quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Anatel autoriza nova operadora móvel virtual do país

:: Luís Osvaldo Grossmann
:: Convergência Digital :: 15/12/2011

A Anatel autorizou nesta quinta-feira, 15/12, mais uma operação móvel virtual no país. Trata-se da terceira iniciativa desde a aprovação das regras para o mercado das MVNOs. E a exemplo das duas primeiras, a francesa Sisteer fará uso da rede da TIM.

“É mais uma empresa estrangeira que vem ampliar a competição no país”, festejou o relator do pedido no Conselho Diretor da agência, Jarbas Valente, ao destacar que a Sisteer já possui experiência nesse tipo de operação na Europa e na África.

A Sisteer atua como Mobile Virtual Network Enabler - ou seja, funciona como intermediária entre a detentora da rede, no caso a TIM, com empresas interessadas em atuar como operadoras virtuais. A costura entre as empresas foi formalmente anunciada em abril. 

Claro entra na disputa com a Vivo pela internet superveloz

Por Talita Moreira | De São Paulo

A Claro acirra a disputa pelo usuário de internet móvel ao inaugurar, hoje, sua rede 3G+, atualização tecnológica que permite o acesso à web com velocidade três vezes maior que a proporcionada pelos serviços convencionais de terceira geração (3G). A operadora do grupo mexicano América Móvil destinou a esse projeto boa parte dos investimentos de R$ 3,38 bilhões que fez neste ano.
A rede 3G+ da Claro está disponível em todas as cidades onde a empresa tem rede de terceira geração - são cerca de 700. O serviço poderá ser acessado, sem custo adicional, pelos assinantes da operadora que tiverem aparelhos compatíveis com a tecnologia.
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A estratégia é diferente da adotada pela Vivo. A operadora da Telefônica lançou em novembro uma rede 3G+, mas inicialmente a tecnologia está restrita à Região Metropolitana de São Paulo e será cobrada mensalidade de R$ 199,90 no plano que permite o consumo de 10 gigabytes. Há desconto de 50% para os assinantes do Speedy, o serviço de banda larga fixa do grupo.
Não é casualidade que os investimentos em 3G+ venham da Claro e da Vivo. As duas operadora são as que têm mais assinantes de serviços pós-pagos e disputam a liderança no mercado de internet. A Vivo detém a maior rede de banda larga móvel, com presença em quase 2 mil municípios. A Claro tem a maior base de aparelhos aptos a captar as redes de terceira geração.
O movimento da Claro no 3G+ é ousado e necessário. A operadora passou boa parte deste ano ocupada em fazer investimentos na rede e em participar da reorganização dos ativos da América Móvil - que também incluem a Embratel e a Net. As companhias, pouco integradas, passaram a trabalhar e investir de forma coordenada desde o ano passado. Porém, ao se debruçar em assuntos internos, a Claro acabou perdendo para a TIM a vice-liderança no mercado brasileiro.
O presidente da Claro, Carlos Zenteno, minimiza o assunto. "Estamos fazendo um trabalho consistente e ele vai nos levar à liderança", afirma o executivo, que concedeu ao Valor sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo, em setembro de 2010.
Enquanto investe na internet rápida, a Claro também aposta em redução de preços e convocou o jogador Neymar para ajudá-la a se revitalizar.

sábado, 10 de dezembro de 2011

   MVNO está entre as prioridades dos Correios em 2012

Será apresentado na próxima semana o planejamento estratégico da empresa para até 2020.

A diretoria dos Correios vai apresentar, na quarta feira, 14, seu planejamento estratrégico até 2020. Entre seus objetivos, está o desenvolvimento de uma marca própria de celular, que a empresa vai desenvolver como operadora virtual utilizando a rede de telefonia móvel de terceiros. A ideia, já apresentada pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, vai se tornar viável em 2012, ao lado de outras iniciativas que vão transformar a fisionomia da empresa: a criação de uma empresa aérea para transporte de cargas, a ampliação da área de logística com a criação de novos formatos de carga, a internacionalização da operação, a criação de uma nova empresa para impressão de documentos a distância e sua distribuição (Correios Digital).


Várias dessas iniciativas dependiam, na visão da diretoria da empresa, de um novo formato empresarial e de governança, que desse aos Correios mais agilidade. E isso se tornou viável com a aprovação este ano, pelo Congresso, de autorização para que os Correios criem subsidiárias. Uma delas vai operar o Correio Digital, outra empresa aérea. E possivelmente uma terceira, a operadora virtual de telefonia móvel.

Também faz parte do planejamento da empresa, de acordo com Adeilson Telles, chefe de gabinete da presidência, a criação, nas agências, de um espaço de inclusão social e digital, com acesso livre à internet, e oferta de serviços de governo

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Com uma entrada no mercado que pode ser considerada tardia em relação aos concorrentes, a TIM começará a ofertar serviço de internet fixa de banda larga, voltando-se tanto para o mercado empresarial quanto para o residencial. A estratégia para conquistar mercado e alcançar uma meta de 1 milhão de assinantes residenciais em cinco anos é ofertar internet de alta velocidade, chegando a 100 megabits por segundo (Mbps), o equivalente a uma velocidade 50 vezes mais rápida que a média do mercado brasileiro.
O lançamento é baseado na infraestrutura da AES Atimus, adquirida da Companhia Brasiliana de Energia no segundo semestre do ano. A TIM passou a contar com uma rede de 5,5 mil quilômetros de fibra óptica em 21 cidades entre São Paulo e Rio, que deve ser expandida para 14 mil quilômetros até 2014. O presidente da TIM Fiber, Rogério Takayanagi, preferiu não falar em expansão fora do eixo RJ-SP.
Por enquanto, as metas da criação da empresa já são "um peso suficiente para os ombros". Mas ele lembrou que a TIM não tem fibra óptica apenas nos dois Estados, e citou um projeto para conectar 42 cidades com a tecnologia, seja com estrutura construída pela própria empresa [por meio da Intelig ], ou troca de capacidade com outros operadores, o que dependerá do resultado dos negócios em São Paulo e no Rio.
A expectativa dos executivos da tele é de que a TIM Fiber, cujos ativos custaram R$ 1,6 bilhão, gerem valor de R$ 4,8 bilhões para a companhia, tanto em termos de redução de custos, quanto de aumento de receita. O presidente da TIM Brasil, Luca Luciani, diz acreditar que o lançamento da rede de fibra óptica terá grandes impactos para a oferta de produtos aos clientes, mas a baixo custo de implantação.
"Em função da capilaridade que já temos, nas residências e nas empresas, teremos condições de entrar na banda larga residencial com preços baixos", disse Luciani. A tele planeja também crescer entre as instituições governamentais, devido à grande capilaridade conquistada, segundo o presidente.
O impacto previsto sobre os custos é de R$ 1,1 bilhão de investimentos, sendo R$ 300 milhões direcionados para conectar a nova rede. Dos R$ 4,8 bilhões de valor gerado a partir da aquisição da AES Atimus, R$ 800 milhões deverão ser provenientes da aceleração do programa de investimentos em internet móvel, R$ 400 milhões de economia com as sinergias entre a nova empresa e a estrutura da Intelig. Além disso, a expectativa para o crescimento da banda larga residencial é de que o mercado em geral crescerá fortemente, com potencial de R$ 2 bilhões para os próximos quatro a cinco anos.
Além da aquisição da AES Atimus, a TIM confirmou a projeção de investir R$ 8,5 bilhões no período de 2011 a 2013.
Apesar de ter demorado para entrar na oferta de banda larga fixa, a TIM cita como vantagem começar com uma estrutura já pronta de fibra óptica. Para chegar às residências poderá ser usada uma conexão dupla, com linhas de cobre já existentes nos edifícios, ou levando fibra óptica até as casas.
"Isso significa que não precisamos destruir nada nas obras, é a grande vantagem para uma solução de fibra óptica até as casas. Temos 24 meses de vantagem para um concorrente que queira fazer um 'upgrade' na sua linha fixa", disse Luciani. O executivo disse que os contratos ainda não foram fechados com os fornecedores.
Luciani também acenou com a possibilidade de parcerias para aumentar a oferta de banda larga fixa, inclusive com empresas de satélites para alavancar a infraestrutura.
Uma das alianças poderá ser com a Sky, para lançar pacotes de produtos que ofereçam banda larga e televisão em conjunto. A expectativa de Takayana é de que o acordo seja assinado nas próximas semanas, para início da oferta no primeiro semestre de 2012. As duas empresas já foram parceiras comerciais há alguns anos. Procurada pelo Valor, a Sky não conseguiu retornar até o fechamento desta edição.
A TIM optou por não lançar um serviço próprio de televisão por considerar que, sendo uma empresa de telecomunicações, não tem o conhecimento necessário.
Além disso, é um tipo de serviço que muito caro até ganhar a escala suficiente, explicaram os executivos. Até ter no mínimo 2 milhões de clientes, haveria perda de receita. "Não é simples lançar uma televisão, precisa saber comprar conteúdo, etc. Muito melhor do que afundar dinheiro em uma televisão é colocar fibra óptica. Por isso, apostamos em parcerias. A Sky é tendência natural de parceria comercial", disse Takayanagi.
A expectativa da TIM é de que a receita da companhia cresça acima de 10% em 2011, assim como nos próximos anos, informou o diretor de operações da empresa, Lorenzo Lindner. Ele contou que a TIM vem acelerando a geração de receita nos últimos anos. Em 2009, com o impacto da crise internacional, a receita caiu 1%. No ano seguinte, o aumento foi de 6%, e agora o ritmo deverá ser "de dois dígitos".
"Devemos continuar crescendo a base de clientes, mas o nosso foco não é 'market share' [participação de mercado], é crescer com rentabilidade. Acho que vamos continuar ganhando participação em termos de faturamento", disse.
Atualmente, a proporção entre clientes de celular pré-pago e pós-pago é de 85% para 15%. O diretor de operações se diz contente com essa relação. "Acho que o Brasil que está crescendo é o Brasil da classe C e D, com inclusão social. Acompanhar o crescimento do Brasil é vender mais pré-pago do que pós-pago. Não temos objetivos pré-definidos, queremos oferecer o melhor serviço e continuar crescendo", afirmou.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Fim de concessão pode gerar indenização de R$ 47 bi para elétricas

