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A viabilidade das smart grids no Brasil depende fundamentalmente de 
regulamentação: uma vez definidas quais as regras para os medidores 
inteligentes funcionarem e o modelo de tributação, a implementação da 
tecnologia poderá ocorrer de forma relativamente rápida.
                                                                |  |  
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                                                                | publicidade |  Segundo Américo de Paula, diretor de Indústria da Teradata, existe 
viabilidade e o momento agora é o de um entendimento inicial, não só 
pelo órgão regulador, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 
"As discussões já tinham começado em 2008 ou 2009 na parte da 
regulamentação, então isso vai passar por um amadurecimento", explica, 
dizendo-se "esperançoso" no avanço desse debate. Para ele, a adoção em 
larga escala das smart grids deverá acontecer somente entre três a seis 
anos. "Ter a regulamentação será um passo enorme para a adoção acelerar,
 para o bem ou para o mal".
 Entraves
 A Audiência Pública (AP) 43, de autoria do diretor-geral da Aneel, 
Nelson José Hübner Moreira, fala sobre a regulamentação para os 
medidores. O texto trata, entre outras coisas, da possibilidade de 
comunicação entre o medidor da unidade consumidora e a distribuidora, 
incluindo capacidade de gerenciamento remoto e a adoção de um protocolo 
aberto de comunicação.
 Mas um dos motivos para o entrave em relação à AP43 é a questão dos 
custos da implementação e dos medidores, que podem ser repassados aos 
consumidores ou ficarem na conta das concessionárias de energia. Esse é 
um ponto sensível, principalmente ao se considerar que a conta desse 
serviço no Brasil "atualmente está entre as cinco mais caras do mundo", 
avalia o diretor da Teradata. O executivo sugere a possibilidade da 
comercialização das informações de consumo dos clientes para empresas de
 marketing “como forma de fechar a conta”, embora reconheça implicações 
polêmicas sobre a privacidade desses dados.
 O próprio modo de tarifação da energia pode ser modificado com a adoção
 das redes inteligentes, pois as empresas teriam meios de oferecer 
planos semelhantes aos modelos praticados por operadoras de 
telecomunicações - por exemplo, descontando do cliente a utilização da 
rede elétrica em determinados horários.
 Resolvidos os entraves, as concessionárias deverão estabelecer 
parcerias com as operadoras de telecom para prover as comunicações. "Em 
alguns lugares será difícil a comunicação pela própria rede ou pelo 
WiFi, então isso poderá ser feito por GPRS e GSM", diz Américo de Paula.
 Segundo a AP43, a decisão pela melhor estrutura ficará a cargo das 
concessionárias. A exigência fica por parte do protocolo de comunicação 
aberto. De acordo com o executivo, esses aspectos estão sendo discutidos
 pelo Ministério de Minas e Energia com operadoras e as energéticas por 
meio de um grupo de trabalho.
 O papel da Teradata será em lidar com a gerência e análise do crescente
 volume de dados, que deverá passar de uma leitura mensal por residência
 para um potencial de 720 leituras por mês ou mais.  A companhia tem um 
case nos Estados Unidos, na concessionária South California Edison, que 
atingirá, em julho, os 4,5 milhões de medidores inteligentes oferecendo 
planos e tarifas diferenciados para cada cliente. “Isso só é possível 
quando não há entraves regulatórios e burocráticos”.
 Benefícios
 Está em tramitação no senado o Projeto de Lei do senador Blairo Maggi 
(PR-MT), que também toca no assunto smart grids, estabelecendo a 
necessidade de o País implementar as redes inteligentes. O PL cita 
"benefícios palpáveis aos consumidores, como redução de tarifa, maior 
transparência nas relações de consumo, direito de escolha do consumidor,
 extensão da atividade de geração também para pequenos consumidores e 
estímulo à expansão de fontes alternativas na matriz de energia 
elétrica". O texto prevê que o processo de substituição dos medidores 
não poderá ter impacto superior a 2% sobre as tarifas e a possibilidade 
de “medição líquida” (net metering) para viabilizar a geração de energia
 doméstica.
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