domingo, 23 de agosto de 2015

O poder de transformação da Internet das Coisas


IPNEWS, 17 Agosto 2015

Se há cinco anos, falar de Internet das Coisas (IoT) soava, para muitos, como apenas um assunto “futurista” ou um fenômeno restrito – na melhor das hipóteses – a áreas muito específicas, a realidade tem mostrado rapidamente que se trata de uma tendência de primeira ordem e que está em fase de consolidação total.


A IoT é uma realidade que o Gartner classifica como uma das dez tendências estratégicas mais importantes para 2015, destacando que as organizações devem começar agora a analisar essas soluções e interiorizar seu potencial. A IoT já não é uma tendência para o futuro porque as empresas e seus setores de TI devem, desde já, se capacitar e começar a preparar sua infraestrutura para capitalizar todo o potencial que ela fornece em curto prazo.

Segundo dados do Gartner, neste ano haverá mais de 4.900 milhões de coisas conectadas à internet, o que representa um aumento de 30% em relação a 2014 e se estima que em cinco anos haverá 25 bilhões de coisas conectadas. Isso indica algo relevante e que, segundo a consultoria, impulsiona serviços e tecnologias que já alcançam 69.500 milhões de dólares em nível global.

Mais coisas do que pessoas conectadas

Um dos elementos conceituais mais marcantes da IoT é que ela não apenas permite que os dados gerados por microchips embutidos em objetos e artefatos conectados à rede terminem por otimizar trabalhos desenvolvidos por pessoas, mas também acaba fazendo com que a intervenção humana seja dispensada, já que as máquinas “dialogam” entre si.

O fator comum associado, por décadas e até agora, aos computadores e à própria internet tem sido sempre o ser humano, já que a informação e o tráfego presentes na rede dependiam das pessoas. A IoT, no entanto, vem nos dizer que agora um crescente volume de dados está fluindo pela internet, e que comunica máquinas com máquinas.

Assim, um conceito próximo da IoT é o de “M2M” (Machine to Machine), que se refere aos dispositivos e sensores presentes em todo o tipo de máquina, objeto e artefato que estarão permanentemente em atividade. Há algum tempo, conhecemos eletrodomésticos conectados à internet para enviar informações, mas agora estamos falando de coisas e máquinas com dispositivos que, por assim dizer, “encapsulam” conhecimento e transmitem dados para outras máquinas sem intervenção humana, desencadeando também ações automáticas.

A transformação dos negócios
A automação de tarefas, que até agora exigia pessoas, será um dos aspectos mais visíveis da IoT. O controle de trânsito, a segurança pública, o consumo de serviços básicos, entre muitas outras atividades que hoje estão a cargo quase que exclusivamente de pessoas, terão a colaboração de máquinas que analisarão dados e tomarão decisões por si mesmas, terão sistemas redundantes, incluindo de energia, que permitirão operar 24h por dia.

Isso abrirá caminho para as “cidades inteligentes”, expressão da digitalização total, onde os meios de transporte público, o fluxo de tráfego, o uso de energia e outras atividades serão muito mais eficientes. Isso também será visto no interior dos lares e, certamente, nas empresas, onde haverá melhor serviço ao cliente, processos de negócio otimizados ao máximo, menos incerteza na tomada de decisões e maior produtividade. Mesmo em áreas agrícolas, será visto o impacto destes dispositivos que poderão automatizar cada dia mais tarefas.

Os gerentes e CIOs das empresas devem entender hoje que a digitalização será total em um prazo muito curto. Este crescimento exponencial de sensores e dispositivos trará desafios do ponto de vista técnico, ou seja, para armazenar, processar e analisar um alto volume de dados, assim como novas preocupações para evitar perdas ou roubos de informação. Neste sentido, os serviços com base na nuvem serão cada vez mais importantes e solicitados, já que dão às organizações uma maior agilidade para responder.

A segurança deverá ter um novo enfoque estratégico, onde se equilibrem os riscos e onde, por exemplo, haja um vínculo mais próximo entre a proteção de dados tradicional, com a segurança física e operacional de sistemas e dispositivos.

