Em dez anos, sensores poderão estar espalhados nas paredes de nossas
casas, em nossas roupas e até mesmo em nossos cérebros, prevê pesquisador
11 de Setembro de
2015 - 17h04
Em apenas dez anos, nós poderemos viver em um mundo onde sensores estão
espalhados nas paredes de nossas casas, em nossas roupas e até mesmo em nossos
cérebros. Em resumo, esqueça que Internet das Coisas se limitará ao campo de
sua cafeteira ou na preocupação que a sua geladeira tem com seus alimentos. Até
2025, nós estaremos vivendo em um mundo onde um trilhão de dispositivos estão
conectados.
Essa é, pelo menos, a previsão do professor em engenharia elétrica e
ciências da computação na Universidade da Califórnia, Alberto
Sangiovanni-Vincentelli. "Inteligência pode ser incorporada em qualquer
coisa", diz. "Todo nosso ambiente estará coberto de sensores de todos
os tipos. Sensores químicos, câmeras e microfones de todos os tipos e formatos.
Sensores checarão a qualidade do ar e temperaturas. Microfones ao seu redor
escutarão seus comandos", completa.
Segundo o professor, esse será o mundo onde dispositivos conectados e
sensores estarão ao nosso redor - e até mesmo dentro de nós.
"É realmente excitante", diz. Nós teremos sensores que são
inteligentes e interconectados, prevê. A maioria das coisas em nosso ambiente -
desde roupas a móveis em nossas casas - pode ser inteligente. Sensores poderiam
ser colocados na tinta e posto em nossas paredes.
Nós simplesmente falaremos alto e a informação será nos dadas
imediatamente sem que nós tenhamos o trabalho árduo de digitar em uma buscador
online, ligações poderão ser feitas assim como um robô poderá limpar a sua casa
e fazer o jantar.
E pense, com sensores implantados em nossos cérebros, nós nem
precisaremos falar para interagir com nosso ambiente inteligente.
"A interface homem-máquina terá sensores colocados em nossos
cérebros, coletando informação sobre o que pensamos e transmitindo isso em um
mundo complexo que nos cerca", disse Sangiovanni-vincentelli. Algo que
poderia concretizar o seu pensamento por um café, por exemplo.
E isso não é um sonho ou algo para ser fabricado para filmes futuristas.
Pam Melroy, uma dos diretores da DARPA (Agência de Pesquisa de Projetos de
Defesa Avançada dos EUA), disse que o professor não está sonhando.
“Eu realmente acho que há alguma coisa aí”, disse Melroy que já foi
astronauta da NASA e das Forças Aéreas americanas.
"No mínimo, nós deveríamos estar nos preparando para isso e
pensando no que será necessário. Nós entramos em lugares muito ruins quando a
tecnologia ultrapassa o nosso planejamento e pensamento. Eu preferiria me
preocupar sobre isso e me preparar, mesmo que leve 20 anos para se tornar
verdade, do que apenas deixar isso evoluir de uma forma caótica”.
Por
que isso importa
Enquanto ter uma vida de trilhões de dispositivos conectados pode
acontecer logo nos próximos dez anos, o pesquisador indica que há ainda muito
trabalho para chegar lá. Primeiro, nós simplesmente não temos ainda a rede
necessária para suportar tantos dispositivos conectados. Nós precisaríamos de
protocolos de comunicação que consumem pequenas quantidades de energia e que
consigam transmitir grandes quantidades de informação, ele explica.
E empresas precisariam de um número maior de sensores finos, leves e sensores
baratos. Nós precisaremos de maior e melhor segurança para nos defender de
hacks em nossas roupas, paredes e, bem, em nossos cérebros.
E, consequentemente, a tecnologia de nuvem teria que crescer para lidar
com todo esse tipo de informação e quantidade que trilhões de dispositivos
criarão.
Mas bem, com toda essa quantidade de dispositivos conectados, muitos de
nós ficamos ansiosos sobre o que isso pode significar para a nossa privacidade.
No entanto, Sangiovanni-Vincentelli não é um deles. "Falta de privacidade
não é um problema", diz. "Nós a já perdemos... Se o governo me quer
agora, ele me terá. Tudo sobre mim está registrado em algum lugar. O que mais
nós poderemos perder?"
Melroy também parece estar mais animada do que nervosa sobre o aumento
da digitalização de nosso futuro. "Eu penso que ter formas de nos tornar
mais saudáveis e eficientes é algo bom. Há uma evolução social que acontece com
a evolução tecnológica. Nós já fomos preocupados sobre câmeras e implicações de
privacidade ao tirar fotografias de pessoas. O desafio é fazer com que o ritmo
da mudança coincida com a evolução social”.
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