Por Daniel Rittner | De Brasília

Os investimentos não amortizados das concessões de energia elétrica que terminam em 2015 atingem R$ 47,1 bilhões e podem gerar indenizações desse montante, caso não sejam prorrogadas. A informação foi transmitida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ao Tribunal de Contas da União (TCU) e, pela primeira vez, esses valores são detalhados por segmento.
Apesar de ter ficado no centro das discussões, o setor de geração de energia tem o menor investimento ainda não amortizado - R$ 11,1 bilhões. Na transmissão e na distribuição, respectivamente, os montantes vão a R$ 21,1 bilhões e R$ 14,9 bilhões.
Há duas semanas, o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, havia dito que a estatal teria R$ 37 bilhões a receber se suas concessões forem devolvidas. Geradoras como a paulista Cesp, a mineira Cemig, a gaúcha CEEE e a paranaense Copel também possuem concessões que estão expirando em 2015.


No total, 20.206 megawatts (MW) de geração, 80.233 quilômetros de linhas de transmissão e 37 distribuidoras têm contratos prestes a vencer. Isso representa 18% do parque gerador do país, 84% da malha de transmissão e 23% da energia comercializada.
O valor de investimentos sem amortização foi repassado à Aneel pelas próprias empresas. Mas esse cálculo tem base em critérios contábeis, que podem não ser adotados para fins de indenização, conforme alerta um diretor da agência. Segundo ele, no momento em que a Aneel fizer uma auditoria nas contas, o montante tende a despencar. Esse processo será necessário tanto na hipótese de renovação quanto na de relicitação das concessões.
O diretor sustenta a tese de que a maioria das usinas hidrelétricas não tem direito a indenização nenhuma. Ele argumenta que, em 1995, a Lei 9.074 permitiu às geradoras negociar sua energia em ambiente livre e sem restrições de preços. Na avaliação desse diretor, se as empresas não conseguiram amortizar o investimento em usinas até o vencimento da concessão, é porque não calcularam adequadamente o preço da energia vendida e "o consumidor não pode ser onerado por causa dessa estratégia".
A amortização dos investimentos é um dos aspectos analisados pelo Ministério de Minas e Energia, em relatório encaminhado à presidente Dilma Rousseff, que enumera os pontos a favor e contra de cada uma das alternativas - prorrogação ou relicitação - para resolver a questão.
O ministério lista 13 pontos positivos e três negativos para a prorrogação; para a relicitação, são sete pontos favoráveis e dez contrários. Como aspectos negativos da relicitação, alternativa defendida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ministério cita que os leilões seriam incapazes de repassar tarifas menores para o mercado livre.
Também alega que "a licitação equivale à privatização dos ativos operacionais sem a transferência dos passivos correspondentes" e causaria "impactos estruturais não desejáveis ao setor elétrico brasileiro", reforçando a percepção de que as concessões serão prorrogadas.
Mesmo assim, o ministério entende que a renovação propicia "menor transparência na definição do preço da energia elétrica" e "pode significar uma menor captura de benefícios para a modicidade tarifária". São desvantagens, no entanto, amplamente superadas pelas supostas vantagens da prorrogação, no texto em circulação dentro do governo.
Em reunião recente com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), dez associações do setor elétrico pediram a abertura de uma comissão especial para discutir previamente o fim das concessões em 2015. As entidades afirmam que, à medida que o governo adia uma posição sobre o assunto, aumentam as chances de decisões apressadas e com regras polêmicas. "O dono do negócio ainda não disse o que quer", lamenta o presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiros, que representa os comercializadores de energia.
Conforme reconhece Medeiros, é provável que prevaleçam as bases da proposta a ser encaminhada ao Congresso pelo governo e não um projeto de lei formulado pelos parlamentares. "Mas é um assunto mais complexo do que o Código Florestal, com nuances jurídicas que podem parar no Supremo Tribunal Federal (STF), e não gostaríamos de ter uma discussão sem profundidade", afirma Medeiros.
"Se sai uma medida provisória e só se divulga o parecer do relator na véspera da votação, não haverá tempo para a discussão e boa parte dos deputados terá pouca familiaridade com o assunto. A criação de uma comissão especial pode evitar isso", diz ele.
Em recente encontro com as associações do setor, o ministro Edison Lobão deixou claro aos participantes que, no caso de renovação das concessões, não será preciso enviar ao Congresso uma proposta de emenda constitucional (PEC) e a solução pode ser dada por medida provisória. No caso de relicitação, bastaria cumprir o que diz a legislação hoje.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Modelos de MVNOs brasileiras acabaram afastando muitos interessados
Qui, 01 de Dezembro de 2011 10:41
Regras brasileiras limitam vantagens.
A regulamentação para as operadoras móveis virtuais terminou por afastar empresas que investiriam em MVNOs, de acordo com o advogado especialista em telecomunicações, Fernando Schulhof, que participou do IP Expo nesta quarta (1o).
"Se a companhia opta por se tornar uma credenciada, não é 'dona' da base de clientes e se for autorizada, tem que investir em toda a infraestrutura e vai demorar para começar a operar. Lá fora, as operadoras móveis virtuais se focam no marketing, relacionamento com o clinete, fidelização da marca. Só aqui estes modelos são considerados MVNOs", analisou.
Ele enfrenta problemas ao explicar para multionacionais interessadas em investir aqui que leva um ano para sair a licença, mais um ano e meio para montar a infraestrutura e provavelmente a venda deve começar na Copa. "O problema é que não há competição entre as empresas que fornecem rede".
Outro problema de ser uma operadora móvel virtual credenciada é que não é possivel fazer um plano de serviços diferenciado rapidamente, em compensação, o início das operações é mais ágil, porém a MVNO será comissionada. Na autorizada, a migração de rede e plano de serviços diferenciado são mais rápidos, porém demora-se para começar a operar e requer muito investimento em infraestrutura
O advogado também justifica que o nosso serviço de telefonia só pode ser o mais caro do mundo: "são 40% de impostos, mais taxas de ativação e manutenção (TF1 e TFF), estas últimas duas pagas antes que o cliente comece a gerar renda e teoricamente destinada a áreas como a saúde. São complicadores se pensar que o gasto médio de um assinante de telefonia é R$10".
Estão em andamento processos de operadoras de telefonia virtual com a Sisteer; Virgin Mobile, que focará em jovens como no mundo todo; Porto Seguro e Datora. "A MVNO pode dar uma experiência de atendimento diferenciada ao cliente. É um meio de acesso ao clonsumidor 24 horas por dia. Permite monitorar onde ele está o cliente e seu o perfil de tráfego".