No entanto, pensar apenas nos desafios de TI, ao falar do poder da IoT, é minimizar sua importância e não compreender a capacidade total de transformação que tem e terá. Aqueles que não agirem a tempo, não tenham hoje uma estratégia para a IoT, ou a vejam apenas como um assunto de centros de dados, eventualmente não só não verão plenamente seus benefícios, mas também irão expor suas organizações a fortes baixas de nível de competitividade, já que, sem dúvida, surgirão novos modelos de negócio a partir deste conjunto de tecnologias.

A grande transformação que impulsionará a IoT não deve se restringir a questões relacionadas apenas aos benefícios da digitalização, mas também ao encontro de novas propostas de valor para o negócio. Os gerentes devem estar atentos a esta tendência, se preparar e antecipar as mudanças que deverão adotar para enfrentar um cenário onde quem capitalizar mais rápido os benefícios da informação será o mais bem-sucedido.

Pesquisa revela os desafios da segurança em infraestrutura crítica



IPNEWS, Seg, 17 de Agosto de 2015 12:25
Levantamento realizado com o Aspen Institute mostra que 86% dos entrevistados gostariam de maior cooperação público-privada para a prevenção de ataques.

A Intel Security e o Aspen Institute divulgam a pesquisa Holding the Line Against Cyber Threats:Critical Infrastructure Readiness Survey, realizada com mais de 600 executivos de TI com influência na decisão da segurança de suas respectivas organizações na França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos.

Seis regras para reagir às ameaças digitais, segundo o Gartner

Os executivos de tecnologia da informação em organizações com infraestruturas críticas (86% dos participantes) apontam uma necessidade de parcerias público-privadas de compartilhamento de inteligência para estarem em dia com as ameaças à segurança cibernética cada vez mais frequentes. A maioria dos participantes da pesquisa (76%) também acredita que uma força de defesa nacional deve responder quando um ataque cibernético danifica uma empresa de infraestrutura crítica dentro das fronteiras nacionais. Além disso, embora a maioria dos participantes concorde que as ameaças às suas organizações estejam cada vez mais frequentes, eles continuam confiantes na segurança existente.

A pesquisa mostra que os entrevistados estão satisfeitos com os resultados de esforços para melhorar a segurança cibernética nos últimos três anos, mas, ao mesmo tempo, muitos (72%) disseram que o nível dos ataques continua aumentando. Quase metade dos participantes (48%) acredita que é provável que um ataque à infraestrutura, com potencial de provocar perda de vida humana, possa acontecer nos próximos três anos.

“Esses dados levantam questões novas e vitais sobre como os interesses públicos e privados podem, da melhor forma, se unir para mitigar e se defender contra ataques cibernéticos” disse Clark Kent Ervin, diretor do Programa de Segurança Interna do Aspen Institute. “Essa questão deve ser abordada tanto por formuladores de políticas públicas como por líderes corporativos.”
Os resultados do levantamento sugerem que pode haver um distanciamento entre os fornecedores de infraestruturas e o ambiente de ameaças atual:

