sábado, 31 de março de 2012

MVNOs terão muito espaço no Brasil, acreditam executivos


Qui, 29 de Março de 2012 14:55
Modelo deve apoiar o core business.
As MVNOs brasileiras terão não somente que encontrar públicos de nicho – para não enfrentarem a concorrência desigual das operadoras tradicionais –, mas também buscar soluções originais na hora de explorar esse novo produto, ao mesmo tempo em que não caem na tentação de transformá-lo em fonte de receita primária. A MVNO tem a função de apoiar o core business, e não o contrário.
Essas foram as conclusões da mesa redonda “Oportunidades de MVNO na América Latina”, realizada nesta quarta-feira (28) durante o TM Forum Latin America Summit, em São Paulo. Para os executivos que participaram da discussão, o mercado latino-americano oferece muitas oportunidades para as MVNOs, uma vez que diversos países da região estão sendo mal atendidos pelos serviços generalistas ofertados pelas grandes operadoras.
“As grandes não tem condições de fazer ofertas específicas, e as MVNOs vem completar esse espaço”, disse Daniel Fuchs, co-fundador e VP de tecnologia da Datora. “Elas são muito mais uma ferramenta de marketing e fidelização das empresas que estão no segmento do que uma forma de competir com uma operadora que já tem antenas instaladas.”

Pesquisa: sucesso das MVNOs pode estar nos mercados de nicho

Virgin e Datora anunciam parceria para MVNO no Brasil

O gerente da divisão de MVNOs da Vivo, Reginaldo Vidal Canova, espera que esse mercado cresça mais no Brasil quando for regulamentado. “Sabemos que o gestor brasileiro é muito criativo, e estamos encontrando a cada momento soluções para tornar esse mercado viável também no Brasil.” Globalmente, a Telefônica apoia cerca de 30 MVNOs, algumas com mais de 10 anos de mercado. Canova diz que a parceria entre a empresa e a operadora é muito importante, o que ocorre em 70% dos casos.
A MVNO britânica Tesco Mobile, segunda maior da Europa e ligada a uma grande rede varejista, deve seu sucesso ao “entrosamento com a O2”, diz Canova, referindo-se a operação inglesa da Telefônica. “Isso fez com que ela desenvolvesse ofertas muito sintonizadas com seus clientes. Essa relação construtiva e próxima faz com que a MVNO tenha um índice de rejeição menor que o observado na própria O2, porque o atendimento é diferenciado e os produtos atendem melhor a necessidade do cliente.”
O Carrefour na Polônia surgiu no debate como exemplo de MVNO que correu grande risco de fracasso mas que soube reverter a situação, voltando-se para o core business. “Ela começou com preços avassaladores, depois caiu. Só voltou a subir quando percebeu que devia fazer algo focado no consumidor”, conta Fuchs, da Datora. “A empresa passou a fazer uma cosia muito simples: imprimir os minutos que o cliente tinha direito na nota fiscal do supermercado. O objetivo não era ganhar dinheiro com venda de celulares, mas sim trazer a pessoa para consumir dentro."
“O sucesso vem para aquelas empresas que entendem que o MVNO é uma ferramenta para alavancar o negócio”, disse Fuchs.

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