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Expo Energia 2011

«Utilities vão ter que se adaptar ou desaparecer»

2011-11-10
A teoria de Darwin foi chamada à mesa de debate na Breakout Conference da Expo Energia 2011, que decorreu esta manhã, em Lisboa. Para António Vidigal, presidente da EDP Inovação, o conceito de utilities terá que seguir a lei de sobrevivência das espécies. Ou seja, «as utilities vão ter que se adaptar ou desaparecer», concluiu o responsável, durante o painel “Empresas, tecnologias e profissionais da energia do futuro”.
A mudança do paradigma energético, para uma realidade mais flexível e baseada no conceito “smart”, está na base da afirmação proferida pelo responsável da EDP Inovação. «É preciso reinventar. Todos os conceitos necessários existem, mas é preciso integrá-los», defendeu António Vidigal.
Tendo em conta o cenário económico actual, o presidente da EDP Inovação lançou ainda o apelo à aposta no lado da gestão e monitorização, por representar um «investimento mais baixo», mas com bons resultados. Mesmo assim, é necessário «que não percarmos a marca portuguesa das renováveis, que se tornou exemplo mundial», enfatizou António Vidigal. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

IV SMARTGRID

Entre os dias 29 de novembro e 1° dezembro, companhia apresentará soluções para o segmento energético e palestrará sobre metodologia de cadastro técnico de redes
 
De acordo com a consultoria ZPrime, organização especializada em informações sobre Smart Grid, o mercado de tecnologia voltado para as práticas em prol das redes inteligentes de energia deve movimentar US$ 2,2 milhões até 2015 no Brasil. Neste contexto, a Elucid, consultoria brasileira de tecnologia da informação, estará presente no IV Fórum Latinoamericano de Smart Grid, que acontece entre os dias 29 de novembro e 1° de dezembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP). 
 
“A instauração de redes inteligentes no País já é amplamente discutida e estar neste evento, que reunirá provedores de solução de TI, empresas de energia, órgãos regulatórios e governamentais, é trocar experiências e impressões a favor da modernização do setor energético”, afirma o presidente da Elucid, Michael Chenoweth Wimert Jr. 
 
No evento, a companhia demonstrará as soluções para a área de energia, que se dividem nas seguintes áreas: CS (Commercial Solution), MS (Mobile Solution), TS (Technical Solution), ES (Enterprise Solution) e IT Services. Além disso, a divisão de consultoria terá destaque no evento por parte da Elucid, uma vez que demonstrará toda expertise tecnológica que a organização possui, principalmente, focada no segmento energético. 
 
Durante o segundo dia do encontro, Hednei Marangoni, diretor de consultoria da Elucid, ministrará palestra sob o tema “O Impacto da Atualização do Cadastro Técnico para Viabilização das Redes Inteligentes”. Entre os principais assuntos estará a questão da revolução digital, trazida pelo conceito de Smart Grid, que impacta na forma de produzir, distribuir e consumir. Paralelamente, a companhia apresentará o caso de sucesso dentro da Celpa (Centrais Elétricas do Pará), que diz respeito à atualização de cadastros técnicos, por meio da metodologia de reconhecimento de imagens de ativos (postes, cabos, conectores, entre outros componentes), produzidas em campo.
 
“A partir das fotos é possível obter informações detalhadas dos equipamentos instalados. Com isso, a distribuidora consegue manter o seu banco de dados atualizado, auxiliando nos processos de manutenção e detecção de possíveis pontos de fraude, além de deixar a sua rede apta para futuros projetos de Smart Grid”, finaliza Wimert.
 
Agenda
 
IV Fórum Latinoamericano de Smart Grid
Data: 29 de novembro e 1° de dezembro
Horário: às 8h até 20h 
Local: Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. 
Informações: www.smartgrid.com.br
 
Palestra - “O Impacto da Atualização do Cadastro Técnico para Viabilização das Redes Inteligentes”
 
Data: 30 de novembro 
 
Horário: 15h 
 
Sobre a Elucid 
 
A Elucid é consultoria brasileira de tecnologia da informação, líder na oferta de soluções ao segmento de energia elétrica. Há 21 anos no mercado, a companhia apresenta 380 colaboradores e apresenta o market share de 25%. 
 
Em cinco anos, a Elucid cresceu mais de 300% em receita, atingindo o faturamento anual de R$ 151 milhões e EBITDA superior a R$ 60 milhões. Para 2012, a empresa aposta no segmento de gás e saneamento a partir da oferta de seu portfólio completo que inclui soluções de mobilidade, gestão comercial e consultoria, entre outros. Para mais informações acesse www.elucid.com.br, além dos perfis da companhia nas mídias sociais: Facebook, Twitter e LinkedIn.

sábado, 5 de novembro de 2011

                 MVNOs: de panaceia a realidade

José F. Otero

Os mercados de telecomunicações da América Latina possuem enormes diferenças entre si: taxas de penetração, adoção de serviços e níveis de consumo. Entretanto, em uma das áreas onde tradicionalmente se encontravam as maiores divergências que durante os últimos 18 a 24 meses se observaram iniciativas similares: a regulamentação. Os entes reguladores da América Latina parecem ter decido em uníssono que o número de operadoras móveis em seus respectivos mercados é muito baixo e por isso devem buscar alternativas que permitam a proliferação de novos competidores.
Idealmente, a primeira alternativa é a entrada de um novo operador disposto a investir em infraestrutura e lançar sua própria rede. No entanto, a ausência de interessados em leilões realizados no Brasil, na Colômbia e no México descarta essa opção para mercados com alta taxa de penetração móvel e operadoras estabelecidas com forte poder econômico para enfrentar a competição. Diante dessa situação, ressurge pela terceira vez na região o modelo de operadora móvel de rede virtual (MVNO, na sigla em inglês).
O incompreensível no modelo de MVNO é o hiperbólico otimismo sobre o mesmo que parece ter contagiado setores variados da indústria.Estamos distantes de quando o mercado via a Cotas Móvil, da Bolívia, como um estranho mostrengo. A realidade hoje é diferente e até países como Brasil e Chile adotaram uma legislação específica para regular esse modelo de negócios.
Um dos problemas para o desenvolvimento de MVNOs na América Latina, e mais especificamente no caso do Brasil, é que pensam que a existência de uma regulamentação imediatamente se traduzirá em êxito desse modelo com numerosas operadoras virtuais lançando serviços no curto prazo. Poucos querem se lembrar que há cerca de cinco anos uma lei similar foi aprovada no Chile, onde mais de dez licenças foram entregues mas apenas uma se materializou em MVNO: GTD.
Não há dúvida de que Brasil é um mercado que oferece muitas oportunidades para o desenvolvimento de MVNOs. Mas é preciso ter em conta que as condições de mercado do país são muito distintas daquelas da Europa de dez anos atrás. Por exemplo, quando Virgin Mobile UK iniciou suas operações, a taxa de penetração móvel no Reino Unido era de 48% e a oferta das operadoras se concentrava em serviços de voz.
Nos EUA, além de uma taxa de penetração menor, o crescimento da Tracfone (maior MVNO do mundo, com 19,3 milhões de usuários) foi sustentado na oferta de um modelo de tarifação até então inexistente naquele mercado: o pré-pago. Apesar do ambiente competitivo favorável e de mais de uma década de operação, nenhuma dessas MVNOs possui 10% de participação de mercado. Na França e na Espanha, todas as operadoras virtuais juntas somam 10% de market share.
O sucesso das MVNOs no Brasil dependerá de dois fatores básicos: o segmento de mercado que escolherem focar e o entendimento de seus investidores de que terá uma participação de nicho. As MVNOs devem ser criadas para complementar unidades de negócios já existentes. Em outras palavras: incrementar o valor da oferta de produtos já oferecidos, independentemente de serem de telecomunicações, de um supermercado ou de um banco.
Uma vez entendido que o crescimento será moderado e que o valor percebido pelo cliente justifica deixar de lado os serviços de Vivo, Oi, Claro ou TIM (para mencionar aqueles com cobertura nacional), então podemos considerar que haja espaço para modelos de negócios com possibilidade de êxito em um ecossistema móvel cada vez mais centrado em serviços de dados. Acreditar que as MVNOs crescerão apenas com preços baixos ou simplesmente vendendo SIM é ignorar a dinâmica do mercado e tentar repetir os erros de outras operadoras móveis virtuais que não tiveram muita sorte, como, por exemplo, a equatoriana Alegro e a colombiana Uff Móvil. Por último, lembrem-se que Virgin Mobile teve sucesso no Reino Unido e nos EUA, mas em Cingapura fechou suas portas com apenas um ano de vida.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Brasil testa 7 serviços de pagamento móvel

Por Cibelle Bouças | De São Paulo

Operadoras de telefonia celular e de cartões de débito e crédito, além de bancos e empresas de pagamentos têm redobrado esforços para fazer vingar no Brasil os serviços de pagamento móvel, que prometem substituir em alguns anos os tão populares cartões de plástico. Para o consumidor, esses serviços são apresentados como sendo de dois tipos: pagamento remoto por troca de mensagem (SMS) ou pagamento presencial sem contato com outras máquinas, ou "near field communication" (NFC).
O trabalho empreendido pelas empresas que compõem essa cadeia, no entanto, revela uma realidade complexa. Existem atualmente no mercado oito tipos de tecnologias em uso, das quais sete já são testadas em território brasileiro. "Por enquanto, não existe um padrão que predomine no mercado global, embora haja uma predominância de testes com SMS e NFC no mundo", afirma Philip So, consultor da Europraxis.
A maioria das tecnologias pode ser usada com os aparelhos celulares já disponíveis no mercado e, para o consumidor, o custo é semelhante ao de um SMS ou de uma ligação local. Para as empresas que compõem a cadeia, essas tecnologias exigem um reforço da infraestrutura de banda larga e a adoção de softwares que garantam a efetivação das operações com um alto nível de segurança.