Melhorias percebidas: Os participantes acreditam que a vulnerabilidade das organizações aos ataques cibernéticos diminuiu nos últimos três anos. Quando solicitados a avaliar a própria postura referente à segurança em retrospecto, 50% relataram que consideram que as suas organizações eram “muito ou extremamente” vulneráveis três anos atrás; em comparação, apenas 27% acreditam que suas organizações estejam “muito ou extremamente” vulneráveis hoje.
Incentivo ao envolvimento do governo: O setor privado muitas vezes hesita no que diz respeito ao envolvimento do governo em seus negócios; contudo, 86% dos participantes acreditam que a cooperação entre os setores público e privado na proteção de infraestruturas é essencial para uma defesa cibernética bem-sucedida. Além disso, 68% dos participantes acreditam que seu próprio governo pode ser um parceiro valioso e de respeito na cibersegurança.
Confiança nas soluções atuais: Entre os participantes, 64% acreditam que um ataque que provoque fatalidades ainda não aconteceu porque já existe uma boa segurança da TI. De forma correspondente, de cada cinco pessoas, mais de quatro estão satisfeitas ou extremamente satisfeitas com o desempenho das próprias ferramentas de segurança, tais como proteção de terminais (84%), firewalls de rede (84%) e gateways web (85%).
Aumento de interrupções: Mais de 70% dos participantes acham que o nível de ameaça à segurança cibernética em suas organizações está aumentando. Cerca de nove entre dez (89%) participantes sofreram pelo menos um ataque em um sistema em suas organizações, as quais consideram seguras, nos últimos três anos, com uma média de quase 20 ataques por ano. Além disso, 59% dos participantes declararam que pelo menos um desses ataques resultou em dano físico.
Perda de vida?: 48% dos participantes acreditam que é provável que ocorra um ataque cibernético que derrube uma infraestrutura crítica com possível perda de vida nos próximos três anos, embora não haja perguntas adicionais no levantamento para determinar as circunstâncias em que os participantes acreditam que a perda de vida possa ocorrer. Os participantes dos EUA acreditam que esse cenário é “extremamente provável” mais do que os participantes europeus.
Erro de usuários ainda é o problema nº 1: Os participantes acreditam que os erros cometidos por usuários são a principal causa dos ataques bem-sucedidos. As organizações podem fortalecer as suas posturas de segurança, mas funcionários individuais ainda podem se tornar vítimas de e-mails de phishing, engenharia social e downloads mal intencionados em navegadores de internet que infectam com sucesso as redes de suas organizações.
Resposta governamental: 76% dos participantes acreditam que uma força de defesa nacional deve responder quando um ataque cibernético danifica uma empresa de infraestrutura crítica dentro das fronteiras nacionais.
Diferentes perspectivas de acordo com o país: Os participantes dos EUA acreditam que a probabilidade de um ataque cibernético catastrófico resulte em perda de vida e, é mais certo do que os participantes europeus. Embora 18% dos participantes dos EUA considerarem esse cenário “extremamente provável” nos próximos três anos, apenas 2% na Alemanha e 3% no Reino Unido acreditam que seja extremamente provável.

Gigante chinesa das telecom entra no mercado brasileiro de transporte



IP news, Qui, 20 de Agosto de 2015 20:14
Serviços como medição inteligente tornam-se mais viáveis, assim como a redução de latência deve incentivar recursos de telemetria mais confiáveis.

Previsto para ser ativado a partir de 2020, o 5G deve trazer velocidades de transmissão superiores a 1 Gbps para dezenas de usuários, entre outras características. Mas até lá, o 4,5G, anunciado para 2016, entra para fazer uma espécie de meio de campo. Na prática, o padrão intermediário agrega algumas vantagens, segundo José Augusto Oliveira Neto, diretor de Tecnologia da Huawei.
De acordo com ele, em evento promovido nesse final de semana para a mídia especializada, em Águas de São Pedro (SP), as mudanças podem ser melhor visualizadas com exemplos. Um deles é a capacidade de transmissão de vídeo. Hoje, o cenário de 4G com vídeos de alta definição trabalha com o patamar de Mbps. Já com o 4,5G, as velocidades partem para o nível de Gbps.
O volume de conexões também se intensifica, passando de mil/km2 para um universo de 100 mil/km2, o que viabilizaria a adição de várias tecnologias com a medição inteligente (smart metering) de forma eficiente. A redução da latência é outro ganho. Vamos imaginar um veículo com sistema inteligente de frenagem: com o 4G atual, o nível de latência (60 ms) no envio das informações faz com que o veículo – se os freios forem acionados automaticamente – ainda ande cerca de 1 metro. Se o mesmo carro estiver sendo frenado automaticamente com os dados transmitidos em 4,5G essa distância – pós-acionamento dos freios – cai para 16 cm.
Ainda no universo das possibilidades – e considerando que de fato a tecnologia vai cumprir o que promete – novos serviços poderão ser agregados à uma rede 4,5G. E com devices que permitem tempo de vida maior de bateriais, num range de tempo de dez anos por exemplo. É o caso dos sistemas de medição inteligente das concessionárias de energia e de saneamento. Comercialmente, a Huawei confirma o lançamento do padrão para o ano que vem.

