terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Internet das Coisas

Roberta Prescott - 20/12/2013
Mais popular do que nunca, a Internet das coisas — ou IoT, na sigla para Internet of Things, ou ainda IoE de Internet of Everything — representa tanto uma janela de oportunidade para as empresas quanto imprime desafios monstruosos devido à imensa quantidade de máquinas conectadas à internet.
Quanto mais chips são encapsulados em objetos fazendo com que eles fiquem conectados e tenham habilidade para se comunicar sem a interferência humana, maiores são os desafios para as redes de telecomunicações, para o gerenciamento de dispositivos, para a análise e privacidade de dados.
Ao mesmo tempo, essa imensa quantidade de informação trafegada pode dar início a novos modelos de negócios. Além disto, o advento da conexão máquina a máquina (M2M, da sigla em inglês) promete melhorar os processos das empresas e ser uma forma de redução de custos e riscos.
Esta conexão entre tudo marca uma nova fase da internet — e irá provocar profundas transformações nas redes, na forma de analisar as informações e no desenvolvimento da comunicação. Mas também traz consigo algumas barreiras que podem retardar seu desenvolvimento: transição para IPv6, falta de padronização e fonte de energia para abastecer milhões ou bilhões de sensores são algumas delas.
Estimativas enormes
Desde 2011, a Ericsson aponta que, em 2020, 50 bilhões de aparelhos (de diversos tipos) estarão conectados à Internet. No Brasil, espera-se que sejam 2 bilhões de objetos. Em seu estudo, a Ericsson considera que a visão de ter mais de 50 bilhões de aparelhos conectados parece ambiciosa, mas justifica que com a abordagem certa será alcançada. Isto vai representar uma mudança profunda na sociedade, afetando como as pessoas vivem e como as empresas funcionam. [Clique aqui para ver o estudo da Ericsson]
Para alcançar o número de 50 bilhões, a Ericsson calcula que, entre outros aspectos, globalmente, cada um dos assinantes da telefonia móvel terá de cinco a dez dispositivos conectados à Internet, mais 1,5 bilhão de veículos com chips e 3 bilhões de unidades de medidores (eletricidade, água e gás).
Outra fabricante, a Cisco, define Internet das coisas como o ponto quando mais coisas ou objetos estarão conectados à Internet do que pessoas. O Cisco Internet Business Solutions Group (IBSG) estima que a IoT nasceu entre 2008 e 2009. De acordo com gráficos apresentados em um de seus estudos [Clique aqui para baixar o documento da Cisco], em 2003, enquanto a população mundial era de 6,3 bilhões, havia 500 milhões de dispositivos conectados, uma média de 0,08 aparelho por pessoa.
Levando em conta as estimativas da Ericsson, em 2010 eram 6,8 bilhões de pessoas para 12,5 bilhões de objetos (1,84). A previsão para 2015 é que a população mundial chegue a 7,2 bilhões com 25 bilhões de aparelhos conectados, uma média de 3,47 — número que saltará para 6,58 em 2020, quando 50 bilhões de dispositivos estarão conectados para 7,6 bilhões de habitantes.
Agora é pra valer
Diante desse cenário, empresas de diversos setores precisam se preparar para atender às demandas. E algumas já estão tirando proveito. O analista Morgan Mullooly, da Analysys Mason, ressaltou em um artigo [Clique aqui para acessar o artigo] que, apesar de o conceito máquina a máquina ser, por vezes, colocado como algo nascente, as operadoras já têm uma parte grande de suas receitas provenientes dele.
A Analysys Mason estima que, em 2013, a soma do faturamento com soluções M2M alcança US$ 10 bilhões, um valor que deve subir para US$ 88 bilhões em 2023.  Este crescimento será impulsionado pela adoção de M2M por empresas de pequeno e médio portes e pelas oportunidades que surgem nos mercados emergentes, como o Brasil.
Ainda de acordo com a Analysys Mason, os mercados emergentes devem ver o número de conexões máquina a máquina aumentar a partir de 2015. Essa explosão impõe uma guinada nos negócios: as operadoras terão de apropriar times e recursos para formatar suas soluções. Como exemplo, a consultoria destaca que, nos países maduros, as telcos levaram cerca de 18 meses ou mais para organizar diversos aspectos da oferta de M2M.

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