As tecnologias mais simples são as de SMS, USSD (sigla em inglês para serviço de dados suplementar não estruturado), SIM Toolkit, unidade de resposta audível (URA) e aplicativos Java. De acordo com o consultor da Europraxis, essas tecnologias podem ser adotadas pelas operadoras de telefonia, sem a necessidade de parceria com uma instituição bancária. Por isso, têm maior potencial de êxito entre os usuários de celular, mas sem conta bancária. As tecnologias são testadas atualmente pelas operadoras Oi, Vivo, Claro e TIM.
O serviço de mensagem de texto (SMS) foi o primeiro a ser implantado no país, a partir de 2006, e permite a realização de compras, pagamento de impostos e serviços e transferências bancárias com o envio de mensagens. O USSD é uma variação do SMS, mas em lugar de o usuário enviar uma senha para confirmar a operação, ele recebe um menu de opções para responder. Esses serviços podem ser usados em qualquer celular e têm o custo de um SMS, embora as operadoras adotem, para essas mensagens, a criptografia, que eleva o seu nível de segurança.
A URA é um serviço que permite realizar operações do celular usando um software de reconhecimento de voz. A tecnologia é adotada, por exemplo, em Botswana, pela operadora Mascom, em parceria com Visa, Barclays, First National Bank e Standard Chartered. No Brasil, no entanto, o padrão ainda não foi testado.
Outras tecnologias simples, mas que exigem a gravação de aplicativos no celular são o SIM Toolkit e Java. O SIM Toolkit permite a gravação de aplicativos no cartão de memória do celular (SIM card) para que o usuário possa receber informações bancárias e realizar operações. Os celulares que aceitam a linguagem Java também possibilitam o acesso a aplicativos, por internet, para realizar os pagamentos móveis. "A vantagem dessas plataformas é que elas podem ser usadas em qualquer celular", observa Carlos Zanvettor, diretor-executivo de varejo, marketing e produtos da Redecard.
O Wap é incluído na mesma categoria da tecnologia HTTPS, pois permite ao cliente conectar-se com o banco ou a operadora de cartão por internet sem fio, diz o analista da Europraxis, Frederico Barbosa. A consultoria elaborou um estudo sobre o avanço desses padrões no país, que são adotados pelas operadoras em parceria com empresas de pagamento como Cielo e Redecard, bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Santander, Itaú e HSBC) e operadoras de cartões (Visa, Mastercard e Redecard).
De acordo com a pesquisa, a tecnologia mais avançada e que exigirá investimentos tanto de usuários quanto das empresas envolvidas na cadeia é a comunicação por aproximação, ou NFC. Os consumidores necessitarão ter em mãos celulares com chips com sistemas de radiofrequência para permitir a leitura dos celulares pelos terminais de pagamento das lojas.
A Nokia foi a primeira a lançar no país aparelhos com essa tecnologia. A Visa, em parceria com Banco do Brasil e Bradesco, lançou um aparelho da Nokia, vendido pela Claro, com essa tecnologia. Já a Redecard vende em parceria com a Vivo um chip que pode ser instalado nos celulares dos usuários interessados pelo serviço. Outros fabricantes de aparelhos celulares, como Samsung, LG, Research In Motion (RIM) e Apple começam a adotar o NFC em seus aparelhos.
Do lado das empresas de pagamento, será necessário substituir o parque atual de 6,2 milhões de terminais de pagamento por equipamentos que já contenham a tecnologia NFC embarcada. A Cielo, com um parque de 1,6 milhão de equipamentos, tem atualmente 35 mil máquinas adaptadas, diz Eduardo Chedid, vice-presidente executivo de produtos e negócios da empresa. A Redecard, por sua vez, dona de uma base de 1,2 milhão de aparelhos, tem 5 mil equipamentos prontos para realizar as operações com o NFC, diz Carlos Zanvettor, diretor-executivo de Varejo, marketing e produtos da Redecard.

domingo, 30 de outubro de 2011

Anatel decide reduzir VC e força redução de 27% da VU-M em três anos
quinta-feira, 27 de outubro de 2011, 23h16

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A Anatel decidiu nesta quinta, dia 27, quais os parâmetros de redução das tarifas de público (VC),  que serão aplicadas nos próximos anos. Com isso, haverá uma queda substancial também no preço da interconexão entre redes fixas e móveis (VU-M), o que acarretará uma queda no valor das ligações fixo-móvel.
A agência decidiu que as tarifas de público (VC) devem cair 18% no próximo ano, 12% a partir de fevereiro de 2013 e, caso não haja um Valor de Referência estabelecido pelo modelo de custos, já está avisado que a VC cairá 10% a partir de fevereiro de 2014.
A tarifa de público (VC) é função de uma fórmula que considera o valor da VU-M, da interconexão entre redes fixas (TU-RL) e um delta. As operadoras podem acertar entre si uma pactuação de VU-M, mas caso não haja acordo, a redução da VC deve ser aplicada à VU-M integralmente no primeiro ano e depois, progressivamente, ela se ajusta aos demais componentes da fórmula, sendo que 70% desta variação deve se dar na VU-M.
Na prática, considerando o fator X e a aplicação do Índice Setorial de Telecomunicações, os valores projetados pela agência são os seguintes:
A VC-1 é de R$ 0,56 hoje e vai cair em fevereiro de 2012 para R$ 0,484. Depois vai a R$ 0,449 em 2013 e para R$ 0,425 em 2014, caso não haja um valor de referência calculado em função do modelo de custos ainda em elaboração. A queda na VC em relação ao que seria se fossem mantidos os reajustes atuais é de 45% até 2014, ou 21% em relação ao valor atual.
Com essa redução de VC, a queda da VU-M deve se dar na seguinte proporção:
De R$ 0,427 atuais, a interconexão fixo-móvel cai para R$ 0,369 em fevereiro de de 2012, R$ 0,33,4 em fevereiro de 2013 e R$ 0,312 em fevereiro de 2014, caso não haja pactuação. Cai 27% em três anos, portanto.
Assimetria
Mas há um detalhe importante: a Anatel prevê que possam ser aplicadas regras específicas incluindo medidas assimétricas para operadoras sem Poder de Mercado Significativo (PMS). Segundo o conselheiro Jarbas Valente, vale a regra de PMS que existe hoje no Regulamento de SMP, ou seja, é o poder de mercado significativo na interconexão. O mark-up dessas medidas assimétricas pode chegar a 20%, ou seja, quem não for considerado PMS poderá cobrar uma VU-M 20% maior.
Outro aspecto importante é que a redução da interconexão decorrente da queda na VC deverá afetar também o serviço móvel especializado, SME, por meio do qual opera hoje a Nextel.
MVNOs podem ter obrigações diferenciadas de qualidade na banda larga móvel
quinta-feira, 27 de outubro de 2011, 23h53



Um aspecto importante da regulamentação de qualidade elaborada pela Anatel no Regulamento Geral de Qualidade do Serviço Móvel Pessoal (RGQ-SMP) é que ele não se aplica a operadoras virtuais (MVNO) que operam no modelo de credenciadas. Nesses casos, a operadora de rede é que terá que garantir os padrões. Mas ainda existe uma questão em aberto para as operadoras virtuais que operem no modelo de autorizada, que em tese têm a responsabilidade total sobre a qualidade do serviço. O conselheiro da Anatel, Jarbas Valente, reconhece que nesse caso terá que ser feito um ajuste na regulamentação das MVNOs para equalizar as obrigações. Mas ele deixa a porta aberta para que as MVNOs autorizadas tenham parâmetros de qualidade na oferta de banda larga móvel mais flexível. Poderia ser, reconhece o conselheiro, uma forma até de estimular o surgimento de operadoras virtuais voltadas especificamente para a oferta de serviços de dados.
Hoje, existem empresas que têm planos de adotar esta estratégia, inclusive para atender ao mercado de machine-to-machine (M2M). A complicação, dizem as empresas, passa pela necessidade de pagamento de tarifas elevadas de interconexão e, sobretudo, pela obrigação de recolhimento da taxa anual de fiscalização (Fistel), que hoje gira em torno de R$ 12 por ano por terminal.
Anatel vai reduzir tarifa fixo-móvel em 21% até 2014

:: Luís Osvaldo Grossmann
:: Convergência Digital:: 28/10/2011
A partir do próximo ano, a Anatel vai colocar em prática uma política de redução das tarifas cobradas nas ligações entre telefones fixos e móveis. Com implantação gradativa, a ideia é que até 2014 o preço por minuto desse tipo de chamada seja reduzido em 21% – dos atuais R$ 0,54 para R$ 0,42.

