terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Internet das Coisas harmônica? Só em 2016!



Vários grupos industriais foram constituídos em 2014 em torno do conceito de IoT e parecem orquestras em afinação. Provavelmente haverá tantos grupos, daqui a um ano, como atualmente
Da Redação, com IDG News Service
06 de janeiro de 2015 - 08h15


Se a Internet das Coisas não proliferou tanto quanto se previa durante 2014, pelo menos surgiram vários grupos industriais interessados em promover uma maior normalização tecnológica.

Cinco iniciativas que nasceram com o objetivo de trazer ordem à Internet das Coisas, lançadas no final de 2013, já andam com as próprias pernas. Ironicamente isso causou uma certa confusão em um setor vasto e multifacetado. Infelizmente, todos os grupos, provavelmente, vão existir daqui a um ano, também ‒ e talvez alguns outros.

Mas os produtos de IoT de diferentes fornecedores terão, eventualmente, que falar a mesma língua, em algum nível. Assim, os fornecedores estão ansiosos por construir alguma dinâmica subjacente às tecnologias a serem lançadas. Não querem esperar por organismos de normalização formais para construir especificações equivalentes à família IEEE 802.1, para o WiFi, disse o analista Patrick Moorhead, da Moor Insights & Strategy. Até as normas mais formais da IoT serem terminadas, provavelmente em 2017, os fabricantes deverão unir-se para estipular aquelas vigentes na prática, prevê.

Nem todas as organizações que se formaram no ano passado querem, na verdade, desenvolver especificações próprias. Alguns querem promover a harmonia entre as iniciativas já formadas e há outros cujos esforços se sobrepõem. No entanto, a cacofonia de vozes clamando por ordem na Internet das Coisas provavelmente só formará um coro harmonioso em 2016. Os esforços desenvolvidos agora são apenas a primeira etapa de um longo processo, considera analista, James Brehm, fundador da James Brehm & Associates.

“Precisamos de diálogo, mas estamos muito no início do processo”, disse Brehm. Até mesmo os fornecedores de um mesmo grupo, em alguns casos, têm estratégias conflitantes, e daqui a um ano, pode haver ainda mais empresas concorrentes tentando definir como a IoT deverá ser feita.

Hoje, a “sopa de letrinhas” de grupos da indústria faz os compradores ficarem nervosos ‒ especialmente os consumidores ‒ com a possibilidade de serem marginalizados, diz Moorhead, da Moor Insights & Strategy. “E, com certeza, está emperrando o crescimento da indústria”, afirma.

Os conflitos não pesam tanto na IoT empresarial. Já existem interfaces com 30 anos, que precisam de tradução e alguns investimentos em trabalho de adaptação para serem úteis em ambientes industriais, disse Moorhead. Ainda assim, há esperança é de que a normalização, em todos os setores, reduza os custos e produza combinações novas e dados úteis.

Futuro da IoT pode ser determinado apenas por um agente
Tanto nos ambientes domésticos ou empresariais nenhuma norma reinará com supremacia, prevê o analista da Machina Research, Andy Castonguay. “Este mercado é, em especial, de fragmentação e inovação, o que essencialmente não contribuiu para as iniciativas de se ter uma única interface entre dispositivos”, disse Castonguay. Mas, como os outros, ele espera ver uma consolidação entre os vários grupos.

Para saber qual especificação é a mais poderosa, o tamanho e a força do grupo de suporte podem ser bons indicadores, dizem os analistas. Apesar disso, o futuro da Internet das Coisas, pelo menos para os consumidores, pode também ser determinado apenas por um agente com uma quota de mercado grande e uma boa ideia.

Os compromissos exigidos nos grupos da indústria, com muitos fornecedores concorrentes, podem levar a soluções menos capazes e menos fáceis de usar do que o ideal, considera Brehm. “Quantas pessoas trabalharam com a Apple para tornar as coisas interoperáveis no sucesso do iPhone ou do iPad?” questiona Brehm. “O sucesso foi fantástico e não foi necessário qualquer consórcio”.

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