a 2017.
Isso muda o jogo na hora de resolver a questão das smartgrids, segundo o responsável pelo setor de telecom na Everis, Juantxo Guibelalde. Para ele, isso afeta a implantação das redes porque as distribuidoras precisarão ser mais eficientes nos custos, determinando o que acontecerá com as novas tecnologias. Mas a própria adoção da medição eletrônica pode ajudar a resolver isso ao oferecer novos modelos tarifários de acordo com o uso. "É parecido com o que aconteceu com as telecomunicações há alguns anos. Quando os governos em geral dão mais liberdade nas tarifas, isso será um bom dimensionador do mercado", diz.
Guibelalde enxerga um potencial no setor para o Brasil que vai além desse problema. "Na Espanha, além de regulamentação, há um impacto da economia europeia em geral e a mão-de-obra é muito custosa. Em países como o Brasil, isso não é tão caro. Se colocar esse motivo, além da [prevenção contra] fraude e o crescimento que é necessário para atender ao mercado, faz sentido ter smartgrids." O executivo justifica que a demanda energética é proporcional ao crescimento econômico na região, levando então à solução das redes inteligentes.
Novo modelo
Segundo afirmou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, na semana passada, a presidenta Dilma deverá sancionar nesta segunda-feira, 17, a PLV 18/2012 (antiga MP 563), que tira a taxa do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) dos equipamentos de comunicação máquina-a-máquina (M2M). Confirmada a aprovação, as operadoras contarão com viabilidade econômica desse mercado ao praticar tarifas diferentes de ligações comuns. O setor de M2M promete chegar a 50 bilhões de acessos no mundo em 2020, segundo dados da Ericsson.
Neste contexto de oportunidades de telemedições, Juantxo Guibelalde defende o esquema que utiliza concentradores para prédios ou bairros para não haver tantos gastos nas medições via rádio, mas atenta para restrições exageradas. "As operadoras pensam que é um negócio espetacular, mas aí tem a parte dos concentradores que prevê bem menos", afirma. Segundo eles, os controladores já estão tentando tarifar individualmente para evitar isso, mas "não tem muita possibilidade de eles terem um número correto".
"Essa é a briga que está acontecendo com as operadoras [na Europa]. Tem que ser o mais livre possível, não pelo custo ou tecnologia, mas pela liberdade", explica. Ele diz que a Everis traz uma solução para a configuração remota, com qualquer operador, capaz de lidar também com aparelhos de medição que utilizem mais de um cartão SIM para aumentar a disponibilidade sem depender de uma rede só. Ainda assim, ele enxerga que o mercado de M2M, sobretudo em smartgrids, tem um grande potencial. "Acho que é necessário para o Brasil, pois é importante a infraestrutura de utilities para acompanhar o crescimento espetacular da economia, colocando as grids como um driver", finaliza.

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