Para chegar a isso, a agência prevê, no regulamento que trata dos critérios de reajuste, aplicar redutores de 18%, 12% e 10%, respectivamente, nos três próximos anos no valor da tarifa das ligações entre telefones fixos e móveis, ou VC, no jargão do setor, referente ao Valor de Comunicação.

Vale lembrar que a projeção tem como base valores de hoje. Isso significa que o efeito ao consumidor será menor por conta da inflação da telefonia, o Índice de Serviços de Telecomunicações (IST), que é proporcional, embora inferior, à flutuação geral dos preços da economia. Em 2010, para um IPCA de 5,9%, o IST ficou em 4,5%.

O alvo principal da redução é a tarifa de interconexão cobrada pelas redes móveis – ou seja, a parcela devida pelas teles fixas às operadoras de celular nesse tipo de chamada, conhecida no setor como VU-M. Na simulação da agência, para que a tarifa final caia 21%, essa VU-M será reduzida em 27% no mesmo período.

Embora seja apontada como a principal “vilã”, mexer diretamente com a VU-M é considerado tabu, uma vez que os valores são definido em livre negociação entre as empresas – conceito relativo visto que é comum a necessidade de arbitragem da própria Anatel, ou mesmo ações judiciais movidas pelos insatisfeitos.

Ainda que pela tangente, é um movimento que ataca uma das principais distorções do setor: a vantagem tarifária promovida deliberadamente para incentivar o mercado móvel. Dez anos e 200 milhões de celulares depois, talvez esteja mesmo na hora de se repensar o modelo.

Como se tratam de componentes da mesma fórmula matemática, para o consumidor talvez não importe o caminho adotado, desde que o resultado final represente uma tarifa menor. O efeito prático, contudo, pode ser pequeno para levar a uma mudança sensível na percepção de que é mais vantajoso ligar de celular para celular e de fixo para fixo.

Para as operadoras, porém, a escolha determina quem ganha e quem perde com a mudança. A parcela da interconexão representa, em média, um pouco mais de um terço do faturamento, portanto algo da ordem de R$ 20 bilhões por ano. Assim, a aplicação da estratégia da Anatel pode muito bem significar a perda de R$ 4 bilhões até 2014.

A diferença deve ser ainda maior. A Anatel tem como norte fazer com que a VU-M represente 70% do valor da tarifa final – atualmente é 79%. No exercício feito pela agência, no entanto, essa proporção chegará a 2014 ainda em 73%, o que pode exigir novas rodadas de redução dessa parcela.

Como os grandes grupos de telecomunicações do país atuam tanto na telefonia fixa quanto na móvel – caso da Oi, da Telefônica/Vivo e da Embratel/Claro –, o que for perdido de um lado é, em tese, recuperado de outro. A exceção é a TIM que, sem operação na telefonia fixa, só tem a perder.

O regulamento contempla um mecanismo de compensação ao permitir que as operadoras sem Poder de Mercado Significativo (ou seja, nesse caso a TIM) poderão cobrar até 20% a mais pela VU-M. Dada a disputa entre as móveis, porém, cobrar mais em algo que pode ter impacto no preço final talvez não seja uma alternativa real.

Governo inicia estudos sobre smart grids
sexta-feira, 28 de outubro de 2011, 17h01


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O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) iniciou estudo sobre redes inteligentes de energia - conhecidas com smart grids. O CGEE tem supervisão da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O estudo tem a finalidade analisar a sociedade brasileira para a introdução desse conceito, antevendo desafios, oportunidades e impactos econômicos, industriais, tecnológicos e sociais na sua implantação.  O objetivo também é obter subsídios para formulação de políticas públicas sobre os diversos órgãos governamentais setoriais envolvidos nas questões. O término está previsto para 31 de dezembro.
Além do MCTI, participaram os ministérios de Minas e Energia e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), universidades, CPqD, Operador Nacional do Sistema (ONS) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), além de dois participantes internacionais, do Reino Unido (National Grid) e da Alemanha (GIZ, ex-GTZ).
O tema das smart grids está incluído no planejamento da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação no âmbito do Programa de Distribuição de Energia Elétrica e figura com um das metas propostas pela Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2011-2014 (ENCTI) 2011-2014.
A Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) e a Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações (Aptel) estão realizando estudos para a elaboração de uma proposta para um plano nacional para a migração tecnológica do setor elétrico brasileiro do estágio atual para a adoção plena do conceito de rede inteligente. A Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação participa do comitê consultivo desse projeto, que reúne 63 concessionárias brasileiras e tem término previsto para o fim do ano. Além disso, sob a regência das aplicações reguladas pela Aneel, algumas concessionárias de energia estão realizando pesquisas e implantando projetos piloto e demonstrativos. Entre elas estão a Cemig, Light, Ampla e Eletrobras.
O Ministério de Minas e Energia, por meio de um grupo de trabalho, inicialmente restrito ao próprio ministério, realizou estudos em 2010 para levantar o estágio do conceito de smart grids no mundo. A ABDI está realizando estudos sobre mercado dessas redes no Brasil.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011


Regulamentação da femtocell entra na pauta



A agência pretende fazer uma força tarefa com todos os interessados
Operadoras móveis, fabricantes e Anatel se comprometeram em fazer uma força-tarefa com o objetivo de regulamentar o uso da femtocell, uma espécie de estação radiobase caseira, que melhora a qualidade do sinal móvel indoor, por meio de off-load do tráfego para rede de banda larga fixa. Segundo o gerente-geral da gerência de certificação e engenharia de espectro da agência, Marcos Oliveira, o primeiro passo já foi dado em um encontro promovido com todas as operadoras na semana passada, quando todas cobraram a regulamentação do uso da tecnologia. A próxima ação será a elaboração de um esboço da norma, a partir da contribuição de todos os interessados. 

Oliveira acredita que, com a participação de todos, não é impossível que a proposta de regulamento entre em consulta pública rapidamente, apesar de o uso da tecnologia não estar previsto entre as ações do Plano Geral de Atualização da Regulamentação das Telecomunicações (PGR). Além da norma, a Anatel terá que homologar e certificar os equipamentos.

Em painel realizado nesta terça-feira (13), na Futurecom, o diretor de planejamento e tecnologia de rede da Vivo, Leonardo Capdeville, ressaltou que o país está atrasado. Mas reconhece que a culpa não é da Anatel. “Há um ano, não havia escala do equipamento nem experiências maduras dessa tecnologia”, disse. Atualmente, 41 operadoras da Europa e da Ásia já utilizam a tecnologia com sucesso e já há mais modelos de fetomcell do que estação radiobase 3G.

Apesar da convergência das operadoras para regulamentar essa facilidade, a tarefa, reconhecem, não é trivial. Segundo o diretor-executivo do SindiTelebrasil, a dificuldade é que o equipamento pode transferir o uso do serviço móvel de uma operadora para a rede fixa de outra. Porém, sua maior preocupação é de que não incida o Fistel sobre o serviço, porque inviabilizaria qualquer plano de negócio. Uma alternativa seria considerar o femtocell como acessório para evitar a incidência da taxa.

Roberto Murakami, representante da NEC, que fabrica o equipamento, disse que, entrr os serviços em operação, há modelos diferentes de negócios. No Japão, por exemplo, a operadora dá o equipamento de graça com o objetivo de aumentar a qualidade do sinal do seu cliente. Na Inglaterra, a operadora que usa o serviço, vende o equipamento por 290 libras, mas não cobra mensalidade. Já na França, a companhia dá o equipamento, mas fideliza o cliente e ainda cobra taxa mensal de 10 euros.

Preocupação com tributos prejudica o desenvolvimento do MVNO no país

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Posição foi defendida durante debate nesta terça-feira na Futureccom
Preocupações com questões ligadas a bitributação e o peso do Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações) são alguns dos entraves para o desenvolvimento da telefonia móvel virtual (MVNO) no Brasil. Foi o que argumentou o representante da TEL-NT, Luiz Claudio Rosa, durante debate nesta terça-feira (13), no Futurecom, que acontece em São Paulo. A falta de uma posição do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) é a principal queixa dos interessados em ofertar esse serviço.

Segundo Rosa, com a indefinição sobre a tributação, o serviço acaba inviabilizado porque sua margem de rentabilidade é baixa, já que o objetivo do MVNO é agregar valor a outros serviços. Para o presidente da TelComp, João Moura, o serviço só deslancha quando as tarifas de interconexão começarem a cair.

