quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Bens reversíveis: bancos já consideram cenário de depreciação total da rede do STFC




E concessionárias teriam que gastar mais de R$ 13 bi para renovar contratos

Com a divulgação da lista dos bens reversíveis pela Anatel, na semana passada, diferentes bancos começaram a fazer projeções sobre quanto vão valer as concessionárias (que têm um grande número de acionistas minoritários) quando terminar o prazo das atuais concessões, em 31 de dezembro de 2025.

No cenário mais pessimista, o banco Goldman Sachs acredita que a Anatel, que anunciou que os bens reversíveis (ou aqueles que serão devolvidos à União, mediante pagamento, no fim da concessão) das cinco concessionárias (CTBC, Embratel, Oi, Sercomtel e Telefônica) valem hoje R$ 17,365 bilhões, vai manter as taxas de depreciação adotadas em sua conta inicial, para que o Estado não tenha que pagar nada às empresas no final da concessão. Se isso ocorrer, assinala o banco, as concessionárias terão perdas, mas pequenas.

A Telefônica, cujo valor dos bens reversíveis calculados pela Anatel a preços de hoje é de R$ 6,713 bilhões perderiam R$ 902 milhões no final da concessão; e a Oi ( Telemar, R$ 4,563 bilhões e Brasil Telecom, R$ 2,802 bilhões), cujo valor dos bens reversíveis soma R$ 7,366 bilhões, renunciaria a R$ 830 milhões (aplicando-se o custo médio ponderado de capital de 10,1% ao longo destes anos. Uma perda de pequeno impacto, assinala o banco.

O Goldman Sachs prevê ainda que, se o governo vender as mesmas concessões para as atuais operadoras (incluindo os bens que serão devolvidos), elas terão que pagar mais de R$ 13 bilhões pelas novas concessões. Fazendo as contas pelo fluxo de caixa que será gerado nesses anos, a Telefônica teria que desembolsar R$ 6,9 bilhões (ou R$ 2 bilhões a valor presente) e a Oi R$ 6,2 bilhões (ou R$ 1,8 bilhões a valor presente) para assinar um novo contrato de concessão, que no futuro, estima o banco, não deverá mais contar com a tarifa da assinatura básica.

Há muitos condicionantes nessas projeções, mas não deixam de ser interessantes. ( Da redação).


No caso das operadoras móveis, o banco assinala que as renovações das frequências são feitas automaticamente. A maioria das licenças expira em 2018, e deverão ser renovadas por outros 15 anos.

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