Anatel desenha edital do leilão das sobras para atrair provedores Internet

Rede cidade digital, 18/08/15

O objetivo é levar a conexão com preços acessíveis


A Anatel vai colocar em consulta pública a proposta de edital para licitar sobras de espectro nas faixas de 1,8 GHz, 1,9 GHz, 2,5 GHz e até em 3,5 GHz. E aqui, um momento especial para os provedores Internet: a agência reguladora está desenhando o edital sob medida para ter a participação deles no projeto. A busca é encontrar uma nova precificação com preços mínimos mais acessíveis.

Mas essa medida não é unânime na agência. Por conta disso, o Conselho Diretor espera que o debate pelos 15 dias da consulta, além de uma audiência na sede da Anatel em Brasília, consolide o melhor encaminhamento. “Defendo precificar de forma seletiva para um ou mais serviços para as quais a faixa já está destinada para que a estratégia de diversificação de acesso do espectro seja efetiva”, sustentou o relator da proposta de edital, Igor de Freitas, nesta quinta-feira, 13/8, em reunião do Conselho Diretor.

A dinâmica prevista também separa grandes e pequenos operadoras. Os dois primeiros lotes são para a telefonia móvel (específicos para uso de tecnologias FDD). O primeiro é a fatia de espectro retomada da Unicel: 15+15 MHz em 1,8 GHz em São Paulo. O segundo, lote B, são sobras de 10+10 MHz em 2,5 GHz, a serem oferecidos por área de registros e complementos. Em ambos, haverá o típico leilão da Anatel, com lances e repiques até a definição de vencedor.

Outros dois lotes são para uso em TDD, para oferta de SLP ou SCM (banda larga fixa), serviço ofertado pela Sky e pela On Telecom, hoje, no país. Um oferece blocos de 5 MHz na faixa de 1,9 GHz. O outro envolve quatro blocos de 10 MHz. Nos dois casos, os pedaços de espectro oferecidos terão abrangência municipal, o que em si já busca interessar operações locais. Além disso, regras da agência já impedem que uma mesma empresa ou grupo tenha operações em FDD e TDD na mesma faixa – já afastando as grandes teles móveis.

Mas entra aí também uma nova estratégia na definição do preço mínimo de cada bloco de espectro oferecido. Normalmente, para chegar a esse valor a Anatel projeta um valor econômico com base em todo o potencial retorno financeiro de cada faixa, nas múltiplas destinações já definidas. Isso poderia levar a ser calculado ganho com oferta de SMP nesse naco do espectro, naturalmente provocando um preço mínimo mais elevado.

“Dada a intenção de aquisição por empresas de pequeno porte, que não tem com ofertar de inicio vários serviços, não dá para cobrar o máximo potencial econômico para o preço mínimo, sob risco dessa precificação ser elevada demais para acesso desses prestadores”, sustentou o relator. A Procuradoria Federal Especializada, porém, diz que isso é inviável. “O debate na consulta pública pode nos orientar nesse ponto”, disse o presidente da agência, João Rezende.

