Mobile Time, Fernando Paiva, de Hong Kong*
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As operadoras celulares estão percebendo que há uma grande oportunidade
no mercado de Internet das coisas (IoT) e não estão dispostas a
cumprirem um papel de vender apenas a conectividade. Elas querem
comercializar soluções fim a fim para os consumidores, o que pode
incluir o aparelho em si, o software e, claro, a conexão à rede móvel.
Para tanto, contudo, buscam parceiros que as ajudem a modelar os
serviços. Isso ficou claro nas palestras da sul-coreana SK Telecom, da
francesa Orange e da inglesa EE, durante o 3G/LTE Summit, evento
organizado pela Qualcomm nesta terça-feira, 15, em Hong Kong.
"IoT hoje pode ser um pesadelo para o consumidor, por causa da
fragmentação de tecnologias e padrões", comentou Yves Maître,
vice-presidente executivo de parcerias e objetos conectados da Orange. A
ideia das teles é aproveitar essa fragmentação para se posicionarem
como experts capazes de entregar uma solução completa e "plug and play".
O executivo francês diz que sua inspiração veio de um projeto recente
conduzido na África para o fomento de Internet móvel. Diante de um
público que resistia a migrar de feature phone para smartphone, a
empresa decidiu simplificar ao máximo esse processo e criou um pacote
chamado Klif Pack. Ele consiste em um smartphone de entrada com Firefox
OS com um SIMcard embarcado que dá 360 minutos, 100 mensagens de texto e
um pacote dados durante três ou seis meses, dependendo do país, por US$
40. É praticamente um preço subsidiado, mas quando termina o período de
validade os usuários acabam comprando créditos pré-pagos para continuar
usando os serviços. "Os resultados em ARPU superaram as nossas
expectativas, Estamos fomentando a migração de feature phone para
smartphone", relata Maître.
A ideia é adotar a mesma estratégia do Klif Pack com IoT. Por ser um
conceito novo com o qual os consumidores talvez tenham alguma
resistência, a saída é vender um pacote fechado, com tudo pronto para
começar a usar imediatamente. Um primeiro exemplo foi lançado na
Inglaterra pela operadora EE: uma câmera para gravar esportes de ação
que já vem com um SIMcard embutido e plano de dados. A câmera acompanha
um relógio no qual se pode monitorar o que está sendo filmado. "É como
um canal de TV privado para você transmitir para um grupo de amigos via
rede social ou email", descreveu Fotis Karonis, CTO da EE.
"Não podemos ser apenas um cano burro. Vender conectividade não é
suficiente. Temos que ter redes inteligentes", resumiu Jin-Hyo Park,
vice-presidente sênior de tecnologia de rede da SK Telecom, que aposta
em soluções de carros conectados, saúde móvel e casas inteligentes.
Forum Mobile+
O papel das operadoras no mercado de Internet das Coisas (IoT) será
debatido ao longo do dia 23 de setembro, durante a 8a edição do Forum
Mobile+. Rogério Guerra, diretor de mobilidade da Embratel Claro
Empresas, fará uma palestra exatamente sobre esse tema. No mesmo evento
haverá painéis sobre soluções de IoT para cidades e para a indústria.
O Forum Mobile+ acontecerá nos dias 22 e 23 de setembro, no WTC, em São
Paulo. O evento é organizado pela Converge Comunicações e sua curadoria
é feita pelos editores do MOBILE TIME (Fernando Paiva), TELETIME
(Samuel Possebon) e TI INSIDE (Claudiney Santos). A grade atualizada do
evento e maiores informações estão disponíveis no site do Forum Mobile+. Inscrições podem ser feitas pelo telefone 0800-7715-028.
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