:: Luís Osvaldo Grossmann - 29/04/2014
Chefe
do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército, o general
Antonino dos Santos Guerra é um entusiasta do uso do 4G nas comunicações
dos órgãos de segurança. Mas ele ressalta que com a destinação indicada
pela Anatel, de que esses órgãos terão 5 MHz +5 MHz na faixa de 700
MHz, será imperativa a coordenação de um sistema padronizado de
comunicações.
“Pedimos 20 MHz, a Anatel deu 10 MHz. Achamos que é
pouco, mas já estamos felizes. Ao prever 10 MHz não há espaço para
trabalhar sozinhos. Ou os órgãos sentam para conversar ou vai faltar
frequência”, afirmou Santos Guerra ao participar de audiência pública no
Senado, nesta terça, 29/4.
“Temos um esforço nacional de integração, que é
progressivo. Mas não há harmonização, convergência de padrão, nas
comunicações digitais. Será necessário um grande investimento público
para implantar rede de 4G na segurança pública, mas é possível usar o 4G
em sistema de ‘condomínio’.”
Ele revela que negocia com Minicom e a Anatel
alguma normatização que induza o uso compartilhado de infraestrutura
entre os órgãos. “Converso com órgãos federais e estaduais. Todos acham
uma ótima ideia, mas esperam que alguém faça. Se vier alguma imposição
da agência ou do Ministério, melhor”, afirmou.
Segundo o general, é o atraso na adoção de novas
tecnologias que permite os sistemas atuais funcionarem com poucos
problemas. “Os órgãos de Estado têm número reduzido de canais, mas como
os investimentos são baixos, não há congestionamento. Há órgãos de
segurança com 30 anos de atraso”, disse.
A “modernização” induzida pelo 4G nas comunicações
de segurança, porém, deve “ser uma diferença muito grande sobre o modelo
que temos hoje”, sustentou. “O sonho é poder operar uma estrutura
única, compartilhando informações, reduzindo custos.”
Além disso, Santos Guerra entende que, pelo menos
nas comunicações voltadas à segurança, o legado da Copa do Mundo no
Brasil já é visível. “O legado da Copa é muito grande. O sistema de
rádio vai durar 15 anos e esse é um legado da Copa. Algumas coisas estão
‘à brasileira’, o que é normal. Mas a segurança está pronta.”
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