A Anatel não conseguiu, porém, conclui um sistema eletrônico para esse leilão, modificado para comportar milhares de ofertas – os blocos licitados por município. Por isso, a dinâmica será diferente. Não haverá repiques e, assim, o vencedor será aquele com o maior lance inicial. Finalmente, outro empurrão para empresas menores é que nos lotes C e D (as faixas TDD para internet) não haverá necessidade da apresentação de garantias para os lances.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Serpro terá aceleradora para incentivar uso de dados abertos por startups



A política de dados abertos, implantada durante a gestão de Dilma Rousseff, deverá entrar em uma nova etapa: a inovação aberta. Esse é o movimento que o Serpro se prepara para participar ao estruturar uma aceleradora que consiga mostrar a startups e mesmo grandes empresas as oportunidades de negócios que há nesse ambiente de informações públicas mais acessíveis. Marcos Mazoni, presidente do órgão, acredita que mudanças como essa podem beneficiar a sociedade e colocar o cidadão como centro desse processo e não a infraestrutura do Estado.
O executivo sabe que não faltam desafios. Entre eles, preparar uma infraestrutura física que garanta às pessoas o acesso a todos os serviços que estão sendo oferecidos virtualmente assim como levar as vantagens que a tecnologia pode proporcionar em áreas estratégicas, como Saúde e Educação, a municípios com menos recursos tecnológicos. Em entrevista ao Inovação das Empresas, ele fala desses desafios e outros temas, como Big Data, Dialoga BR e os portais Cidadão Mais Simples e Empresas Mais Simples.
Inovação nas Empresas — O Serpro teve um papel importante no desenvolvimento da política dos dados abertos. Agora, busca uma nova etapa para utilização desses dados. Como isso será feito?
Marcos Mazoni — A experiência de dados abertos que nós temos hoje, o Portal de Dados Abertos do Ministério do Planejamento, é muito importante e atende aos requisitos legais. Só que a experiência de dados abertos no mundo mostra que a evolução disso é a geração de oportunidades de negócios em cima dessas informações. Quando o Estado disponibiliza informações, ele está disponibilizando conhecimento que pode gerar essas oportunidades. E nós achamos que para que esse movimento se efetue nós precisamos, realmente, alavancar esse cenário de uma forma mais pró-ativa para que essa inteligência dos dados seja percebida, para que as pessoas agreguem valor a essas informações. Em função disso, a nossa agência de inovação interna está se voltando para esse processo, para trazer outros atores. Esse é um processo evolutivo que deve nos levar a uma aproximação com startups, por exemplo.
IE – O Serpro terá uma aceleradora?
MM — Sim, teremos uma aceleradora junto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Estaremos nucleando os centros de pesquisas para que eles possam colaborar nesse processo e permitir que levemos as oportunidades de negócios para os interessados. O nosso papel será o de levar essas oportunidades, em uma atuação semelhante ao que vem sendo feito na Alemanha. Os pontos dessa aceleradora serão conhecimento, tecnologia e oportunidades. As startups que desenvolverem projetos que forem aprovados deverão receber certificações e homologações. Vamos também trazer empresas interessadas, não apenas startups. Um dos nossos interlocutores nesse caso é a Brascomm e estamos conversando com entidades, universidades, investidores.
IE – O Serpro deve lançar o programa Empresa mais Simples em breve, mas já tem outro desafio, o de preparar o Cidadão Mais Simples, não? Como está o desenvolvimento desse segundo projeto?
MM – Nós estamos com as tecnologias de barramento do projeto Cidadão Mais Simples em produção, sendo testadas com as bases existentes. Então, tecnologicamente estamos bem adiantados. O que a gente está fazendo junto com a Secretaria da Pequena e Micro Empresa e o Ministério do Planejamento é a definição dos serviços que estarão nesses primeiros lançamentos. O nosso objetivo é que o ano de 2016 seja repleto de lançamentos, colocando novos serviços todos os meses no Portal do Cidadão.
IE – O Portal Empresas mais Simples já está no ar?
MM – Sim, já está no ar. O que vai entrar agora é o serviço de abertura de empresas.
IE – E de fechamento de empresas também?
MM – Sim. Mas o serviço de fechamento de empresas é relativamente mais simples, ele envolve uma mudança de legislação ou de adequação da legislação exclusivamente federal. A abertura é que envolve estados e municípios. Quando eu fecho uma empresa a lógica da unidade arrecadadora é de que ela só pode ser fechada se ela estiver em dia com seus tributos. Não, se a gente transfere os valores devidos para a pessoa física, a empresa pode fechar a sua atividade não gerando novas obrigações. No caso da abertura é diferente, são preciso alvarás estaduais e municipais para isso. O processo de integração dos dados na abertura é mais complexo.
IE – Você já tem convênios com os estados e municípios que permitam essa integração?
MM – A Secretaria é a encarregada de preparar os convênios com todos os estados e municípios. Nós já temos um trabalho importante com o Distrito Federal e São Paulo já está bastante adiantado, até pela mudança de legislação da Prefeitura que facilita muito o conceito, a concepção do portal. Mas isso evidentemente vai ser levado para todos os estados e municípios.