A conselheira da Anatel Emília Ribeiro disse que tem sido procurada por vários segmentos interessados no serviço, como instituições de ensino, bancos e varejo e acredita que os pedidos de autorização ainda vão chegar. Por enquanto, apenas as empresas Porto Seguro e Datora obtiveram autorização, dez meses após a aprovação do MVNO.
Para MVNO deslanchar é preciso baixar VU-M, defende TelComp
terça-feira, 13 de setembro de 2011, 18h04

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O alto valor da VU-M talvez explique porque as operadora móveis ainda não tenham se interessado mais fortemente pelo modelo de MVNO. Para a TelComp, as operadoras móveis hoje não têm estímulo para buscar novas fontes de receita, uma vez que cerca de 30% da receita das teles móveis vêm das companhias fixas, através da tarifa de interconexão.
Isso explica, segundo o diretor executivo da TelComp, João Moura, porque só a TIM até agora tenha fechado parceria com uma futura operadora virtual. Diferentemente das outras teles móveis, a TIM não tem a operação fixa, o que a torna ainda mais depende da receita com interconexão. Quando a VU-M cair, o impacto será maior para a TIM, já que ela não tem o braço fixo que seria beneficiado pela redução.
“O grande desafio é trazer para a mesa as operadoras dominantes que estão com as redes ocupadas nas grandes cidades e têm o benefício da tarifa de interconexão, que causa uma distorção no mercado”, diz ele. Segundo ele, na Europa as MVNOs apareceram ao mesmo tempo em que os órgãos reguladores começaram a reduzir a tarifa da VU-M.
Já está no Conselho Diretor da Anatel, sob relatoria do conselheiro Jarbas Valente, uma proposta de redução gradativa do VC1 (tarifa de público para chamadas locais), que geraria um impacto sobre o preço da VU-M. A quedapretendida pela Anatel é de 20%. Além disso, a agencia quer obrigar as operadoras que têm redes fixas a praticarem preços isonômicos de VU-M entre suas subsidiárias móveis e as demais teles fixas.
A conselheira da Anatel Emília Ribeiro também concorda que a redução da VU-M pode dar um impulso ao número de interessados na operação virtual, mas por outros motivos. Ela diz que o alto custo para terminar a chamada na rede das móveis é um fator importante que deve ser levado em consideração na montagem dos modelos de negócio.
Segundo a conselheira, há dois pedidos de MVNOs no modelo credenciado de duas instituições de ensino de São Paulo. Até agora, a Anatel já autorizou a operação no modelo de autorizada da Datora Telecomunicações e da Porto Seguro Telecomunicações, que ainda não entraram em operação comercial. Segundo a conselheira, há vários interessados no modelo e o ano de 2012 será o ano em que os projetos vão "sair da gaveta".
A Caixa Econômica Federal, segundo Emília, está estudando como aplicar o modelo de MVNO para que os beneficiários do Bolsa Família possam resgatar seu benefício em comércios locais sem que tenham que se deslocar até uma agência bancária.

sábado, 24 de setembro de 2011


Google apparently mulling MVNO market

23 Sep 2011
Reports originating from the Spanish press suggest that Google may be using Spain to test the ground for an MVNO launch, although so far there is little in the way of proof to support this.

According to Cellular News, the company’s employees in the country are being supplied with Google-branded SIMs. While it was suggested that these work across networks for testing purposes, an image has been published which shows a device connected to “Google-ES” – which was seen as indicating a pilot MVNO operation.

This is not the first time that Google has been reported to be mulling an MVNO business, in order to increase its ties with customers to include connectivity and billing. According to documents released as part of its Java intellectual property dispute with Oracle, an MVNO operation was considered during the development of Android, although this did not come to fruition.

As far back as 2007, it was suggested that Google is planning an entry into the MVNO market in the UK in partnership with O2 UK. At this point, it was suggested that the search giant would only make sales via its website.

Through its Android platform and range of mobile internet services, as well as its Admob mobile advertising unit, Google has already gained a strong position on the smartphone and value added services markets.

By taking on the role of connectivity provider for smartphone users, Google will be able to take advantage of its billing relationship with customers – it is currently in the process of adding operator billing support to Android Market. This will enable it to offer seamless payment options for content and apps, similar to Apple’s iTunes/App Store combination.

In addition, EU regulators have recently suggested they may look to allow customers to select a different operator to provide their roaming services. With concern about the cost of roaming data services being seen as a significant inhibitor for international use, Google could look to create a cross-border MVNO with attractive data prices, as a way to encourage the use of its core mobile internet services – including location-based search and navigation, and photo sharing.

With its first own-brand handset, Nexus One, Google attempted to cut operators out of the device supply chain, selling the device directly from its website – although with bundled service contracts also available. This strategy was not massively successful for the company, however, due to the strong position of established operators and retail channels in this market.

With its planned acquisition of Motorola, Google is already set to become a competitor to its Android ecosystem partners, including companies including HTC and Samsung which have led the way with adoption of the platform.

    Futurecom: Transtelco anuncia MVNO as a Service


Projeto inclui a oferta de toda a tecnologia, infraestrutura e serviços de ponta-a-ponta para as empresas interessadas em ter a sua operadora virtual sem a necessidade de investimentos em estrutura própria.
 
A Transtelco, fornecedora de infraestrutura e serviços de tecnologia para o mercado de Telecom, acaba de anunciar na Futurecom o lançamento do Projeto MNVO as a Service, que envolve a oferta de tecnologias, infraestrutura e serviços para a gestão e entrega de serviços das MVNOs às empresas interessadas em ter a sua operadora virtual sem a necessidade de investimentos em estrutura própria. 
 
A possibilidade de se ter uma MVNO como serviço visa atender a um mercado que se abre após a regulamentação da operação desta atividade pela Anatel e que vem despertando grande interesse de empresas de vários segmentos, mas que podem atrasar ou abandonar os investimentos nesta área porque não possuem a expertise necessária para tocar um projeto com esta complexidade e abrangência. Segundo Rodrigo Vian, diretor da Transtelco, a aposta da empresa está na identificação de uma ampla gama de oportunidades que este mercado possibilita, mas que pode não sair do papel justamente porque as empresas interessadas necessitam de apoio técnico, operacional e de serviços para a nova empreitada. 
 
“Não basta uma empresa obter a licença de operação junto à Anatel e depois não saber o que fazer para colocar a MVNO em operação”, avisa o executivo. “A empresa que deseja ter uma MNVO tem que levar em conta muitos fatores, desde a contratação de tecnologias avançadas, para a comutação dos dados, controle de usuários, controle das contas, roaming, portabilidade, entre outros. Como a empresa que deseja uma MVNO não quer – e não pode – deixar o seu core business descoberto, é melhor para ela ter um apoio de especialistas. Esta é a nossa proposta’, afirma.
 
“É muito complicado para as empresas que atuam em áreas bem distintas a da telecomunicação entrar de cabeça em um projeto de implantação de uma operadora virtual a partir de sua infraestrutura. Podemos afirmar que é muito complicado para elas incluir em sua base mais uma operação que nada tem a ver com o seu core business. Isto só traz problemas e desgastes. Um grande magazine terá que criar vários departamentos de gestão que não podem se confundir com as suas áreas já existentes. Eles terão que ter uma loja de atendimento ao cliente, um setor para controle de contas, entre outras. Na Europa, onde já existem as MVNOs, elas são empresas totalmente à parte das operações da empresa mãe. Não tem sentido algum se meter na operação de um negócio que não lhe diz respeito. Você pode ter as pessoas certas para os postos de decisão e pode deixar conosco a operação dos serviços. Por isso o nosso projeto se chama MNVO as a Service, explica o executivo.
 
As MVNOs as a Service da Transtelco conta com o apoio da Interop Technologies  e Bichara Tecnologia no provimento das tecnologias e sistema de entrega de serviços aos assinantes e englobará as seguintes fases, segundo Rodrigo Vian:
 
- Projeto e implantação;
- Infraestrutura;
- Comutação;
- Sistemas de gestão de negócios;
- Sistemas de gestão de usuários e contas;
- Gestão de roaming;
- Controle e encontro de contas (clearing house);
- Suítes de mensageria, plataformas OTA (Over-the-air) e de gerenciamento de usuários (MDM);
- Consultoria. 
 
A Transtelco também atenderá a este mercado com projetos MVNE (Mobile Virtual Network Enabler). “Iremos tratar cada projeto de forma customizada e cada ativação será tratada de forma especial para atender às necessidades de cada projeto”, adianta Vian.
 
