quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Governo norte-americano alerta para riscos da Internet das Coisas



Em discurso na CES 2015, diretora da FTC afirmou que as empresas devem sempre proteger os consumidores e usuários desses novos aparelhos conectados
IDG News Service / EUA
07 de janeiro de 2015 - 12h23
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Os aparelhos conectados à Internet estão surgindo aos montes na feira de tecnologia CES 2015, em Las Vegas, nesta semana. Mas, apesar de essa nova tecnologia ter potencial para fornecer grandes benefícios para os consumidores, as empresas de TI deveriam se esforçar mais para proteger a segurança e a privacidade dos consumidores, segundo uma oficial de alto-escalão da Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC).

Todo novo gadget revelado na CES parece estar conectado a um smartphone, Internet, ou serviços de localização de uma ou outra forma, seja um fone de ouvido que seleciona músicas que combinam com o batimento cardíaco do usuário, um detector de incêndio que pode enviar um sinal para smartphones, um computador do tamanho de um botão que cabe em aparelhos minúsculos ou pranchas de snowboard com Bluetooth.

Isso mostra que a chamada “era dos aparelhos conectados”, comumente chamada de Internet das Coisas (IoT), realmente chegou. À medida que bilhões de aparelhos ficam conectados, os benefícios para os usuários podem ser imensos já que essas novas tecnologias podem ajudar a melhorar a saúde/bem-estar, modernizar cidades e impulsionar o crescimento econômico. Mas, ao mesmo tempo, a IoT possui sérias implicações de segurança e privacidade, destacou a diretora da FTC, Edith Ramirez, durante uma apresentação na CES.

“Aparelhos conectados que oferecem cada vez mais conveniência e melhoram os serviços de saúde também estão coletando, transmitindo, armazenando, e muitas vezes compartilhando grandes quantidades de dados dos consumidores, alguns deles altamente pessoais, criando assim uma variedade de perigos para a privacidade.”

A coleta constante de dados de aparelhos conectados pode levar a usos inesperados dos dados dos usuários que poderiam ter consequência adversas e acabar com a confiança do consumidor, afirma Edith. “Essa confiança é tão importante para a adoção ampla dos novos produtos e serviços IoT quanto uma conexão de rede para a funcionalidade de um aparelho IoT.”

As preocupações da executiva seguem alertas parecidos feitos pela indústria neste último ano. O diretor de IoT da Intel, Doug Davis, por exemplo, chamou os desenvolvedores para criar aparelhos conectados com a privacidade e a segurança em mente. É essencial poder confiar nos aparelhos assim como nos dados que eles geram, afirmou o executivo durante o Intel Developer Forum, no último mês de setembro em San Francisco.

Além disso, um grupo de reguladores de privacidade da União Europeia emitiu um comunicado em que afirmam que os consumidores devem permanecer no controle dos seus dados durante toda a vida do produto.

Apesar de a FTC poder apenas aplicar leis federais de proteção ao consumidor e não possa realmente criar novos regulamentos por conta própria, o órgão pode colocar pressão sobre os legisladores dos EUA. O discurso de Ramirez mostrou que a comissão está claramente interessada nesta nova onda de aparelhos conectados chegando ao mercado.

“Na minha cabeça, a pergunta não é se os consumidores devem ter voz sobre usos inesperados dos seus dados; em vez disso, a questão é como fornecer avisos e escolhas simplificados”, afirmou

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