IE – O Serpro também participou do projeto Dialoga Br, recentemente lançado pela presidente Dilma Rousseff. Como está esse programa?
MM – Nós fizemos o lançamento há 15 dias com quatro importante temas de políticas sociais do governo, a questão da segurança pública, do Ministério da Educação e da Saúde, o ministro da Saúde inclusive já fez um debate virtual na nossa ferramenta sobre o Mais Médicos, com acesso em outras plataformas de uso da população, como Facebook. Nós já temos cerca de 20 mil sugestões enviadas nessa plataforma, o que é um número alto. As experiências europeias, inclusive, falam em 10 mil sugestões, 15 mil em um projeto de longo prazo. Nós mal começamos e já temos esse número de propostas apresentadas no ambiente. O Dialoga BR vai ser uma importante ferramenta de comunicação da população e o governo, onde ele pode debater, apoiar projetos que acha importantes, conhecer os programas do governo que muitas vezes são desconhecidos, ter oportunidade de debates reais com ministros, com a presidenta da República. Agora, vamos ampliar o escopo do programa. O objetivo é introduzir novos projetos todos os meses. Esta semana, por exemplo, entra o tema da Cultura.
IE – Tem estados ou prefeituras interessados no uso dessa plataforma?
MM — Sim, tem vários estados interessados. O Maranhão, por exemplo, se utiliza da nossa plataforma em uma ferramenta que ainda é chamada de Participa Br, que é a mesma infraestrutura do Dialoga. Há também interesse na Bahia, talvez seja introduzida ainda em Santa Catarina. Ela está aberta a todos os interessados.
IE – Qual o próximo desafio do Serpro?
MM — Nós temos dois grandes desafios. Um é que esses serviços que estamos oferecendo à população estejam presentes ao cidadão nas suas condições. Ou seja, que não tenhamos uma plataforma elitizada mas mantenha sua característica que é de resolver os problemas dos que mais precisam, dando o acesso a esses serviços. Precisamos criar uma rede presencial, precisamos da participação dos estados e municípios esse processo. O projeto para isso está sendo feito em parceria com a Telebras, com os Correios, para que eles tenham ambientes físicos para que a população possa efetivamente se apropriar dessa infraestrutura.
O outro grande desafio que temos é o de levar aos municípios menos providos de tecnologia as vantagens de qualificação dos serviços públicos. Não apenas na área de controle e gestão, que é a nossa característica, mas possibilitar acesso a soluções do mundo de educação, da Saúde, que possam proporcionar qualidade de vida para os cidadãos. E é isso que as pessoas estão reivindicando, quando fazemos uma análise mais detalhada dos movimentos sociais vemos que o que as pessoas querem é mais serviços públicos de qualidade. Esse é o grande desafio do governo federal e que o Serpro é parceiro nesse momento.
IE – Na área de mobilidade houve mais avanços em novos serviços e ferramentas?
MM – Todos os nossos produtos têm versões para smartphones, com foco na mobilidade. Por isso a adoção da nuvem que hoje conta com mais de 200 serviços. Um exemplo disso foi o desenvolvimento que fizemos para o Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), do Ministério da Justiça, que está todo na nuvem e hoje é usado por profissionais da Polícia Rodoviária Federal no Brasil inteiro que conseguem checar os dados até pelos seus smartphones particulares.
E a mobilidade também é um dos temas que queremos levar para as comunidades de startups, queremos ser ajudados com novas soluções nessa área.
IE – Você tem sinalizado com a possibilidade de oferecer serviços mais específicos ao cidadão à medida que ele acessa os dados e mais informações do seu perfil começam a ser disponibilizados por ele. Isso vai exigir muito da capacidade de sistemas analíticos e Big Data, não? Como vocês estão preparados para isso?
MM – Sim, sem dúvida vai exigir. E não só para a qualificação dos serviços, pois o Big Data é muito importante quando cruzamos dados estruturados e não estruturados, mas também temos de pensar como qualificamos a prestação de serviços. E é isso que queremos, buscar todas as informações da pessoa girando em torno do cidadão e não da estrutura do Estado. As lógicas de Big Data, que são as lógicas de interação de dados, são fundamentais para evoluir nesse tipo de prestação de serviço.
IE – O Serpro já tem hoje as ferramentas de Big Data?
MM — Sim, temos as ferramentas para isso. Nós lançamos inclusive um produto interno de governo, chamado Quartzo, que é uma ferramenta de Big Data, de extração de grandes volumes de dados que foi desenvolvido pelo Serpro usando vários sistemas de software livre. Hoje essa ferramenta extrai dados, por exemplo, da locomoção dos funcionários do governo federal para os órgãos de controle. É uma prestação de serviço que o Ministério do Planejamento faz utilizando essa plataforma. Nós estamos desenvolvendo uma série de ferramentas, que estamos chamando de CIS (Central de Informações Serpro), que vão trabalhar na valoração e qualificação dos dados existentes no órgão. Isso tudo tem uma lógica de Big Data, apesar de não ser uma solução fechada, empacotada como Big Data.
IE — Virão novos lançamentos nessa área?
MM – Sim, estamos preparando novas ferramentas que serão lançadas até o final de setembro. Esperamos que 2016 seja repleto de novidades também em Big Data.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

