Criado há dois anos, o Fórum Brasil da Internet das Coisas (IOT, na sigla em inglês) trabalha para estabelecer uma agenda de prioridades, que acelere a adoção da tecnologia no Brasil tendo em vista seu potencial na digitalização das relações sociais, seja em termos de oferta de serviços públicos, seja no dia a dia do cidadão. Há um sem número de questões a serem resolvidas, mas uma das mais centrais está na padronização para garantir a interoperabilidade entre sistemas.
De acordo com Gabriel Marão, presidente do Fórum IOT do Brasil e CEO da Perception, uma consultoria que atua nessa área, a Internet das Coisas representa o novo estágio de desenvolvimento da internet e é uma importante oportunidade para o país se desenvolver nessa área. Mas o desenvolvimento de aplicativos e mesmo de tecnologias locais passa por políticas públicas que alavanquem esses desenvolvimentos por meio da criação da demanda.
Como ficou claro no Seminário Internacional A Internet das Coisas, realizado pelo BNDES, no Rio de Janeiro, nos dias 14 e 15 de maio, estimular o desenvolvimento de um ecossistema para o florescimento da IOT no país passa pela organização da demanda. “Não podemos deixar que a indústria caminhe atrás de uma demanda espontânea. Só com políticas públicas vamos desenvolver tecnologias e aplicações, que possam ganhar escala internacional. Entre as demandas prioritárias, cito as áreas de saúde, educação, segurança pública e transporte”, propôs o deputado Jorge Bittar (PT/RJ) que acompanhou as apresentações e debates.
Para Marão, do Fórum IOT, que reúne empresas e estudiosos dessa área, o potencial da Internet das Coisas é tão astronômico que pode haver uma multiplicidade de metas que dificultem ao país ser um players nessa área. Fala-se em 2 bilhões de conexões no Brasil em 2020 e em 50 bilhões no mundo. Outras previsões têm números ainda maiores.
“Mas é preciso organizar o cenário para se chegar a uma efetiva qualificação do país para atuar nesse mercado”, diz Marão. O seminário do BNDES revelou as enormes oportunidades que vêm na esteira da IOT. Agora, é desenvolver políticas consistentes que deem oportunidade ao Brasil de não ser apenas um consumidor de soluções importadas.