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Durante a semana, o estudo de mercado Visual Network Index (VNI) da
Cisco apontou para uma tendência de crescimento na quantidade de
hotspots no mundo, incluindo o Brasil, que deverá ter 55% de todo o
tráfego IP distribuído por Wi-Fi em 2019. Muito desse montante será com a
função de offload da rede móvel, algo que as operadoras começam a
entender como necessário para desafogar a infraestrutura, redirecionando
tráfego mais intenso para uma conexão com maior capacidade. É inclusive
ponto-chave da estratégia do Google nos Estados Unidos como operadora
móvel virtual (MVNO), o Project Fi.
Tecnologia semelhante está sendo oferecida pela companhia irlandesa
Openet, que tem realizado testes com operadoras brasileiras para a
solução Access Network Detection Selection Function (ANDSF), que permite
o roteamento entre diferentes redes Wi-Fi ou infraestrutura de rede
móvel de maneira transparente. A diferença em relação à solução do
Google, segundo explica o diretor de serviços da fornecedora, Ricardo
Ferreira, é que a solução que começa a ser oferecida no País permite uma
gestão inteligente dos clientes baseado no BSS. "As operadoras têm
visibilidade de histórico, de quanto o cliente gasta e que tipo de
tráfego normalmente usa, e tudo isso pode ser utilizado como input para
tomar decisão de manter o usuário na rede móvel", explica. Além disso, a
tecnologia da MVNO do Project Fi se restringe a aparelhos Nexus.
A ANDSF é padronizada pelo 3GPP, mas a Openet a integra com o
gerenciamento de políticas da Openet como PCRF (Policy and Charging
Rules Function) e Interaction Gateway, permitindo tomar decisões de
offload baseados em contexto. "Do ponto de vista tecnológico, é
basicamente uma decisão de levar ao Wi-Fi ou de permanecer na rede
móvel", resume. No entanto, é necessário ter instalado um aplicativo,
que a companhia sugere que seja o da própria operadora, atualizado com a
tecnologia da fornecedora.
Com isso, a operadora pode jogar o tráfego de vídeo do usuário para a
rede Wi-Fi, por exemplo, enquanto mantém uma conexão com servidor de
e-mails em uma rede móvel. "A solução pode instruir, aplicar a política
para reduzir a largura de banda daquele cliente como algo muito
pequeno", declara o executivo. A plataforma ainda permitiria detectar o
tráfego Wi-Fi como parte da franquia de dados mensal do usuário, ou
estipular um acesso gratuito em offload para determinados planos.
Outra forma de monetizar é a de selecionar aqueles que não utilizam a
rede móvel para determinado tráfego, como atualização de aplicativos ou
download de imagens/vídeos no WhatsApp. "Com isso, pode-se fazer
marketing direcionado para aqueles clientes nos quais se identificou o
comportamento."
Desenhar esse perfil significa ter acesso a informações de navegação do
cliente. Mas a questão da neutralidade de rede, no entanto, não é um
impedimento, na visão da Openet. "Claro que no Brasil essa discussão é
mais complexa por causa da neutralidade e do Marco Civil, mas não é
preto no branco, já que esses pacotes que a Claro e a TIM comercializam
nem seriam possíveis de outra forma", defende Ferreira.
O diretor de serviços da Openet não divulga quais operadoras
brasileiras estão realizando testes, tampouco se alguma está próxima de
fechar contrato, mas afirma que uma tele na Espanha já conta com a
solução de offload inteligente. Mas ele explica que os casos em estádios
durante a Copa do Mundo no ano passado chamaram a atenção das teles
para a questão do offload. "As empresas não tinham clareza nessa solução
inteligente, e esse questionamento levou a gente a conversar com as
operadoras locais, e isso foi um marco", garante |
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