5G requer todo e qualquer tipo de espectro possível

 

Convergência Digital - Carreira
Convergência Digital* - 11/08/2015

O presidente da 4G Americas, Chris Pearson, advertiu que o 5G está nas manchetes dos veículos especializados, mas requer ainda muito tempo para realizar todo o seu potencial. A entidade sustenta ainda que o 5G só será uma realidade se houver espectro para a oferta dos novos serviços. Nesta terça-feira, 11/08, a 4G Americas publicou uma nota técnica com Recomendações de Espectro 5G, descrevendo os vários fatores influenciando os requisitos de espectro e a necessidade de garantir acesso a várias faixas de espectro.

A nota técnica apresenta uma análise inicial dos desafios e implicações de várias faixas de espectro, os vários fatores que influenciam o licenciamento de espectro e os possíveis avanços tecnológicos garantindo acesso a novas faixas de espectro.

“Com a crescente presença de aplicativos de dados móveis em todas as áreas da sociedade conectada, será muito importante oferecer suporte para o sistema e a arquitetura 5G – e o espectro é essencial para o sucesso futuro das redes LTE e 5G em 2020 e além”, disse Reza Arefi, Diretor de Estratégia de Espectro para o Grupo de Dispositivos e Comunicações da Intel e líder conjunto do grupo de trabalho que produziu a nota técnica. Há pontos de destaques no documento emitido pela 4G Americas:
 
As bandas de espectro móvel abaixo de 6 GHz serão importantes para a integração dos sistemas 4G e 5G.

As bandas de espectro na faixa acima de 6 GHz oferecem alguns desafios técnicos; mas é possível desenvolver serviços móveis em faixas mais altas com novas soluções de rádio.

