Por Danilo Masoni
MILÃO (Reuters) - Os bancos italianos Intesa Sanpaolo e Mediobanca decidiram nesta segunda-feira sair do acordo de acionistas que controla a Telecom Italia, se juntando à Generali e abrindo caminho para novos investidores no grupo italiano de telefonia.
Intesa, Mediobanca e Generali formaram a holding Telco em 2007 com a espanhola Telefónia, com o objetivo de impedir uma oferta de aquisição da norte-americana AT&T e do magnata mexicano Carlos Slim pela Telecom Italia.
No entanto, os parceiros italianos na Telco formalizaram recentemente o desejo de sair do investimento não lucrativo de sete anos para se concentrarem nos seus negócios principais de banco e seguros.
"Nós dissemos que não queremos ser operadores de telecomunicações", disse o presidente do Conselho de Administração do Intesa Sanpaolo, Gian Maria Gros-Pietro, a jornalistas nesta segunda-feira, em evento em Turim.
Num momento de consolidação na indústria de telecomunicações global, as ações sendo vendidas pelos três grupos italianos --que respondem em conjunto por 7,4 por cento do capital da Telecom Italia-- devem atrair interessados.
No entanto, uma fonte familiarizada com a situação disse que as empresas italianas não devem vender suas posições na Telecom Italia para um rival da Telefónica, optando por uma venda gradual das ações em bolsa.
Isso deixaria a Telefónica como o maior investidor na Telecom Italia, com uma participação de quase 15 por cento.
Um competidor interessado poderia ser o magnata egípcio Naguib Sawiris, que recentemente associou um possível investimento de 2 bilhões de euros (2,7 bilhões de dólares) na Telecom Italia com a saída da Telefónica.
O comprador das ações pode ter um papel importante, à medida que o presidente-executivo da Telecom Italia, Marco Patuano, pondera os próximos passos do grupo no Brasil, onde sua unidade TIM Participações concorre com a Telefónica, dona da Vivo.
O investidor ativista Amber Capital, que tem uma participação de menos de 1 por cento, disse que a Telecom Italia deveria reduzir sua exposição ao Brasil.
Os grupos italianos estão deixando agora o acordo de acionistas na Telco porque ele prevê duas chances para isso, uma entre 15 e 30 de junho deste ano e outra de 1o a 15 de fevereiro de 2015.
Para vender suas fatias, os grupos italianos precisam primeiro deixar o acordo de acionistas, em um processo que pode levar seis meses.
Em comunicados separados, Intesa e Mediobanca disseram que pediram formalmente para sair da Telco. A Generali fez um anúncio similar na semana passada, de que decidiu exercer sua opção de saída da holding.
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