Especialistas defendem agência reguladora de dados pessoais
Mobile Time, da Redação
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O professor de direito e tecnologia da Escola
Politécnica da USP Gustavo Artese defendeu a criação de uma agência
reguladora específica para tratar de proteção de dados pessoais, em
seminário na Câmara dos Deputados. Ele disse que o tema é tratado em
alguns projetos em tramitação no Congresso e em um anteprojeto em
elaboração no Ministério da Justiça. "No entanto, nenhuma dessas
propostas prevê um órgão que fiscalize, eduque e colabore com as
empresas nas questões de privacidade do consumidor", afirmou.
Artese avalia que hoje o Brasil tem uma proteção relativa em relação à
Internet, por conta da aprovação do Marco Civil, mas que, de forma
geral, "ainda estamos atrás de outros países na questão de proteção da
privacidade dos cidadãos".
No seminário foram apresentadas as
experiências do Canadá e da Colômbia, países que têm uma agência
específica para tratar da proteção de dados e privacidade. Segundo
Jennifer Stodart, que foi comissionária de privacidade do Canadá entre
2003 e 2013, uma agência tem que ser bem financiada, independente e
contar com um corpo técnico preparado.
A experiência canadense é
considerada bem sucedida, uma vez que, além de proteger dados do
indivíduo, também foi capaz de construir uma doutrina de boas práticas.
Essas regras foram adotadas, por exemplo, por empresas como Google Maps e
Facebook, que se adequaram às exigências, como a que proíbe a
publicação de fotos das pessoas nas ruas sem a devida autorização.
A Colômbia, um dos países que mais avançou na regulação da proteção de
dados na América Latina, também conta com uma agência reguladora. Uma
das questões levantadas pelo delegado do Ministério da Indústria e
Turismo daquele país, Jose Durana, foi a ampla discussão sobre
privacidade, com a participação dos diversos setores da sociedade.
O diretor-executivo da norte-americana Information Accountability
Foundation, Martin Abrams, destacou que uma política de dados deve
buscar o equilíbrio entre a proteção da privacidade e o necessário fluxo
de informação.
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