sexta-feira, 2 de maio de 2014

700 MHz: Sem coordenação, faltará espectro para segurança


Convergência Digital - Carreira
:: Luís Osvaldo Grossmann - 29/04/2014

Chefe do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército, o general Antonino dos Santos Guerra é um entusiasta do uso do 4G nas comunicações dos órgãos de segurança. Mas ele ressalta que com a destinação indicada pela Anatel, de que esses órgãos terão 5 MHz +5 MHz na faixa de 700 MHz, será imperativa a coordenação de um sistema padronizado de comunicações.
“Pedimos 20 MHz, a Anatel deu 10 MHz. Achamos que é pouco, mas já estamos felizes. Ao prever 10 MHz não há espaço para trabalhar sozinhos. Ou os órgãos sentam para conversar ou vai faltar frequência”, afirmou Santos Guerra ao participar de audiência pública no Senado, nesta terça, 29/4.
“Temos um esforço nacional de integração, que é progressivo. Mas não há harmonização, convergência de padrão, nas comunicações digitais. Será necessário um grande investimento público para implantar rede de 4G na segurança pública, mas é possível usar o 4G em sistema de ‘condomínio’.”
Ele revela que negocia com Minicom e a Anatel alguma normatização que induza o uso compartilhado de infraestrutura entre os órgãos. “Converso com órgãos federais e estaduais. Todos acham uma ótima ideia, mas esperam que alguém faça. Se vier alguma imposição da agência ou do Ministério, melhor”, afirmou.
Segundo o general, é o atraso na adoção de novas tecnologias que permite os sistemas atuais funcionarem com poucos problemas. “Os órgãos de Estado têm número reduzido de canais, mas como os investimentos são baixos, não há congestionamento. Há órgãos de segurança com 30 anos de atraso”, disse.
A “modernização” induzida pelo 4G nas comunicações de segurança, porém, deve “ser uma diferença muito grande sobre o modelo que temos hoje”, sustentou. “O sonho é poder operar uma estrutura única, compartilhando informações, reduzindo custos.”
Além disso, Santos Guerra entende que, pelo menos nas comunicações voltadas à segurança, o legado da Copa do Mundo no Brasil já é visível. “O legado da Copa é muito grande. O sistema de rádio vai durar 15 anos e esse é um legado da Copa. Algumas coisas estão ‘à brasileira’, o que é normal. Mas a segurança está pronta.”

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