Mais informações: http://www.transtelco.com.br

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Unicel desaparece, mas deixa dívidas e reclamações

Por Talita Moreira | De São Paulo
A Unicel, operadora de celulares que estreou em 2008 com a promessa de ser a "Gol da telefonia móvel", desapareceu do mercado - deixando para trás dívidas e reclamações de assinantes.
Até a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) perdeu o rastro da companhia. Em comunicado publicado no "Diário Oficial da União", em agosto, o órgão declarou que a Unicel "se encontra em local incerto e não sabido."
Na esfera judicial, o destino da empresa, de seus acionistas e executivos também é desconhecido. Ações contra a Unicel - incluindo pedidos de falência - tramitam com lentidão porque os oficiais de Justiça não conseguem notificá-la.
Enquanto isso, os órgãos de defesa do consumidor acumulam reclamações contra a operadora. No site Reclame Aqui, boa parte das 74 queixas registradas refere-se à falta de sinal da rede. Alguns clientes dizem não conseguir usar os créditos que compraram para o celular pré-pago. No Proteste, foram contabilizadas 36 reclamações em 2010.
Operadora estreou no mercado em 2008, acenando com serviços de baixo custo e foco no consumidor jovem
A Unicel pertence à família do empresário José Roberto Melo da Silva e entrou em atividade após longa disputa com a Anatel, prometendo investir US$ 120 milhões.
No ano passado, a empresa esteve nos holofotes quando vieram à tona notícias de que teria sido favorecida pela então chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, para obter uma licença de operação na faixa de 400 megahertz. José Roberto Camargo Campos, marido da ministra, era consultor da Unicel.
Desde maio, a Unicel não presta informações à Anatel. Naquele mês, a empresa - cujo nome comercial é Aeiou - tinha 14.565 clientes. O número é irrisório: equivale a 0,007% dos assinantes de telefonia móvel no país.
A companhia também está em falta com pagamento das licenças adquiridas em leilões promovidos pela Anatel em 2005 e 2007 - uma outorga para atuar na Grande São Paulo e uma faixa de extensão. Nos dois casos, a empresa pagou a parcela inicial (10% do total), mas não quitou as seis prestações restantes. O montante que ainda teria a pagar beira os R$ 100 milhões.
Por causa das dívidas, a Unicel foi inscrita no cadastro de inadimplentes do governo federal (Cadin) deste ano. Segundo a Anatel, a operadora poderá perder as licenças se não regularizar a situação.
Em julho, a agência exigiu a devolução de 48 dos 50 prefixos de celular que cabiam à Unicel, alegando que estavam subutilizados.
Procurada pelo Valor, a Anatel não informou, até o fechamento desta edição, se a empresa continua em atividade. A dúvida é relevante, já que as frequências do espectro radioelétrico - imprescindíveis à prestação de serviços de telefonia e banda larga móvel - são um bem público e limitado.
Sob o nome de Aeiou, a Unicel lançou suas operações na Grande São Paulo, em 2008, inspirada na companhia aérea Gol e prometendo serviços de baixo custo. Com foco no público jovem, instalou sua sede em um casarão na Vila Madalena, bairro paulistano conhecido por seus bares e ateliês de arte.
Mas a Aeiou nunca decolou. No auge, teve 22 mil clientes - bem longe do plano de chegar a meio milhão de assinantes em um ano.
A companhia também se envolveu em uma disputa societária. O americano Edward Jordan e a brasileira Gedilva Targino, investidores da companhia junto com Melo da Silva, retiraram-se antes mesmo de a Aeiou inaugurar seus serviços.
Em 2008, a HiTs Telecom adquiriu 49% da Unicel. Porém, um ano mais tarde, o grupo saudita recorreu a uma câmara de arbitragem, acusando a empresa de não transferir a participação devida.
A Unicel mudou sua sede para Brasília em maio de 2009, mesmo sem nunca ter operado no Distrito Federal. Na Junta Comercial de São Paulo, consta que o escritório da Vila Madalena seria transformado em filial, mas ele foi fechado.
Processos judiciais consultados pelo Valor fazem várias referências à dificuldade de se obter contato com a empresa. A maior parte das ações é movida por fornecedores. A empresa de software Cadmus pediu a falência da Unicel por causa de uma dívida de R$ 26,9 mil. O juiz Caio Marcelo Mendes de Oliveira, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, decidiu citar a operadora por meio de um edital, após diversas tentativas fracassadas de notificá-la. "Não recebemos um tostão", afirma Claudinei Almeida, sócio da companhia credora.
Outras ações pedem o bloqueio dos bens pessoais dos controladores. Na Junta Comercial, a Unicel está registrada em nome de José Roberto Melo da Silva, Simone Macedo Melo da Silva, Renata Macedo Melo da Silva e Elav Participações. A Elav pertence a Simone e Renata.
O Valor fez diversas tentativas de contato com José Roberto, Simone e Renata Melo da Silva, sem êxito. Edward Jordan respondeu a um e-mail afirmando não ter informações atuais sobre a empresa e dizendo que tentaria encontrar alguém que pudesse ajudar, mas não voltou a se manifestar.
A reportagem enviou e-mails e ligou para um telefone fixo e dois celulares de Melo da Silva. No telefone móvel da Aeiou, a mensagem é de que "o número chamado não existe". (Colaborou Bruna Cortez)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Isenção de ICMS para banda larga vigora só em sete Estados


Por Daniel Rittner



Ana Paula Paiva/Valor/Ana Paula Paiva/ValorJúlio Semeghini, secretário de Gestão Pública do Estado de SP: “As coisas não têm funcionado como deveriam”

Apenas sete Estados, que representam 49% da população brasileira, colocaram em prática a isenção de ICMS para baratear e ampliar a oferta de banda larga no país. A desoneração do imposto estadual é peça-chave para expandir e baixar a menos de R$ 30, como deseja a presidente Dilma Rousseff, o serviço de internet em alta velocidade. Mas a renúncia fiscal, por ter saído antes dos acordos firmados entre as teles e o governo federal, nem sempre estabelece como prerrogativa a velocidade mínima de 1 megabit por segundo (Mbps) exigida pelo Plano Nacional de Banda Larga.
Na prática, pode acabar ocorrendo uma sobreposição de esforços para popularizar o acesso à internet, sem os melhores resultados possíveis. Onde há isenção de ICMS sem exigência de alta velocidade, as teles oferecem pacotes abaixo de R$ 30, mas dificilmente superiores a 512 kilobits por segundo (kbps). Onde não há desoneração, e o PNBL for implantado, a velocidade chegará a 1 Mbps, mas com preço de R$ 35.
"O ideal é que os governadores revisem a isenção, ampliando a faixa para 1Mbps", sugere Paulo Mattos, diretor de regulamentação da Oi. Ao todo, 14 governos estaduais já assinaram a adesão ao convênio 38/2009 do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que prevê a desoneração de ICMS. Só metade, no entanto, regulamentou a decisão por meio de decreto: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Pernambuco e Pará.


No fim de setembro, a Oi chegará aos primeiros 300 do total de 1.200 municípios a serem atendidos no âmbito do PNBL, até junho de 2012. Mas, justamente pelo descasamento entre o programa federal e os incentivos estaduais, privilegiará localidades que tenham baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e isenção de ICMS.
Dessa forma, em vez de um pacote de banda larga a R$ 35, a operadora poderá oferecer velocidade mínima de 1 Mbps a R$ 29,80. "Parece pouca diferença, mas não é", diz Mattos, lembrando que o orçamento de muitos assinantes está comprometido pela compra de um computador em parcelas. "A chave do sucesso é aliar preço e velocidade."
Em estudo encomendado recentemente à LCA Consultores, o SindiTelebrasil, entidade que representa as operadoras de telefonia fixa e móvel, calcula que o número de acessos em banda larga no país pode mais do que triplicar até 2020, caso haja incentivos à demanda. Esses incentivos envolvem não só a retirada de tributos, mas o uso de fundos setoriais e a expansão de telecentros.
Já em 2014, segundo estimativas do SindiTelebrasil, o número de acessos pode saltar dos atuais 43,7 milhões para 57,3 milhões. Se houver incentivos, esse total passaria para 78 milhões.
O governo de Goiás lançou, em julho, programa de banda larga popular com preço inferior a R$ 30, conexão de 512 kbps e modem gratuito. Essa velocidade é menor do que a exigida pelo PNBL, mas representa velocidade "15 vezes mais rápida do que a internet discada", diz o secretário de Ciência e Tecnologia, Mauro Fayad.
O governo exigirá aumento da velocidade para 1 Mbps a partir de setembro, para manter a isenção de ICMS, a fim de acompanhar o plano federal. Oi e Net já aderiram ao programa, que vale para os 245 municípios do Estado. A GVT está em processo de adesão, diz Fayad.
Quem mais avançou até agora foi São Paulo, que implementou a isenção de ICMS há quase dois anos, para a oferta de serviço entre 200 kbps e 1 mega. Os planos são vendidos a R$ 29,80 por mês e incluem o modem. Houve 700 mil assinaturas da Net, 180 mil da Telefônica e 30 mil da Embratel. Esse cálculo inclui os chamados "combos", nos quais o assinante atrela a internet ao serviço de telefonia fixa e TV por assinatura, em um mesmo pacote.
"Mesmo com o Plano Nacional de Banda Larga, as coisas não têm funcionado como deveriam", diz o secretário de Gestão Pública, Júlio Semeghini, responsável no governo paulista pelo programa de popularização da internet. Ele adianta que, em até 40 dias, terá um mapeamento completo do investimento das operadoras, incluindo valores, datas e localidades contempladas. A partir disso, a secretaria montará um plano de investimentos públicos para municípios não contemplados.
"Queremos garantir que, nos próximos dois anos, todos os municípios de menos de dez mil habitantes em zonas urbanas tenham acesso à banda larga popular", afirma. Segundo ele, 230 cidades têm esse limite de população e começam a ficar excluídas de novos investimentos privados, por falta de infraestrutura adequada de telecomunicações.
É o caso da região de São José do Rio Preto, onde se instalaram indústrias de móveis, que precisam de conexão rápida de internet para viabilizar seus negócios. "Além disso, no mundo do agronegócio, a banda larga se tornou fundamental", diz o secretário. Se o mapeamento indicar que as atuais operadoras não pretendem chegar a todos os municípios, o governo paulista convocará outras empresas, oferecendo financiamento e isenções de impostos. "Vamos bancar a infraestrutura a longo prazo."
De acordo com técnicos do Confaz, uma das dificuldades para espalhar a isenção de ICMS a outros Estados é a prática de planejamento tributário, à qual muitas operadoras recorrem para reduzir o valor do imposto. O governo da Bahia, por exemplo, diz que as empresas devem cerca de R$ 500 milhões ao fisco estadual.
Além dos sete Estados que já implementaram a isenção de ICMS para banda larga, o Distrito Federal e outros seis já aderiram ao convênio do Confaz, mas ainda não regulamentaram a medida: Acre, Amapá, Ceará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

