A pesquisa Visual Networking Index, divulgada nesta quarta-feira (27) pela Cisco, fornecedora de infraestrutura para telecomunicações, mostra que o WiFi se tornará uma tecnologia cada vez mais importante para a estratégia de entrega de tráfego IP pelas operadoras mundo afora. De acordo com o relatório, haverá um crescimento exponencial do uso da tecnologia sem fio, bem como das conexões 3G e 4G.
Em se tratando de WiFi, a projeção, baseada em levantamento da empresa de pesquisa Maravedis Rethink, é de que em 2018 existam 341 milhões de hotspots ao redor do planeta. São considerados hotspots os pontos de acesso coletivo, que podem ser geridos ou por operadoras, ou pelas comunidades e organismos públicos. Diferem, porém, dos pontos de acesso individuais, instalados nas casas dos assinantes de banda larga. A Cisco não divulgou quantos hotspots existem hoje.
Segundo Hugo Baeta, diretor regional de operadoras da Cisco, o WiFi vai dominar, com folga, embora haja um crescimento forte nas outras modalidades de acesso. As operadoras devem aproveitar para ofertar produtos em torno deste crescimento. “Existe oportunidade de monetizar, tornar o WiFi um negócio complementando as ofertas de 3G e 4G. Não só pelo offload, mas para fazer coisas que com WiFi é melhor, como entregar serviços de localização indoor”, diz. Interessada no tema, por ser uma das principais fabricantes de roteadores WiFi, a Cisco estima que, em 2019, 53% do tráfego IP virá de conexões WiFi, enquanto 14% via conexões móveis, como o 3G ou 4G, e 33% por conexão fixa.
O consumo de dados vai crescer em todas as modalidades de acesso, inclusive a fixa, nos próximos cinco anos. A quantidade de informação transitada por acesso móvel (3G/4G) vai crescer, de forma composta (CAGR) 57,3% ao ano. Via conexão fixa, 11,4%. Por WiFi, a partir de dispositivos móveis, 67,5%. E por WiFi, a partir de dispositivos fixos (como PCs), 21,1%.
No Brasil não será diferente. O Wifi será responsável por 55% do tráfego IP em 2019, enquanto as conexões fixas, cabeadas, representarão 31%. Os acessos móveis, por rede celular, representarão 14% do tráfego total.
A companhia também projetou o consumo por dispositivo. Embora o smartphone esteja disseminado, a quantidade de dados consumidos por meio deles fica abaixo da vista nos tablets e PCs. No final de 2014, os smartphones consumiam, na média mundial, 0,8 Gb de dados por mês. Os tablets, 6,3 Gb. E os PCs, 24 Gb. Em 2019, os números serão, respectivamente, 3,6 Gb, 26,5 Gb e 37,8 Gb. A participação dos objetos conectados no tráfego IP deve permanecer baixa. Atualmente são responsáveis por 0,05 Gb por mês, em 2019, serão por 0,39 Gb no mês.