Cristiano Amon, o vice-presidente da Qualcomm Technologies, acredita numa expansão constante do mercado de telefonia móvel, do qual se beneficia a empresa, no longo prazo. Segundo ele, além do espaço que enorme que ainda existe para crescimento em smartphones, o setor começa a alimentar novas áreas, como o setor automotivo, o de internet das coisas e o de vestíveis.

“A previsão é que já em 2017, 60% de todos os carros vendidos nos Estados Unidos serão conectados; conectados à rede e conectados entre si”, lembra. Segundo Amon, a empresa observa este movimento e deve competir por ele.

O executivo também acredita no mercado de internet das coisas, o qual deve contar com 25 bilhões de dispositivos até 2020. “Câmeras de segurança, sensores de localização, alarmes, tudo pode se conectar através da rede móvel”, diz em entrevista a jornalistas durante a Futurecom, evento do setor de telecomunicações que acontece até 16 de outubro, em São Paulo.

Apesar de queda nas vendas de grandes fabricantes, como Apple e Samsung, Amon enxerga ainda muito potencial nos tablets, que define como bons substitutos dos computadores, sejam notebooks ou desktops. “Hoje se vende mais tablets do que PCs. E as maiores plataformas de desenvolvimento de software do mundo são para smartphones e tablets”, ressalta.

Por fim, Amon acredita que os vestíveis vão evoluir e se disseminar em alta velocidade. Os relógios inteligentes são apenas o começo deste mercado. “Os fabricantes vão buscar os relógios porque acreditam ser um aparelho que, assim como o celular, todo mundo pode ter. Mas vejo outras aplicações para vestíveis, como utilização na indústria médica”, afirma.

Tudo isso vai se comunicar em nuvem, como já acontece, mas utilizando links de altíssima velocidade da 4G. Segundo Amon, as redes LTE no Brasil já oferecem conectividade a 100 Mbps. Em países europeus, já há oferta a 300 Mbps. “Já se discute um LTE que alcance 1 Gbps. Tudo isso aponta que o tráfego de dados vai se concentrar cada vez mais nas redes móveis, enquanto a rede fixa deve diminuir [em acessos]”, projeta. A velocidade de 1 Gbps já foi alcançada em laboratório.