3G desafia Nextel a buscar equilíbrio entre escala e lucro


Talita Moreira | De São Paulo

19/08/2011
Texto:-A +A

Vitor Salgado/Valor
Sérgio Chaia, presidente da Nextel: companhia vai reproduzir em 3G seu modelo baseado em vendas para grupos
A estreia da Nextel na telefonia móvel impõe um desafio à empresa: conquistar assinantes em um mercado que não domina sem danificar o modelo de negócios que tem garantido, a cada ano, crescimentos de 40% na receita e bons indicadores de lucratividade.
É tentador pensar que o melhor a fazer é assegurar a rentabilidade, ainda que isso signifique ganhar menos participação no mercado. O discurso da Nextel vai nessa direção. "Não vamos entrar no mercado do pré-pago de R$ 3", disse ontem o presidente da operadora, Sérgio Chaia. Hoje, as vendas estão concentradas em assinantes empresariais, mais rentáveis.
Mas essa decisão também tem implicações, que podem levar a companhia a uma encruzilhada no futuro. Com a entrada na terceira geração (3G) da telefonia móvel, prevista para a segunda metade do ano que vem, a Nextel espera triplicar sua base de assinantes até 2015. Trata-se de um aumento considerável frente ao patamar atual: a empresa fechou junho com 3,7 milhões de clientes do serviço de radiochamadas (aquele em que o usuário aperta um botão para falar e o solta para escutar o interlocutor do outro lado da linha).
Companhia vê espaço para atuar sozinha, apesar da tendência de consolidação entre as empresas do setor
A empresa revisou para cima essa projeção. No fim do ano passado, a Nextel projetava dobrar sua base de usuários com a estreia da 3G. Ainda assim, a operadora será muito pequena perante as demais concorrentes: daqui a cinco anos, ela terá cerca de 10 milhões de assinantes. Hoje, o Brasil tem mais de 220 milhões de celulares.
Nem todos os clientes geram receita para as teles. Muitos têm um pré-pago, mas raramente ou nunca compram créditos para usá-lo. Não por acaso, a Oi cancelou mais de 6 milhões de linhas inativas no segundo trimestre para limpar sua base.
Apesar disso, ter um grande volume de assinantes é um objetivo perseguido por qualquer operadora, pois isso representa escala e maior poder de fogo nas negociações com fornecedores de infraestrutura e aparelhos de celular.
Paralelamente, as operadoras estão se consolidando em grandes grupos com atuação em telefonia fixa, celular, banda larga e TV paga. A estratégia é vender pacotes com vários desses serviços. Esse movimento vai se acentuar com a aprovação, no Senado, esta semana, do projeto de lei que abre o mercado de televisão a cabo para as teles.
"Não é imprescindível [ser uma operadora multisserviços]", destacou Chaia. Mesmo assim, o executivo ponderou que a companhia estuda essa tendência "de maneira profunda". Para alguns analistas, seria viável uma parceria entre a Nextel e a GVT ou a Sky.
A rede 3G da Nextel vai estrear inicialmente nos 12 Estados em que a empresa já atua, incluindo São Paulo, Rio, Minas Gerais e Distrito Federal. A previsão é cobrir o resto do país no ano seguinte. A operadora investirá R$ 5,5 bilhões na rede e na infraestrutura de radiochamadas, que será mantida.
A estratégia da Nextel é replicar, na telefonia móvel, o modelo de negócios que adota no segmento de radiochamadas: concentrar as vendas em empresas e grupos de clientes. "Vamos crescer de dentro para fora, com um assinante indicando o outro", disse Chaia.
Hoje, a empresa é obrigada a fazer isso. Pelas regras do serviço de rádio, ela só pode prestar serviços a empresas ou pessoas físicas que constituam um grupo com atividade em comum. O plano da operadora é, com a 3G, expandir esse conceito a famílias e amigos, por exemplo.
As concorrentes alegam que a Nextel já faz isso, de forma indevida. No mês passado, a Justiça do Rio proibiu a empresa de fazer novas vendas a pessoas físicas não vinculadas a um grupo, em ação movida pela TIM. A decisão, de primeira instância, só terá efeito prático quando o processo for julgado. A Nextel apresentou recurso.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

50 MVNOs em dois anos no Brasil

Nos próximos dois anos, o mercado brasileiro terá de 40 a 50 operadoras móveis virtuais (MVNO, sigla em inglês de mobile virtual network operator) em atividade. É o que aposta um especialista no setor, Liudvikas Andriulis, diretor de Marketing da companhia belga Effortel, responsável por MVNOs de sucesso na Bélgica, na Polônia, na Itália e em Taiwan. Participante do Amdocs InTouch Business Forum 2011, congresso realizado no mês passado em Miami (EUA), Liudvikas falou sobre a chegada das empresas ao Brasil.

Segundo o executivo, por mais que pareça um exagero, o número é compatível com o tamanho do mercado brasileiro. "O Brasil tem muito potencial devido à diversidade observada no país. Há muitos estrangeiros e muito dinheiro circulando por lá", avaliou.
Esse dinamismo observado por Andriulis é justamente o que as operadoras móveis virtuais procuram. Elas atuam em nichos específicos, aproveitando segmentos pouco atraentes para as grandes empresas. O modelo de negócio está baseado no aluguel da infraestrutura existente de outras companhias do setor, como antenas, rádios, torres, cabos de fibras, frequência e equipamentos necessários para a comunicação dos usuários.

A aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no fim do ano passado, deu o sinal verde para a entrada no Brasil das MVNOs, já conhecidas no exterior. Com isso, grandes marcas, como instituições bancárias e empresas de varejo, poderão passar a vender seus próprios aparelhos e planos diretamente para os clientes. Porém, mais do que acirrar a competição pela melhor tarifa, essas marcas pretendem usar o celular como uma nova ferramenta de fidelização de usuários.

Liudvikas citou exemplos de como o modelo está sendo usado no exterior pelo Carrefour. Com o chip vendido nas lojas da rede, o custo de adicionar um cliente é praticamente zero. No momento da compra, o consumidor ainda pode ganhar créditos de minutos dependendo do valor da compra. "As pessoas acabam levando mais algumas coisas para ganhar mais minutos", assegurou.

Números

Hoje, existem aproximadamente 700 operadoras móveis virtuais em atividade no mundo, que correspondem a 2% do número total de usuários de celular. Comandada pelo bilionário britânico Richard Branson, o grupo Virgin anunciou que terá uma MVNO no Brasil. O país é o foco número um das operações da companhia na América Latina, que será montada em parceria com a Tribe Mobile e consumirá investimentos de US$ 300 milhões nos próximos cinco anos.

De acordo com o presidente da Tribe Mobile, Phil Wallace, a atuação no Brasil só deve se concretizar em 2012. Antes, a empresa precisa obter as licenças na Anatel e fechar uma parceria que proporcionará a infraestrutura de serviços. Pelas regras do segmento, só podem atuar no país empresas que firmem contratos com as companhias que já atuam no mercado, como Vivo, TIM, Claro e Oi.
Do Estado de Minas