Mais de 400 mil pessoas já solicitaram cartão de crédito do Nubank

         

MobileTime, Fernando Paiva

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Em operação comercial desde abril de 2014, a start-up brasileira Nubank acumula mais de 400 mil pedidos de emissão do seu cartão de crédito, cuja gestão é feita através de aplicativos móveis (Android, iOS). A empresa não revela o número exato de cartões emitidos até o momento, mas garante que os números estão muito acima da meta original. "Nossa expectativa era atingir 1 milhão em quatro ou cinco anos, mas devemos alcançar esse número bem mais cedo", informa Cristina Junqueira, co-fundadora e vice-presidente de marketing, operações e produto do Nubank. Desde setembro a empresa vem crescendo 60% ao mês. No momento, há mais de 100 mil pessoas na fila de espera para terem o seu perfil de crédito analisado. A base está sendo construída sem ter sido gasto um centavo em propaganda.
O Nubank é um cartão de crédito Mastercard platinum internacional. Um dos seus diferenciais é não cobrar anuidade. Sua receita provém de uma participação nas transações realizadas com o cartão (descontada da tarifa paga pelos lojistas) e da cobrança de juros em caso de parcelamento ou atraso no pagamento. A taxa máxima cobrada é de 7,75% ao mês, o que está abaixo da média do mercado, que gira em torno de 13,5%. E estão sendo feitos testes com uma taxa de 2,75%, que é próxima àquela de empréstimo consignado.
Outro diferencial é a equipe interna de suporte, composta por gente com boa formação e inglês fluente. "Temos orgulho do nosso time de atendimento. Não temos nada terceirizado. Quem atende telefone também responde email, Twitter etc. É uma versão holística do cliente", explica a executiva.
A solicitação do cartão é feita através do aplicativo móvel, mediante a inserção de um código de convite, que pode ser enviado por email por um cliente atual ou obtido no site da do Nubank. Basta informar o CPF e enviar fotos de um documento de identificação, além de preencher alguns dados cadastrais. A aprovação pode levar poucos dias ou meses, dependendo do perfil de crédito da pessoa. O cartão é enviado por transportadora e desbloqueado através do app. Toda a gestão financeira e recebimento de fatura acontece por meio do smartphone.
A maior parte do público é jovem: 80% têm menos de 35 anos. Em termos de renda, a maioria está concentrada nas classes A e B. Mas há também usuários com menor renda: tudo depende da análise de crédito feita pela empresa. "Temos até um estudante que ganha R$ 1 mil e trabalha como estagiário", relata Cristina.
O banco nu
A ideia de fundar o Nubank partiu da observação de que o mercado brasileiro estava sendo mal atendido. "Percebemos que havia uma oportunidade em serviços financeiros. A experiência do cliente no Brasil é muito ruim, o serviço é muito caro e há pouca competição. Pagamos as maiores taxas do mundo e temos a pior experiência", relata a co-fundadora do Nubank. Sobre a escolha do nome, ela explica: "É o banco nu, sem agências, sem papelada, sem tarifas, sem taxas escondidas. Ou seja, transparente".
Apesar do nome, cabe ressaltar que o Nubank não é um banco efetivamente, mas um emissor de cartão de crédito. Para fins regulatórios, sob a ótica do Banco Central, o Nubank é uma instituição de pagamento. A empresa segue focada na área de cartões, avaliando agora outros serviços para a sua base, como a oferta de débito automático e milhas.
Tecnologia móvel
O Nubank tem hoje uma equipe própria com seis desenvolvedores móveis. "Não tem nada que eu faça em tecnologia que não seja mobile. 100% do meu desenvolvimento é mobile", afirma Cristina. O app do Nubank já está integrado com Apple Watch e Android Wear. A versão para iOS conta ainda com acesso via Touch ID no lugar de senha. Um desenvolvedor foi contratado recentemente para construir o app nativo para Windows 10.
Por enquanto não há planos de desenvolvimento de uma solução de pagamento móvel. Cristina justifica: "O Nubank é uma start-up. Nossos recursos são limitados, não podemos criar várias coisas ao mesmo tempo. E pagamento móvel ainda não é algo maduro. Ainda não sabemos qual tecnologia será predominante. Mas sabemos que é temporário. No futuro, não vai ter mais (cartão de) plástico. Enquanto isso, vamos observar para entender qual tecnologia será predominante."